domingo, 29 de novembro de 2015

Balanço Geral

Sei que ainda falta pouco mais de um mês para acabar o ano, mas decidi fazer algo que não faço há muitos anos: um balanço geral.

Sei que do dia 31/12 para o dia 01/01 nada muda efetivamente, que é só a passagem de um dia para o outro, como acontece a cada 24h. E esse meu ceticismo me impediu de comemorar o Ano Novo durante muito tempo. Só que mais do que nunca, eu percebo o como são necessários períodos de respiro! A rotina nos arrasta com tal violência, que as vezes tudo que precisamos, é parar, respirar, pensar e termos alguma perspectiva.

Na virada do ano passado para esse, eu estava em São Thomé das Letras, talvez pelo ambiente, talvez por dezembro do ano passado ter sido muito corrido, talvez por eu estar ficando velha, depois de muito tempo essa foi uma virada cheia de significados. Na qual pude parar e pensar no que eu queria para o próximo ano. No final das contas, nada saiu exatamente do jeito que eu queria, mas a minha obstinação por um propósito maior, sempre me trazia de volta para o caminho.

Então vamos para o balanço:

Uma das primeiras coisas que pensei e que queria fazer uma nova tatuagem, então, logo no começo do ano fiz um símbolo trappista na batata da minha perna direita. A tatuagem inflamou, infeccionou, me deu alergia, ficou toda cagada e nem tudo retocar... Mas bem... Eu fiz a tatuagem...

Final do ano passado foi quando eu comecei a me encantar pela Karina Buhr, e falei que este ano iria num show dela... Dia 25 de Janeiro pude prontamente realizar esse sonho, e o que era um flerte singelo, se transformou em amor a primeira vista. E em vez de um show, foram vários, e todos cheios de histórias e boas memórias. E acho que se tiver que elencar os melhores momentos que tive esse ano, sem dúvida os show da Karina estariam no top top.

Uma outra obstinação foi fazer desse meu ano sabático... Não cumpri isso estritamente, me apaixonei por algumas pessoas, mais especificamente: Sandrini, Bia, Luísa, Érica e Júlia. Bem menos do que eu costumava me apaixonar antes, e com bem menos intensidade. E apesar de reconhecer que preciso ir com mais calma, me jogar menos de cabeça, que preciso aprender a controlar meus nervos, enfim, que existe ainda muita coisa a ser melhorada. Tenho muito prazer em dizer que não me destruí por causa de ninguém. Chorei um pouco por cada uma delas (menos pela Bia... a Bia era só vontade de dar mesmo... Eu acho), quando as coisas terminavam eu fumava mais que o normal, eu ficava triste e comia muitos doces... Mas só isso... E duvido que eu tenha sofrido mais de uma semana por alguém. Ou que eu tenha insistido mais de 2 dias. E não que eu ache que eu tenha me tornado superficial, mas parei que querer dar meu melhor por coisas sem futuro. Então eu tentava, levava um não, sem querer sem insistente, confirmava se a resposta era mesmo não, confirmado isso, caia fora e segue a vida. E com certeza essa foi minha maior mudança. Além do que estatisticamente, antes eu me apaixonava muito e transava pouco, esse ano me apaixonei por 5 e transei com 4 delas. Isso foi uma GRANDE mudança de paradigma. Acho que finalmente sexo está deixando de ser um grande tabu. Algo que só posso (supostamente) fazer com alguém que acredito que vou passar minha vida toda.

Agora relacionando esses dois último tópicos, eu tenho uma capítulo a parte que não tinha como ser planejado: A Érica. Apesar de eventualmente eu ter me apaixonado por ela, foi algo diferente dos outros 4 casos, e dos outros 894347892784 que tive ao longo da minha vida. Como provavelmente ninguém vai ler isso, posso falar sem hipocrisia, acho que nunca me aproximei de garota nenhuma sem segundas intensões. Por mais que a amizade fosse legítima, sempre tinha algo subjacente. E a Érica foi a primeira amizade que criei livre de segundas intensões, e o que aconteceu foi um desdobramento natural das coisas, e não fruto dos meus tão conhecidos "galanteios". E infelizmente fiz bosta e acabei perdendo a amizade dela. Mas eu sinto falta da amizade, e não da paixão. Foi a primeira vez em que a amizade veio desde o começo acima de tudo. E talvez o meu maior e único arrependimento esse ano, foi por ter afastado a única pessoa que talvez tenha importado de fato.

Voltando, outra promessa que tinha feito, era me afastar da Thais. pois bem, me afastei, e depois de 8 meses retomamos contato. O que foi bom, porque antes eu me afastei por instinto de auto-preservação emocional, mas ainda colocava ela num altar, e graças a essa reaproximação com eu já não apaixonada, consegui ver que tipo de pessoa ela é, e fui grata por ela nunca ter escolhido ficar comigo em vez do Davison. Talvez eu continuasse cega por ela, e honestamente, posso não ser perfeita, mas mereço coisa muito, mas MUITO melhor.

Esse ano completei 1 ano de carteira assinada, pela primeira vez na vida! O que foi uma grande conquista, além disso fui promovida e fui ganhando cada vez mais autonomia no trabalho. Começar a ter conquistas que dependia exclusivamente de mim e sem uma visão romântica da vida, mudou minha forma de encarar as coisas.

E devido a isso, tive coragem de voltar pra trás e começar e recolher os cacos de tudo que sai quebrando no meio do caminho: Fiz uma solicitação para voltar para a faculdade, ela foi aceita e retorno ano que vem. Parei de só prometer que ia para a Bélgica, e fiz um plano de previdência privada, não é muito, mas ter começado, meu deu ânimo para começar a traçar novas estratégias para que esse sonho se realize. E então no mês passado me matriculei num curso de inglês, para ter mais confiança em me comunicar no exterior. E comecei a ver questões de milhas e já estou começando a pensar na compra das passagens.

Eu disse que me livraria das minhas dívidas, confesso que como dei prioridade em comprar e fazer coisas novas, ainda falta uma última parcela do curso de sommelier, mas que irei pagar segunda feira, ou seja, amanhã. E em 2012 nessa mesma época do ano eu tava tão fodida! Desempregada, sem sonhos, sem planos, largando a faculdade, vivendo pelos outros e com mais de 10 mil em dívidas, e agora pela primeira vez em 3 anos eu volto a ver algum futuro para mim.

Eu sempre quis praticar alguma luta, me inscrevi no muay thai, ok, só fiz 4 aulas, mas finalmente eu fui atrás, e pretendo voltar. Ano que vem também penso em voltar para a terapia. Sei que são muitas coisas, e nem sei se vou ter tempo para tudo isso, mas 2015 foi o ano em que aprendi a pensar em mim. Quando conheci a Érica, só foi possível porque queria ir no show da Karina Buhr e marquei com duas amigas e as duas furaram comigo, e eu fui mesmo assim.

Sei que é um processo, e minhas metas de começo de ano não se cumpriram prontamente, mas no saldo geral, eu consegui muitas coisas boas, e muitas coisas ruins aconteceram, mas dessa fez não deixei elas me destruírem, e transformei todas essas merdas em lições de vida. Não que eu tenha me tornado uma Pollyanna chata pra caralho, mas não dá pra você ficar se lamentando a vida toda. Merdas acontecem, e se elas não te afetam, vai se tratar, porque tem algo errado com você, mas se elas te paralisam, você precisa procurar uma saída.

2015 pode não ter sido o ano em que tive o momento mais feliz da minha vida, mas também no foi o ano em que tive o pior momento, mas principalmente, não foi como 2013 em que fiz a mesma afirmação, mas dizendo que foi um ano morno. Não, esse foi um ano quente, cheia de peripécias e reviravoltas, mas a experiência de vida te deixa com o pé atrás, o que impede o êxtase, mas impede a queda pra um inferno profundo. 2015 foi o ano em que decidi voltar a me conhecer, e sei que ainda há um longo caminho pela frente. Mas por mais babaca e clichê que seja, sempre esperei a aceitação vinda do outro, e ela nunca veio, e eu sempre fui criticada por ser quem sou, mas agora a aprovação parte de mim. Me dediquei em me conhecer. E o lado bom, é que se vejo algo que não gosto eu muda, e se vejo algo que eu gosto, a opinião dos outros sobre isso não pode mais me afetar. Então que 2016 seja um ano que eu enlouqueça de tantas coisas para fazer, e que eu esteja na minha melhor companhia, e qualquer um que apareça querendo me acompanhar parte da viagem, será bem-vindo, mas uma lição ficou: nunca abra mão de você mesmo por ninguém