terça-feira, 25 de setembro de 2012

Acerto de contas com o Passado

Toda segunda-feira a noite venho dormir na casa da minha mãe, pois terça de manhã a Paty tem curso, e sair de Cotia é muito pior. Mas esta noite foi diferente, minha mãe teve uma crise de vesícula, e não havia nada que pudesse fazer, mas preferir não dormir e ficar de vigília, desta forma, qualquer imprevisto eu poderia pelo menos gritar por socorro...

Mas para manter o corpo acordado é preciso manter a mente ativa... Como minha namora está em Minas, e há mais de uma semana não a vejo, a saudades bate mais forte. Decidi olhar sua fotos, e quantas fotos!

É engraçada essa necessidade que temos de nos comparar, de caçar coisas no passado, só para torturar nossas mentes com situações que estão absolutamente fora de nosso controle... Eu poderia simplesmente procurar por ela nas fotos, mas não! Procurei a história por trás, procurei os personagens...

E olhava ali aquelas pessoas, pelas quais um dia ela foi apaixonada, talvez até tenha amado... Dirigindo para elas o mesmo olhar que agora era "meu"... E que pretensão dizer que o olhar dela é meu... Sentimentos são tão fugazes... Do que me impota o que ela sentia até um segundo antes de me (re)conhecer? Mesmo naquele dia no bar... Pouco que importava ela, até um segundo antes dos nosso lábios se tocarem pela primeira vez... Tantas merdas eu já fiz... Tantas vezes jurei amor eterno que duravam menos do que uma semana!

Mas eu senti medo... De não ser o suficiente, com tantas pessoas incríveis que passaram na vida dela, o que poderia fazer de mim alguém especial? Eu não sou a mais inteligente, e nem a mais bonita, e nem a mais engraçada, e nem de longe a mais tolerante ou paciente, não tenho o melhor beijo, nem as melhores ideias, não tenho dinheiro, ou carro, ou nada de valor... Não tenho nem ao menos certezas, só algumas convicções com as quais vou tocando a vida... Tenho uma coleção de erros e de feridas mal cicatrizadas... Eu falo demais e estou sempre dando lição de moral, e sem moral nenhuma para isso...

Tudo isso eu também senti no começo do meu namoro com a Paty, mas o tempo e a convivência me fizeram mais segura... Mas tudo que tenho com a Aline é distância e pouco tempo... E ela tem todo tempo do mundo longe de mim para reavaliar, para se acostumar com a minha ausência... E sinto que na minha vontade de estar próxima, novamente me torno abusiva, grudenta, chata...

Às vezes surge bem de leve aquela ideia neurótica de que gostaria que antes não tivesse havido ninguém... Mas isso não dura nem um segundo, pois sei que foi tudo que vivemos que nos trouxe até aqui...

Então em vez de pensar sobre os ex dela, comecei a pensar sobre meu passado... Tanta coisas que já vivi... E pesou sobre mim as já mencionadas feridas não cicatrizadas... Pensei em o como a vida toda me deixei levar por falsas promessas, falsos encantos... E minha profunda falta de respeito-próprio fez eu me sujeitar a todo tipo de coisa...

Três anos obcecada por uma pessoa que nunca ligou para mim, simplesmente porque precisava ter um motivo para viver, e ela precisava de alguém adulando o ego dela... E como saldo disto tudo, uma noite... Sem sexo, só beijos e o devaneio da concretização de um amor, que na verdade, nunca existiu.

De boca em boca, de mão em mão... Às vezes abria mais o corpo, às vezes abria mais a alma, mas de paixão em paixão, que muitas vezes se encavalavam, eu nunca tinha paz... Sempre dependendo dos "outros", sempre vivendo de dramas. Precisando de grandes acontecimentos, que no fundo não passavam de idiotices...

Namorar 9 meses com uma garota que nunca amei, que nunca desejei, só porque ela me passava a mão na cabeça e me falava coisas bonitas... Fazer da vida dela um inferno, porque a falta de amor exigia que eu criasse alguma emoção. E depois que ela foi embora, passei quase 2 anos, chorando pelos cantos entre uma paixão e outra porque tinha perdido "meu grande amor", mas isso só durava até uma nova paixão, que tão rápida quanto vinha se extinguia...

Foram tantos nomes, tantos rostos, tantos signos, tantos lugares, mas um se destacou: Av. 9 de Julho!

Falo das minhas paixões, mas não posso ignorar meu grande mentor! Não que essa obsessão já não vivesse dentro de mim, mas ele que me ensinou a cultivar a possessividade, o amor doentio, a falta de auto-estima, o excesso de apego... Enfim, tudo que me fragilizasse e me fizesse uma presa fácil ao seu domínio...

Eric... Talvez o único amor que tive nesse meio tempo, se é que podemos chamar isso de amor... Mas eu o endeusava... Suas palavras para mim estavam acima do bem e do mal, e assim ficou muito fácil ele me arrastar para onde queria... Para um mundo de escuridão cercado de drogas, álcool, dominação, sexo fácil, superficialidades, roubo, mentiras...

E foi imersa nesse mundo, mesmo depois de já ter eleito a Denise como o "amor da minha vida", que ainda sim, eu fazia uma última tentativa com a Patrícia... E naquela noite, eu percebi que não havia caminho para nós duas, e pela mesma porta que a Patrícia saiu, entrou ela, a senhorita Grazi Massonetto...

Ela já entrou na minha vida com gritos estridente, Leonina, ascendente em escorpião, e vênus em escorpião... E a primeira coisa que disse diretamente para ela foi "você deve trepar bem"...

Todo mundo me achava uma vadia, e todo mundo achava ela uma vadia. E nosso primeiro encontro foi num puteiro, e nosso primeiro beijo foi um beijo triplo com um puta, que profetizou que iríamos namorar um dia... Ficávamos sempre que nos víamos, mas nunca antes de eu beber a ponto de gorfar...

Conheci ela porque ela conhecia o Eric... De 2007 há 2011 não houve uma conexão na minha vida que não tenha passado pelo filtro dele... E logo no primeiro dia, ele já ofereceu pra a Grazi 1 lexotan com bebida... E ofereceu muitas outras coisas... Que ele sempre oferecia para mim, mas eu não aceitava, e ela foi aceitando...

Deixei de falar com ela pouco tempo depois que nos conhecemos, justamente por um surto do Eric que tentou suicídio, ela jurou estar ali comigo, mas me abandonou completamente só, quando eu não tinha mais ninguém a quem recorrer, tudo isso para poder ir numa festa... Passamos meses sem nos falar... Mas voltamos... E quando voltamos era como se nada nunca tivesse mudado...

Como fiz hoje, eu costumava virar as noites na internet, e ela acordava cedo para trabalhar, e conversávamos pelo twitter, e trocávamos músicas toscas... E até hoje não consigo ouvir Roberto Carlos ou o primeiro CD da Shakira sem lembrar dela...

Marcamos de sair, e ela me confidenciou um segredo: que pela primeira vez na vida estava apaixonada, mas por alguém que não podia ser, pois era namorada de uma grande amiga dela... E eu confidenciei que também estava apaixonada, mas o problema era outro... Estava apaixonada por uma hetero, que tinha o "namoradinho perfeito"... Oh God! Malditos narizes grandes e cabelos enrolados que me fazem perder o rebolado...

Fizemos um trato e prometemos nos ajudar nessa história... E um belo dia eu disse "Grazi, sabe qual a parte mais atraente no corpo de uma mulher?", e ela respondeu "não" e eu disse "a aliança"... Decidimos fingir que namorávamos para assim chamar atenção dessas mulheres... Bem, para ela funcionou para mim não...

Mas eu era tão absurdamente carente, que me envolvi com ela, mesmo sabendo que seu coração já pertencia a outra pessoa... E muitas vezes descemos a 9 de Julho, e ela querendo falar de qualquer outro assunto que não fosse "nós", e ela sempre me falava de uma amiga que eu PRECISAVA conhecer... Era a melhor amiga dela, uma irmã! E me dizia o como nos daríamos bem... Mas que era difícil marcar algo, porque ela estudava em Minas e tinha uma namorada louca e possessiva.... E ela falava sem parar, e eu só queria que ela prestasse atenção em mim...

Mas felizmente ou infelizmente ou nunca foi burra, e desde o começo sabia que as coisas estavam erradas e que aquilo não ia durar e não ia acabar bem... Mas ela era minha amiga, e eu esperava que ela agisse como tal... E não que me usasse como muleta para escapar de uma situação, ou me usasse para fazer ciumes sem meu consentimento, e nem que se trancasse no banheiro com seu amigo Gustavo para falar mal e mim, quando a única coisa que eu queria era fazê-la feliz...

Queria que ela não tivesse criado aquele blog estúpido pelas minhas costas, e não tivesse me exposto desse jeito! Queria que ela não tivesse me feito comprar uma porra de uma aliança, para que no dia que eu dei para ela num rosa, ela tivesse mentido pra mim, e tivesse cheirado até o nariz explodir, e me traído na frente de todo mundo, e de manhã tivesse mandando uma mensagem pelo celular dizendo que me amava... Queria ter sido poupada de todo mundo me olhando com cara de pena...

Você não percebe o que me fez, Grazi? Sim... Muitas pessoas passaram pela minha vida... E tenho mais chifres na cabeça do que não sei o que... Mas eu nunca confiei em alguém como confiei em você, porque acima de tudo eramos amigas... E eu poderia estar aqui estar falando de qualquer coisa, mas é com você que quero acertar as contas! E sabe por quê? PORQUE EU TE AMO, PORRA! Porque todas as outras pessoas foram embora, e você ficou... E você me manda mensagens 3 horas da manhã e é uma troll do caralho, porque depois some por semanas seguidas e me deixa com saudades...

Eu fico tão orgulhosa de ver o quanto você cresceu e o quanto você mudou... Cheguei muitas vezes a pensar que você se perderia pra sempre, como tantos se perderam... Mas você voltou do inferno mais forte... E hoje é uma das pessoas que mais admiro... Eu sei que a recíproca não é verdadeira, mas você é a única amiga de verdade que tenho hoje... Claro que existem muitas pessoas que amo, e que quando encontro está tudo bem... Mas você se manteve próxima. E apesar de tantas mudanças de ambas as partes, nós continuamos aqui... Eu sei que posso mandar um sms 5h da manhã surtando, que você vai responder dizendo "calma, manola, me explica isso direito"...

Nisso de encarar o passado, eu finalmente decidi reler seu blog, tudo que dizia respeito a mim... No começo achei engraçado, pois eram as postagens mais recentes, mas quando cheguei nas antigas, percebi que ainda doía...

Quando terminamos, acho que enlouqueci um pouco... Namorei 6 meses com uma pessoa que nem sequer existia, um fake... E eu sempre soube que era um fake. E por que eu continuei? Porque fakes se moldam àqueles que pretendem enganar... E novamente estava eu continuando o círculo vicioso: querendo consertar no presente os erros do passado e na verdade só criando mais erros para serem consertados no futuro...

E então parecer a Reissi, o meu caso de amor mais tórrido... De 3 dias! Que na mesma precisão que veio, partiu... Mas partiu sem me deixar um coração partido... E percebi que fosse para o bem ou pra o mal, eu tinha mudado... E você estava lá quando eu conheci a Reissi, lá no bar da árvore... Na verdade, você que me ajudou a trazê-la pra lá...

E eu conheci a Paty, e eu não precisava dela, porque tinha aprendido  não precisar das pessoas... E por não precisar dela, finalmente pude descobrir o que é o amor... Não era mais carência, era algo maior, muito maior... E pouco tempo depois, lá estávamos as 3 se pegando no banheiro de um bar na Augusta... No mesmo dia em que finalmente consegui conhecer a sua tão falada amiga... Conhecer naquelas... Ela nem olhou na minha cara, e ainda sim, me achou assustadora!

Mas numa reviravolta do destino, aquilo que tinha tudo para ser uma nota de rodapé se tornou parte do enredo principal da minha vida...

E hoje lá estava eu vendo as fotos da sua amiga... Minha namorada... Que está em Minas... E que agora me fez voltar para você, para nosso acerto de contas final...

Nunca conversamos sobre nada que aconteceu... Eu engoli minha mágoa, e simplesmente voltei atrás... Porque entre me manter magoada ou te ter de volta em minha vida, eu escolhi você...

Mas até hoje os sons das suas palavras naqueles textos repercutem em minha mente... E tenho tanto medo de estar cometendo os mesmo erros... Eu já disse tantas vezes "eu te amo" sem sentido algum... Será que valeria de alguma coisa eu dizer agora o quanto eu amo a Patrícia e a Aline?

Pode parecer loucura... Ainda mais para você que está no meio disso tudo... Você que depois de ficar comigo e com a Paty  no bar, puxou a Aline no banheiro e ficou com ela... Você que contava nossas confidências para o Gustavo, que era justamente quem estava envolvido com a Aline até ela nos conhecer... Você que no final ficou no epicentro de uma história louca e maravilhosa...

E eu tenho medo que o eco destas palavras me impeçam de ser para elas os melhor que posso ser... Porque a cada vez que mando um sms dizendo "eu te amo, e estou pensando em vc", só consigo imaginar ela rindo disso num bar qualquer, com um outra pessoa ao lado, e pensando o quanto "Achava a namorada muito cheia de mimimi. Nunca gostou de se sentir presa, de alguém 24 horas, a todo fucking little time, no pé dela. Sempre precisou de espaço e estava se sentindo sufocada. Havia nascido para ser livre. "

Eu só quero parar de me sentir uma completa idiota a cada vez que digo a frase "eu te amo".

domingo, 23 de setembro de 2012

E a fada bateu asas e foi embora...

Lembro da época que eu namorava a Grazi... Uma vez fui mostrar meus textos pra ela, e disse que só conseguia escrever bem quando estava muito triste, que minha literatura e a literatura da frustração...

Não... pode-se dizer que eu tenha "a mesma qualidade literária", se é que eu tenho alguma, quando estou feliz ou quando estou triste... Mas quando estou bem sou motivada a viver! A sorver cada gota daqueles momentos... Mas quando eu estou mal, eu começo a me consumir em mim mesma... Parece que vou enlouquecer, e só vomitando tudo em palavras consigo ficar melhor...

Esse texto não é para ninguém, exceto para mim, e eu poderia muito bem escrevê-lo num diário, mas prefiro escrever aqui... Esse blog sempre fez parte de mim e da minha história... É parte de mim e um reflexo da minha personalidade, que é sempre tão confusa e contraditória, e que se mantém a mesma, apesar de tantas e tão profundas mudanças com o passar do tempo... Eu não sou constante... Gostaria de ser, e às vezes até finjo que sou... Mas até essas pretensa constância é só uma forma de variar minhas inconstância constante...

Parece que estou caindo vertiginosamente... Nas últimas 24h senti coisas que pensei que nunca sentiria novamente... Eu tenho um casamento tão feliz e eu amo tanto minha esposa! Não pensei que sofreria novamente por alguém...

e eu que estava indo tão bem na minha terapia de "só por hoje não vou surtar"... Eu não sei o que fazer... Estou sem chão, sem estrutura, sem ar... Sem cabeça... As lembranças e pensamentos ficam girando e girando e tento organizar e não consigo... E eu que dou conselhos para tantas pessoas... Isso me lembra um pouco o desenho "Alice no país das Maravilhas"... Em uma de suas canções ela diz "Paciência, Alice, eis um conselho bom, mas eu nunca ouço os bons conselhos que me dou"...

Eu preciso desacelerar um pouco... Deixar isso pra lá.. ficar calma, mas parte de mim não quer ficar calma... Honestamente? Parte de mim estava com saudade desta angustia e adrenalina que só uma decepção muito forte pode trazer... Mas sei bem onde isso leva... Esse vício em paixões me destruiu mais do que qualquer outro vício...

Não quero alguém que me cause isso! Eu preciso estar com alguém que queria estar comigo... Me assuma! Que esteja disposto a correr risco, e abrir mão do que precisar ser deixado para trás...

É incrível como ela abria mil abismos, e eu criava mil pontes, e então ela sempre ia e achava mais um abismo entre nós...

Ela me lembra um pouco o pior de tudo que já vivi... Ela é tão cruel e manipuladora quanto a "old Patrícia", parece que ela só fica dando brecha e permitindo que eu me iluda que ela me ama, só para ter vantagens, para ter o ego dela constantemente afagado, ter o rolê bancado, ter alguém disponível 24h para quando ela "tiver afim"... Tão relapsa quanto a Grazi... Que disse sim por incapacidade de dizer não... Que me usou como estepe por não poder estar com quem queria, mas que não hesitaria um segundo em me abandonar quando surgisse uma proposta melhor... Tão ausente e distante como a Lila... A diferença é que já tinha estado com ela pessoalmente! De resto a mesma coisa! Eu estava disposta a cruzar o Estado e ir até Minas só para vê-la... E ela não estava disposta a levantar a bunda da cadeira e ir até a porta para me recepcionar caso eu fosse para lá...

Me sinto usada e feita de boba!

Queria nunca ter conhecido ela! Queria que depois do festival da Lua Azul eu e a Paty tivéssemos ido para casa! Ou que ela nunca tivesse me chamado! Ela nem falava comigo! Por que ela teve que me chamar? Queria nunca te beijado os lábios dela! Queria que meu mundo nunca tivesse parado ao sentir aquele beijo... Queria não ter chamado ela para conversar no chat do face.. Queria que ela não tivesse nos convidado para ir ao cinema... queria não ter comprado aquelas garrafas de vinho... Queria nunca ter lhe beijado novamente... Queria não ter dito que a amava... queria que ela nunca tivesse dito que nos amava também... queria que ela tivesse recusado ir lá em casa... Queria que ela tivesse ido embora antes que eu fosse tão completamente dela que não fosse volta... Queria que ela nunca tivesse ido embora pra Minas... queria que ela pelo menos tivesse lutado um pouco antes de simplesmente pedir um tempo, e dizer que tudo aquilo era demais, estava tudo rápido demais...

Queria ter me entregado menos, amado menos... E agora sofreria menos!

É tão ridículo... Ter acreditado assim... Em um dia ela diz que nos ama, e no outro ela fica com um cara que costumava ficar, como se nada tivesse acontecido... Num dia ela diz que quer estar com a gente, e no outro diz que estamos sufocando ela, prendendo... Num dia ela diz que quer ser nossa a vida toda, e no outro ela precisa de um tempo...

Isso é tão infantil! Ela parece uma menina de 13 anos! Não sabe o que quer e fica destroçando corações enquanto não se resolve...

Ela não teve coragem de assumir, e nem coragem de sumir! Diz que não aguenta o tranco, mas não estava terminando com ninguém... Só precisava que entendêssemos seu tempo... E nosso tempo? E nossos sentimentos? Eu jamais pressionei ela a nada! Eu sempre pensei que o problema era eu, e que se eu fosse boa para as pessoas, elas seriam boas para mim, mas não foi bem assim...

Ela pediu para sair, mas não teve a hombridade de fechar a porta, e deixou feridas abertas... Será que ela espera realmente voltar e achar tudo como estava?

Como disse no início, ainda sou a mesma, mas muita coisa mudou... Não posso esperar a via toda por alguém que negou meu coração quando lhe entreguei numa bandeja... Não vale a pena alimentar algo sem futuro... Um feto acéfalo já é um feto morto, não vale a pena continuar alimentando algo que não leva a luar algum... não adianta querer tirar leite de uma vaca morta.. Ela quis partir... E agora, encontrará uma porta trancada.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Conto de fadas (literalmente): O triângulo

Olá a todos, eu sou uma fada do fogo, e estou aqui para contar para vocês um pouco da minha história, mas se eu fosse contar tudo, precisaria de uma coleção de livros!

Nós, fadas, não somos seres "sobrenaturais", pois habitamos a natureza e a protegemos. Mas eu sou uma fada muito diferente do que você imagina... Sou perfeitamente visível para qualquer um, mas só os mais atencioso podem ver minhas asas, isso porque encarnei como humana.

Quando encarnamos, esquecemos de quem somos e porque viemos para cá... Somos como qualquer humano encarnado; e aprendemos a andar, a falar, a termos os valores sociais comuns... E é aí que começamos a sentir que algo está errado, e aos poucos, bem aos poucos, vamos nos redescobrindo como fadas...

Mas como disse, não somos seres sobrenaturais: sentimos amor, desejo, raiva, dor... Temos que recarregar nossas energias, servimos e amamos a mãe Terra... Mas como estou na condição de humana, aproveito o aqui e agora: saio, bebo, danço, canto, rio, trabalho, tenho casa, etc e tudo nos padrões humanos.

Há um tempo atrás conheci uma fada da água encantadora, uma alma gêmea, irmã e companheira, e hoje somos casadas. Claro que por termos sido criadas nos padrões humano, no começo acreditávamos nessa visão deturpada de amor ligado à posse, ciumes, controle, violência, exclusividade...

Isso é errado! O Amor jamais se esgota em si mesmo, e quanto mais se ama, mais se tem para amar, de diversas formas, em diversas intensidades, e às vezes da mesma forma e com a mesma intensidade!

E tudo isso só ficou claro para nós depois do ritual da Lua Azul, quando conseguimos falar com Gaia. Amar é comungar, é se tornar um com o outro, e eu e minha esposa somos tão intrinsecamente uma só (mesmo cada uma sendo única e individual) que não é estranho dizer que nos enamoramos (não "apaixonar", a mesma palavra que deu origem a "paixão" deu origem à patologia e padecimento, ela é violenta e dolorosa, enamorar é envolver e ser envolvido de amor; mas como dizia, eu e ela nos enamoramos...) por uma outra fada linda, linda!da chama violeta que conhecemos no final da Lua Azul... Na hora certa tudo vem...

Mas para contarmos essa história, talvez seja mais interessante usarmos termos humanos...

Meu nome é Lúcia, tenho 23 anos e dizem que sou até bem bonita, talvez eu seja a que mais parece uma fada, de tão baixinha que eu sou! Minha esposa, Anita, é a garota mais amorosa e gentil que já vi nesse mundo...

Logo que nos conhecemos sabíamos que estávamos destinadas a ficar juntas, começamos a namorar no dia seguinte, ela até terminou o namoro dela de dois anos, namorado que, aliás, era o irmão do meu melhor amigo. Eu também namorava, mas meu namoro com a Naty só era de brincadeira, nos pegávamos de vez em quando, só para se divertir, porém, já tínhamos namorado de verdade algum tempo antes...

Como eu morava muito longe da Anita e sentíamos a necessidade de estar sempre perto, casamos com menos de um mês e meio de namoro! Decidimos nos casar num segunda-feira e na sexta estávamos assinando a papelada.

Casamos com um mão na frente e outra atrás, casamos com a fé que nosso amor superaria tudo: a falta de dinheiro, a resistência da família dela que não aceitava, os obstáculos que encontrávamos pelo caminho, não foi fácil, mas conseguimos e nunca pensei que pudesse ser tão feliz.

Nossas madrinhas de casamento foram a Naty e a Julianna, duas amigas nossas que já havíamos ficado... Ah! Esqueci de falar! A Anita ficou com a Naty, minha ex! Um dia fomos para a Augusta, pois ela ia encontrar a Fernanda, uma amiga de infância que não via fazia tempo, pois ela faz faculdade em outro estado. Mas a Fernanda estava ficando com outra garota nesse dia, e acabou se excluindo da roda, e não seria exagero dizer que ela nos foi totalmente indiferente...

A Anita e a Naty se deram tão bem que acabou rolando entre elas, e comigo também! Já a Julianna era uma antiga amiga minha, e aconteceu mais ou menos a mesma coisa. O que mostra que eu e a Anita sempre fomos liberais, mas ainda sim, humanas demais e com muito sentimento de posse, então no físico, tudo bem, desde que não houvesse nada emocional... Eu acho que até então, foi melhor assim mesmo, pois não estávamos prontas e elas definitivamente não eram as pessoas certas...



Contiua......