segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Admirável Mundo Novo

Acabei de ver o filme "V de Vingança"... Ainda quero escrever 2 textos sobre ele: um de impressão pessoal (que já estava iniciado como rascunho e por isso veio antes deste) e outro de análise crítica (a pedidos)...

Mas... Seria possível ver este belíssimo filme (que despertou diversas emoções deveras intensas dentro de mim) e não lembrar de um livro que me despertou sensações parecidas? Estou falando do livro "Admirável Mundo Novo" (Brave New World, no original, e escrito por Aldous Huxley em 1932)

O tempo passa, tudo mudo, mas nada muda de fato... E os mesmo ciclos... Ciclicidade história que é, aliás, muito bem explorado no filme...

Coicidentemente (embora "Não existem coincidências, só a ilusaõ de que elas existem", fala de V), eu estava "fuçando" em meu antigo facebook e achei uma nota, que agora exponho para vocês:


Uma das melhores passagens desse ótimo livro:
"- Por que não lhes faz ver Otelo?
- Já lhe disse: é antigo. Além do que, não o compreenderiam.
Sim, era verdade. Ele lembrou-se como Helmholts rira de Romeu e Julieta.
- Pois então - disse, após um silêncio - algo novo que seja como Otelo e que eles possam compreender.
-É o que todos nós temos desejado escrever - declarou Helmoholtz, rompendo seus prolongado silêncio.
- E o que o senhor nunca há de escrever - respondeu o Administrador. - Porque, se se parecesse realmente com Otelo, ninguém poderia compreendê-lo, por mais novo que fosse. E, se fosse novo, não poderia de maneira alguma ser parecido com Otelo.
-Por que não?
-Sim, por que não? - repetiu Helmoholtz. Ele também esquecera as realidades desagradáveis da situação. Verde de ansiedade e temor, Bernard era o único que se lembrava; os outros não lhe deram atenção. - Por que não?
- Porque o nosso mundo não é o mesmo mundo de Otelo. Não se pode fazer um calhambeque sem aço, e não se pode fazer uma tragédia sem instabilidade social. O mundo agora é estável. As pessoas são felizes, têm o que desejam e nunca desejam o que não podem ter. Sentem-se bem, estão em segurança; nunca adoecem; não têm medo da morte; vivem na ditosa ignorância da paixão e da velhice; não se acham sobrecarregadas de pais e mães; não têm esposas, nem filhos, nem amantes, por quem possam sofrer emoções violentas; são condicionadas de tal modo que praticamente não podem deixar de se portar como devem. E se por acaso alguma coisa andar mal, há o soma. Que o senhor atira pela janela em nome da liberdade, Sr. Selvagem. Daliberdade! - Riu. - Espera que os Deltas saibam o que é a
liberdade! E agora quer que eles compreendam Otelo! Meu caro jovem!"



E ai? O que vocês preferem? A liberdade de sofrer ou a ditadura do bem-estar alienado?

2 comentários:

  1. pirei mesmo com 1984! Puta livro bom...

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  2. Poxa.. To na seca de ler este... Mas Admirável Mundo Novo foi um efifania, porque se encaixnou muito bem no meu estado de espírito do momento

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