segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O que você faz quando algo quebra?

Você é do tipo de pessoa que "quebrou joga fora e compra um novo"?

Então você provavelmente jogaria fora está estatueta aqui, não é?





Se você tiverem um pouquinho de paciência, gostaria de mostra para vocês o que eu decidi fazer...
(mas se decidir ver as imagens, decida-se também por ler o texto no final desta postagem)















































































Se você chegou até aqui, seu dedo deve estar doendo de tanto "scroll"... Então não custa nada me dar alguns instantes da sua atenção...

Uma coisa que sempre me incomodou, foi esta compulsão que as pessoas criaram por tornar tudo descartável, inclusive outras pessoas e até sentimentos... Se está velho, joga fora! Se quebrou, joga fora! Se lançaram um modelo novo, joga fora! Se teve uma briga, joga fora! Se está difícil, joga fora!

As pessoas sabem dar preço para as coisas "moro numa casa de 200 mil reais, meu celular é um smartphone de R$700,00, tenho uma caro de 30 mil..."

Mas está cada dia mais difícil conhecer alguém que saiba dar valor... E dar num sentindo de doar valor... O preço é pré-estabelecido por interesses financeiros e sociais, o valor somos nós que criamos... E só se dá valor por aquilo que se luta, que se conquista... É impregnar um pouco de você em tudo que você faz ou tem.... Então as coisas, os sentimentos e as pessoas param de ser descartáveis...

Esta santa tem 30 anos! Minha avó se chamava Isabel, e deu uma imagem de Santa Isabel para cada filho... Imagens de gessos, destas feitas por atacado... Nove filhos, nove imagens iguais... Uma por uma elas foram quebrando e sendo jogadas fora... A da minha mãe também quebrou, várias vezes, e todas as vezes que uma parte quebrava, ela ia e colava (com super bonder, cola de madeira, cola quente, tenaz, o que estivesse a mão)... A pintura foi desbotando, tentaram pintar por cima e a emenda ficou pior que o soneto... 

Uma imagem velha, toda remendada, mal pintada e suja... Qualquer um jogaria fora... Minha mãe não quis... Não pelo preço, mas pelo valor que aquilo tinha: a última lembrança da mãe dela... Às vezes ela pegava a imagem na mão e dizia "Tadinha da minha santinha, toda detonada, mas se eu perdesse ela ficaria muito triste..."

Então resolvi restaurar... Buscar modelos das cores e forma originais... Não foi fácil. Tive que lixar, quebrar todas as emendas, reconstruir partes com gesso e repintar... Mas não minto, foi um exercício pra lá de satisfatório...

Acho que a experiência de restaurar a Santa, foi um pouco a experiência de restaurar a mim mesma... Nós nos acostumamos... Então quando algo quebra em nós, colamos mal colados e tentamos ignorar a cicatriz... Nossas cores, antes vibrantes, começam a desbotar, e a gente nem se olha mais, para não ter que ver o horror que nos tornamos... a gente se suja... Você pode tentar só passar uma tinta por cima, pode esconder um pouco a sujeira, mas vai descascar rápido e as marcas estarão ali... 

A mudança tem que ser profunda! Temos que nos despir de tudo... Olha honestamente para nós mesmos, sem máscaras... É necessário cutucar velhas feridas... E muitas vezes é preciso quebrar ainda mais antes de chegar a um conserto... 

Pode ser trabalhoso, mas garanto que no final vale a pena!


6 comentários:

  1. Ahhhhh ficou perfeita!!!!!!nossa as cores, o cetro ficou lindo...Realmente me orgulho de vc.(lila)

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  2. Obrigada! Você sabe que talvez eu nunca tivesse tido coragem de tentar se não fosse o seu apoio... Eu te amo

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  3. Magina!!!esse eh o seu poder interior,eu nao fiz nada.

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  4. Que maaaaaaaaaassa! *-*

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