domingo, 5 de outubro de 2014

Um tempo sozinha

Não suporto mais relacionamento! Simples assim!

Um namoro emendando no outro só serviu para me enlouquecer completamente. Tento fazer as coisas darem certo e o que recebo? Um imenso nada!

Um namoro de basicamente um ano e meio jogado no lixo porque a pessoa ainda vive a esquizofrenia de que preciso corresponder às suas expectativas, ou então o que eu sinto não é verdadeiro. E uma paixão de mão única na qual eu me entreguei completamente e recebi menos do que migalhas em troca!

Cansada de não ser desejada, de tudo ser tão pesado, de nunca ser o suficiente pra ninguém. Cansada de ser a pessoa errada, ou ter aparecido no momento errado, eu ter nascido no sexo biológico errado, em resumo: minha existência é um grande erro na visão dos outros, então prefiro ser essa merda desse erro sozinha, sem precisar ser constantemente preterida e humilhada!

To cansada! E a cada dia mais chegando à conclusão de que não é possível existir relacionamentos saudáveis, simplesmente porque as pessoas não são saudáveis, eu mesma não sou.

A solidão parece ser a única forma plausível de suportar essa existência dolorosa, pautada em cobranças e abandonos.

O pior erro da minha vida? Ter tido esperança de que um dia as coisas seriam melhores, porque elas nunca são e nunca serão.

sábado, 27 de setembro de 2014

A Arte de Esquecer

Talvez a vida seja composta de uma dialética bizarra na qual sempre queremos aquilo que ainda não temos ou o que já foi deixado para trás. Por muito tempo eu fiquei em um grande limbo existencial, e por mais que eu me dedicasse e buscasse inspiração, nada me tirava do meu tédio (quase) absoluto. E naquele momento eu daria tudo para poder sentir novamente, sentir qualquer coisa, boa ou ruim, mas que fizesse eu sentir a existência.

Pois bem, em um golpe bizarro do destino, eu voltei a sentir, e não apenas uma coisa, mas muitas de uma vez. Um sentimento complexo e paradoxal. Algo que me fez sentir novamente viva, mas que não mesmo tempo me dava vontade de morrer. A dor e o prazer estavam intrinsecamente misturados.

Mas esta foi uma história que nasceu errada desde o começo, algo que não pode e não deve acontecer. E talvez por isso tenha sido tão bom, talvez por isso tenha me movido do meu tédio. Porém, como eu disse no começo, a vida é essa dialética bizarra. Alguns chamam de ingratidão a gente querer sempre o que não tem, eu chamo simplesmente de vida, porque a satisfação completa por paralisaria. E apesar de ser algo recente, com pouco mais de um mês, e chegada a hora de voltar a praticar a milenar arte de esquecer.

Não para fugir do sofrimento, pois, pelo menos comigo, a dor e o prazer nunca conseguiram existir um sem o outro, mas porque é algo sem futuro. O que incomoda não é a dor em si, mas a frustração do desejo não realizado. Eu poderia me contentar com raspas e restos, desde que essas raspas e restos fossem só para mim, mas não são. O que recebo é muito pouco, muito menos do que preciso para satisfazer esse desejo louco que me consome.

E se por um lado essa paixão me tirou do tédio, por outro, e meramente por comparação, ela faz as outras coisas parecerem ainda mais tediosas.

Nos últimos anos tenho me esforçado muito para não me perder nos meus infernos particulares. E por isso é a hora de por um fim. Porque essa relação nem satisfaz o desejo que ela mesma cria, e me faz perder o interesse pelas outras coisas. E isso não pode acontecer. Porque sei que um dia, ela irá embora, e o que restará serei eu, e portanto, tenho que estar inteira.

Talvez a arte de esquecer (alguém), seja a arte de lembrar de si. As cobranças têm vindo de todos os lugares, e eu dou o melhor que posso, mas nunca é o suficiente, e estou começando a me cansar de ter que provar o tempo todo quem eu sou. Porque na minha ânsia de provar, eu esqueço de ser.

E me pergunto: será que existe algo entre meus infernos e meus paraísos que não seja esse nulo absoluto? Talvez eu esteja ficando velha, para começo a deseja uma vida tranquila, porém, este parece ser o caminho errado. Mas para que eu possa descobrir o caminho certo, preciso pensar, e para conseguir pensar em qualquer coisa que não seja nela, primeiramente, terei que descobrir uma forma de esquecer...

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Eu sei que não é culpa dela (nem de ninguém)

Acho que durante minhas crises depressivas desencadeadas por alguma desilusão amorosa, as pessoas devem me achar mais louca do que de fato eu sou. Talvez fique a impressão de que estou sendo excessivamente dramática e fazendo tempestade em copo d'água. Afinal, nenhuma garota merece que eu me destrua assim.

O problema é que ao me julgar, as pessoas partem de seus próprios pressupostos. Elas estão tão condicionadas a uma cultura "romântica", que acreditam que aquela pessoa é a responsável por quebrar meu coração e levar todos meus planos pro bueiro, junto com as minhas motivações.

Mas essa idealização do amor romântico que quando não concretizado devasta a vida do amador é uma projeção delas sobre mim, porque eu sei que não é nada disso. Não vou mentir e dizer que sempre soube disso, mas quando se convive com crise extremamente problemáticas durante muitos anos, você para de procurar culpados e busca razões muito mais complexas, e não falo mais em culpa, e sim em "gatilhos".

E não posso culpar ninguém pelas minhas crises, nem mesmo meu pai que me abandonou e me entregou de bandeja para um predador, nem meus estupradores, nem meus familiares com história crônico de abuso... E se não culpo esse monstros, lógico que não culparia uma pessoa adorável cujo o único "pecado" teria sido não me querer como eu a queria.

Claro que as atitudes alheias me afetam diretamente, mas muitas pessoas passam por experiência parecidas, algumas até piores e lidam com isso de outra forma. Não estou dizendo que haja um jeito certo ou errado de lidar com seus fantasmas, mas sem dúvidas eu tenho uma predisposição para depressão, e mesmo que tivesse sido só fatores ambientais que a causaram, com certeza não foi um fato isolado e muito menos a culpa de uma pessoa só. E também não foi minha culpa! Sei que faço minhas escolhas, e que elas igualmente me afetam, mas repito: é uma confluência de fatos.

E decidi admitir que lidar com isso está além das minhas forças, porque quando se trata de alguma debilidade mental, seja a nível físico, psicológico ou psiquiátrico, as pessoas tendem muito a culpar o doente. É basicamente a mesma lógica do estupro: se você está sofrendo com isso, de alguma forma a culpa é sua. Mas ninguém em sã consciência poderia escolher viver nesse eterno mal estar.

Não se trata de querer, ou não se esforçar o bastante para mudar as coisas. Se alguém é diagnosticado como diabetes, óbvio que a pessoa vai mudar a alimentação, e óbvio que algumas escolhas alimentares ao longo de sua vida colaboraram com o quadro, mas ninguém questiona que de fato há uma predisposição genética, influência de outros fatores ambientais, e a necessidade de uma tratamento para controlar a doença por quanto tempo for necessário. Mas quando se trata de depressão, bipolaridade, esquizofrenia, etc, etc, etc a lógica não é a mesma. Parece que querer procurar ajuda te dá um estigma ainda maior.

E eu to cansada das pessoas dizendo que não devo procurar ajuda porque tenho que encontrar forças dentro de mim, porque não é tão grave assim, eu que gosto de me fazer de vítima, que basta eu querer mudar que tudo melhora, que isso vai matar minha criatividade, o que é uma pena já que tenho tanto talento...

E parece que ninguém liga pra mim ou pro meu bem estar. Ninguém liga que se todo os dias quando eu acordo a primeira coisa que eu penso é "Meu Zeus, como seria bom estar morta", isso não é uma mera falta de boa vontade. E também não adianta querer me reduzir as suas experiência pessoais! Isso é diminuir minha vivência, meu esforço e até mesmo minha individualidade.

Enfim, mas o que queria dizer nesse post é que mesmo nas crises, sempre me resta uma ponta de racionalidade, e que se serve para alguma coisa, quero deixar nos registros que não tenho mágoa da Karina, e nem acho que ela seja a causa dos meus problema (coitada, caiu de para-quedas no meio da minha loucura), e que sei que não foi por mal, mas ela simplesmente acionou certos gatilhos meus, o que, diga-se de passagem, não foi muito difícil, já que já faz muito tempo que estou numa "fase" terrível.

Espero que as coisas se ajustem, e que as crises parem, e que eu possa amadurecer de fato, porque poderei usar tudo que venho aprendido ao longo desse anos sem colocar tudo a baixo porque de repetente por uma semana eu decidi não sair do meu quarto e na semana seguinte eu resolvi ofender todo mundo ao meu redor, e em seguida me trancar novamente no quarto e ficar me auto-mutilando...

É uma verdadeira merda me esforçar tanto para dar um mísero passo para frente, e quando vem a crise, me sinto dando 5 passos para trás. Me sinto naquela música da dona aranha, que nunca chega a lugar nenhum, porque não importa o quanto ela se esforce em subir, vem a chuva forte e lá está ela de volta a estaca zero, mas a gente sempre recomeça, né?

Não acho que terei uma vida perfeita, e sei que haverão dias de chuva, só espero que esses dias não sejam mais capazes de destruir basicamente tudo que eu amo.

Espero um dia não ter que perder a amizade de alguém que amo tanto, só porque essa pessoa, num tropeço, disparou algum gatilho, e eu a atingi com tanta violência que sei que ela nunca mais voltará a querer olhar na minha cara...

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Um inbox...

"meu, será que ela tem noção disso? de que ela conseguiu o que ninguem conseguiu?? te deixar a vontade, te deixar apaixonada por tanto tempo. Será que ela não manja que vc é uma pessoa foda pra caralho e que essas coisinhas que ela tá fazendo agora, desnecessarias, podem fazer ela perder a chance de estar ao seu lado?"

Não... Acho que ela não faz a menor ideia e nem se importa... Acho que novamente eu que fui uma idiota por abaixar a guarda, no final, tudo termina igual...

Eu Nunca Serei um Homem (E Eu Sei Disso)

Várias coisas estão rodando pela minha cabeça agora, e como é recorrente, não sei bem por onde começar.

Lembro de ter lido uma vez um teoria freudiana que as meninas, ainda pequenas sofriam de algo que ele chamava de "inveja do pênis", e embora eu ache Freud genial em muitos sentidos, não acho que ele esteja acima de qualquer erro. E acredito que o que ocorre não seja uma questão biológica, ou puramente psicológica, mas talvez um fenômeno psico-social.

Você não precisa ser um grande gênio para perceber que quem nasce homem larga na frente, e se nascer branco, classe média pra cima e heterossexual então, nem se fale! Não que pessoas que se enquadrem nesse grupo não tenho problemas pessoais, mas elas não carregam todo um ônus histórico nas costas...

Ontem a gente estava bem, eu não pedi nada, eu não cobrei nada, eu não exigi nada, eu não fantasiei nada, eu não esperei nada. Então hoje ela me vira e diz "Cá... Você sabe que eu ainda gosto de homens, certo?". Minha primeira reação foi defensiva, do tipo "mas quem perguntou e quem disse que eu quero saber disso?", mas depois isso foi um gatilho para todas as milhares de vezes que ouvi coisas assim durante minhas vida toda.

Eu sempre me senti deslocada no mundo, como se minha existência em si fosse um erro. E talvez eu realmente seja uma suicida em potencial, mas meu instinto mais básico continua sendo o de sobrevivência, e para mim sobreviver significou construir muros e mais muros ao meu redor. Desde muito criança eu descobrir que muitas vezes àqueles que deveriam te proteger são justamente os que vão te machucar, abusando de sua falta de força e de defesa, e se você ousa pedir ajuda, será desmentida "é coisa de criança", aprendi a não confiar em ninguém. Aprendi que meu corpo era errado, que meus pensamento eram errados, e que eu nunca seria boa o suficiente. E minha forma de sobreviver? Afastar tudo e todos.

Claro que sinto desejos e necessidades, eu quero e preciso de afeto, mas sempre ao menor sinal de abuso, ao menos sinal de censura, ao menos sinal de qualquer ameaça, eu já montava todas as minhas defesas.

Então um dia aparece alguém que burla todas suas defesas, porque em momento nenhum demonstra ser uma ameaça, alguém que nunca te julga, te pressiona, te compara. Alguém com quem você simplesmente se sente a vontade de ser você mesma. E que te tira sorrisos, e não porque você espera algo, mas porque as coisas são como são, sem depender de uma nostalgia ou uma esperança.

E um belo dia, talvez sem nenhuma intenção, talvez como uma forma de defesa, a pessoa puxa o gatilho, te desmonta, te coloca diante da solidão que você criou para não ser inadequado, e você percebe que ainda sim sempre será inadequado.

Um homem não precisa se dar o valor, o valor dele consiste em sua própria existência, e uma mulher tem sempre que reafirmar o seu valor. E boa parte do seu valor reside na aparência.

Quantas pessoas eu já não amei como todo o meu coração, e que me disseram "se você fosse um homem eu com certeza ficaria com você", e eu percebi que não importa o quanto eu me esforce, não importa quais minhas qualidades, eu tenho uma boceta e isso sempre fará de mim a pessoa errada.

E quando eu fazia curso de pintura, eu ouvia "você tem muito talento, pena que é mulher, e mulheres sempre produzem uma arte inferior", e eu percebi que não importava quantas horas por dia eu me dedicasse, não importa quantos anos eu praticasse, minha arte sempre seria inferior por ser minha.

E quando eu fazia faculdade de letras me perguntavam "mas você vai dar aulas?", e eu dizia "não...", "mas mulher que faz letras só serve para dar aula", afinal, quem quer ler um livro de mulherzinha?

Eu sei que existem e existiram mulheres incríveis ao longo da história, mas elas sempre tiveram que se validar constantemente, ou existir a sombra de um homem. E eu duplamente errada: uma mulher que ama mulheres, com os dedos duplamente apontados para a minha cara, tenho que dar a sorte de me apaixonar por alguém que goste de vaginas e não por alguém que goste de mim, porque aquilo que eu sou, nunca será o suficiente.

Você gosta de homens e me diga em que momento em questionei isso, eu só queria saber se você poderia gostar de mim, assim como eu sou, sem remendos... Mas acho que eu tenho minha resposta...

quarta-feira, 28 de maio de 2014

O que você nunca viu

Como um fantasma
Eu estive sempre aqui
Você não viu
Você nunca vê nada

E não entende
Como nunca entendeu nada
De tudo que te disse

Eu estava perdida
Jamais disse que estava certa
No silêncio de cada noite
Implorei por ajuda
E você não me ouviu

Agora é tarde
A noite é escura e fria
Você foi embora
E como um fantasma
Continuo aqui perdida

Fragmentos

Às vezes o que dói no peito
A gente tenta cortar na carne
Me dizem para parar
Me falam de respeito a vida

Então por que não respeitar
O corpo, o tempo e o espaço do outro?
Por que não respeitar
Quando alguém diz "não"?

Falam que ser feliz
É uma simples questão de escolha
Mas me diga quem
Em sã consciência quer ser infeliz?

Às vezes o corpo pede socorro
Às vezes as marcas invisíveis
São aquelas  que mais doem
Mas a culpa é da vítima

Por não conseguir
Um poder sobre humano
De fingir que aquelo que te destruiu
Na verdade não significou nada


Grito de uma Sobrevivente

Sou uma pessoa
Invariavelmente danificada
Me bateram a vida toda
Quando ninguém mais via

A cada dia me dava
Uma nova dose de veneno
Todos os sonhos foram abortados
Toda a luz se apagou

Cai numa areia movediça
E estagnei
De tanto apanhar, aprendi a bater
Então a culpa se tornou minha

Cai na minha própria armadilha
Entrei num beco sem saída
E quando tentei dar meia volta
Uma matilha apontava o dedo e ria

E sem tentar entender
Tudo que eu sempre passei
Bradavam que a culpa era minha
Só minha, sou minha

Sobre caminhos que não dão em nada

Esse é um daqueles momentos desagradáveis da vida onde parece que todos os caminhos levam para o mesmo lugar, no caso: lugar algum.

Isso não é culpa de ninguém, nem mesmo minha, porque cansei de me torturar por não conseguir controlar tudo que me acontece ou acontece ao meu redor.

Só que parece que mais nada me move ou me motiva, estou numa completa inércia, da qual as vezes sou retirada por um solavanco e depois volto a programação normal.

Não sei o que fazer. Faz tempo que não espero que a vida tenha sentido, espero apenas conseguir sentir que estou viva, mas meu corpo parece anestesiado, bem como minha mente e sentimentos.

Não sei exatamente o que espero com tudo isso. Lembro que me perguntaram uma vez porque eu alternava entre desenhar e escrever e eu disse: quando eu me sinto feliz, motivada, esperançosa ou com qualquer sentimentos positivo, eu me sinto compelida a desenhar, já quando me sinto frustrada, sozinha, triste, decepcionada ou com qualquer sentimentos negativo, eu me motivo a escrever.

A questão é que mesmo meus desenhos, atrás de toda aquela pretensa alegria colorida, escondem toda a minha frustração e fragmentação, e minha escrita, por mais melancólica e depressiva que pareça, mostra em seu plano de fundo uma certa esperança de que dias melhores virão, mesmo que eu não saiba como e nem quando.

Talvez o que eu espere tudo isso seja aliviar o peito, dizer para o nada e evitar falar o que eu sinto para quem eu mais gostaria de dizer. Sigo jogando meus sentimentos para baixo do tapete, e num discurso desconexo, maquio meus desejos e vontades dizendo que estou melhor assim, e que não importa o que eu sinta agora, vai passar...

Mas nunca passa, porque quando levanto o tapete para esconder o mais novo sentimento que me toma, descubro lá todos os antigos sentimentos, diligentemente escondidos, mas que me assombro todas as noites quando deito a cabeça em meu travesseiro.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Sobre o por quê você está errada e não tem o direito de voltar agora

Podemos partir de dois pressupostos:

1 - A Lúcia não existe e nem nunca existiu, porque ela não passa de uma projeção da minha cabeça.

2 - A Lúcia existe e sempre existiu, porque ela é uma parte de mim, talvez baseada em alguma loucura ou fragmentação do meu ego.

A questão é que eu sou minha e só minha, e minha existência, por mais maluca que seja, não depende da validação de ninguém e muito menos da existência de alguma pessoa em especial.

E também não preciso de alguém que me transborde, e o máximo que eu posso esperar de alguma pessoa com a qual eu me relaciono é que ela me compreenda, não me julgue, e que com sorte me faça sentir mais viva.

Depois de meses de covardia, de medo de mostrar a cara, buscando pretextos sobrenaturais para não me ver, e até mesmo desculpas esdrúxula para não me mostrar que pelo menos você era de verdade, você vem querer me convencer que foi uma mentira algo que eu realmente vivi?

Você se esforçou para sempre ser nada além de uma ideia projetada através de letras em uma tela. Mas eu sou grata a você. De algum modo você fez eu me conhecer melhor, me aceitar melhor.

Porém, não sou mais a mesma pessoa carente e iludida, e descobri algo que você nunca pode me mostrar: eu preciso de pele, eu preciso de calor, eu preciso de sensações. As coisas até podem começar como uma projeção online, mas um dia essa relação tem que se tornar humana para que o sentimento seja verdadeiro.

Ontem mais cedo eu tinha dito para um amigo "eu preferia ter trocado aquela noite e aqueles beijos por manter minha relação com ela como era", mas depois do seu inesperado comentário eu percebi que não.

Eu ansiei por aquele olhar, por aquele toque, por aquele beijo... E pode ser que tudo esteja arruinado agora, mas eu posso deitar minha cabeça no travesseiro sabendo que foi real, que ela existe, que pode ter sido apenas por um instante, mas ela me quis, e aconteceu e nada no mundo pode mudar isso.

Eu passei 6 meses da minha vida te esperando, e tudo que eu tenho hoje é uma frustração e uma falta de convicção do que era real e do que era mentira...

A Lúcia não precisa de um cavaleiro, porque hoje ela é uma mulher forte, madura, independente, talentosa e feminista! Eu não preciso se resgatada, eu não preciso ser completada, eu sou capaz de escrever minha própria história, nem que for com meu sangue.

E talvez eu não acerte na primeira, mas como alguém muito especial me disse uma vez, eu vou tentar até quebrar...

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Insônia, Solidão e Muita coisa para pensar...

Karina, Vanessa, Camila, Cris, Luciana, Aline,Patrícia, Reissi, Lila, Grazi, Carol, Denise, Patrícia, Bia, Bruna, Rebecca, Brígida, Verônica, Jéssica, Caio, Vinícius, Douglas, Pedro...

Uma patética linha de trás pra frente de fracassos emocionais, remontando à mais tenra idade, à minha primeira paixão no fatídico Pré II... Falando das relevantes, sem contar tantos outros nomes no Meio do caminho, que daria para fazer uma rifa.

E por mais eu ainda namore a Cris, e algumas dessas pessoas digam que está tudo ok, passado é passado, e que a Karina (ainda) não tenha me cortado da sua vida. Ainda sim são fracassos emocionais, pq eu sou um fracasso emocional...

Não tenho registro de tudo que já escrevi, e muito menos do que falei e pensei... Muitos cadernos foram levados pelo tempo, em que dentro de um coração estava meu nome com o nome de outro alguém... Vídeos deletados, Fotolog, icq, históricos de msg, orkut, skype, status de facebook que jamais me recordaria.

Mas restou esse blog, um sorteio aleatórios de momentos que tiro para mim. As vezes 10 vezes num dia, as vezes 1 vez em um ano.

Eu tenho esse blog desde setembro de 2009, nem faz tanto tempo assim, mas em 5 anos era de se esperar que eu tivesse amadurecido.

E ai olho para trás, e vejo que sim, eu aprendi algumas coisas, eu não parei no tempo... Meu desenhos melhoraram, talvez minha escrita tenha melhorado um pouco também, cresci muito a minha visão social do mundo, viajei, conheci muitas pessoas, fiz vários cursos, fui para vários novos lugares...

Mas emocionalmente eu continuo a mesma criança assustada que era quando eu tinha 6 anos de idade... \Pronta para ouvir o garoto que eu gostava me chamando de "strogonoff" e então dá-lhe um cascudo bem no meio das fuças!

Eu aprendi a ser um pouco mais sociável e civilizada, mas tudo isso se construiu só no âmbito das aparências, com todos aqueles que não importam. E com aqueles que eu gosto, já os espero de punho cerrado, esperando o primeiro sinal de ataque para lhes ensinar a não brincar com meu coração...

Talvez eu já tenha nascido mutilada da função de amar se amarras. Eu sou legal, sou bacana, falo de coisas interessantes, te trago para a minha teia e então ataco! No pior sentido possível do termo. Eu espanto as pessoas... E quanto mais eu quero mante-las parto, mais eu as empurro para longe... E vejo que já tive essa reflexão um milhão de vezes.

E por mais que digam que a mudança depende de mim, que perceber é o primeiro passo, por mais que tenha me tratado com psicólogos e psiquiatras, tenha pedido ajuda a amigos, tenha tentado me afogar no álcool, tente desanuviar na fumaça do cigarro, tenha buscado em todas as religiões, em cada teoria científica que pude estudar, tenha buscado alivio e paixões passageiras, eu sempre volto para o mesmo ponto...

E agora, minha namorada pensa se vai conseguir continuar comigo, e a Karina... bem... Não conseguimos trocar duas frases sem ser algo absurdamente esquisito, e quanto mais eu tento fazer não ficar esquisito mais esquisito eu deixo...

Eu um ano camuflando e mentindo sobre meus sentimentos, tivemos uma relação de amizade perfeita e invejável... E foi só eu minimamente dar vazão ao que eu sinto que ela ligou o modo defensivo... Talvez meus sentimentos sejam tóxicos...

Talvez a única forma de eu amar alguém se destruir o que eu amo seja guardando eternamente meus sentimentos só pra mim...

Ela diz que está ok, mas não está ok, e eu não estou ok...

Nesse último ano, depois de um casamento e um coração despedaçado, eu aprendi tão bem a me esconder atrás de uma máscara quase impessoal... Eu sou tão melhor assim... Eu não sei porque idiotice eu pensei que as chagas do meu rosto deformado teria se curado por eu simplesmente as ter encoberto por tanto tempo...

Uma amiga lendo meu último "conto" disse que achou a Lúcia uma bobinha romântica... E ela está certa...

E eu não sei oq fazer agora...

Eu preciso colocar um ponto final... Sem mais reticências ou finais incertos, eu preciso de uma conclusão.

O pior é que provavelmente o fim dessa história será sobre mais uma pessoa que foi embora

Obsessão Infinita

Talvez alguns pensem que isso é um conto, uma história inventada para entreter os outros, mas lhes adianto que isso é um desabafo, de alguém que pensa e repensa sobre o que aconteceu sem chegar a lugar algum, e que sabe que talvez nunca chegue... E que quer pelo menos eternizar esse momento. Afinal, muitas vezes o tempo, a vida, o trabalho, os compromissos nos fazem esquecer daqueles poucos momentos em que realmente nos sentimos vivos.

Meu nome é Lúcia e essa é uma história clichê, como tantas outras histórias. E como já estou há horas tentando pensar em um bom começo e sem ter uma boa ideia para nenhum, comecemos assim:

Era uma vez uma moça chamada Bárbara, e ela é hetero, o que é uma merda pra mim, já que eu estou completamente apaixonada por ela... Mas vamos começar pelo começo... Não... Essa é uma péssima ideia! Vamos começar pelo fim!

Era uma tarde chuvosa na cinzenta cidade de São Paulo, e eu andava de uma lado para o outro da estação que era o ponto de encontro. Pensamentos a mil, e a cada dois segundos os olhos grudados no relógio...

"Será que ela não vem? Ahhh... Ela não faria isso... Ela disse que não ia desmarcar e nem furar dessa vez... Mas o transito tava uma merda... marcamos as quatro, e cheguei meia hora depois... E se ela apareceu e simplesmente foi embora quando não me achou? Porque ela não atende o telefone? Ai que merda! Mais 5 minutos e vou embora... Talvez isso seja um sinal dos deuses de que não é pra ser... Ai que inferno de mão suada... Está frio e minha mão não tem glândulas sudoríparas e isso não faz o menor sentido! ohhh my fuckig god..."

- Oi... Ahh... Hmm... - cumprimento tímido - desculpe pelo atraso... nunca tinha vindo aqui...
- ahhh hm... éééé... Relaxa... De boa... - com os olhos loucamente tentando se focar em qualquer lugar que não fosse nela... até a mosca voando parecia uma opção melhor - então você também não conhece esse museu, certo?
- Ahh, não... Mas já queria muito conhecer, e vi a descrição da exposição pela internet, parece estar incrível...

E conversando trivialidades com eu ainda buscando desviar o olhar, saímos para a rua chuvosa... Era uma cena engraçada... O bom de ser uma pessoa andrógena e que eu posso ser um rapaz bem convincente... Claro que acabo parecendo um garoto imberbe de 15 anos de idade, mas ainda sim, convincente. E Talvez na ilusão de tentar chamar a atenção dela assim o fiz: Cabelo curto, corte masculino penteado de lado, terno, camisa, colete e gravatas ambos pretos, e por cima um casaco de couro, peça irônica para quem se torno vegetariana recentemente. Mas para finalizar segurava um lindo guarda-chuva bordô com poa branco e renda nas bordas.

E apesar de achar ridículo esteriótipos de gêneros, eu sou uma mulher e lida socialmente como mulher, enquanto ela gosta de caras... Quer dizer... O que eu esperava com tudo aquilo? Talvez eu esperasse que ela não tivesse trazido o guarda-chuva... Mas ela trouxe...

Eu tinha esperado muito tempo por aquele momentos, e toda essa expectativa me deu medo: medo que ela não aparecesse, medo que ela desmarcasse em cima da hora como em todas as outras vezes, medo que ela não gostasse de mim, medo que ela gostasse de mim, medo de não gostar dela e descobrir que tudo o que eu acreditava sentir era só uma projeção da minha cabeça, e o meu maior medo sem dúvida era gostar dela e descobrir que o que eu sentia era real...

E depois de um ano exato do seu primeiro "Oi" através de uma tela inexpressiva de um computador, ela está ali, era real... Voz, corpo, cheiro, pele, sorriso...

E quando eu estava a caminho ela me disse que talvez se atrasaria, porque já tinha trocado de roupa 4 vezes, e eu sorri e corei lendo a mensagem...

Por que será que as pessoa insistem em continuar escrevendo sobre o amor? Escrevemos cartas, poemas, contos, desabafos, músicas, novelas... E não há nada mais clichê, nada mais comum, mas ao mesmo tempo nada que nos faça sentir tão únicos.

E numa vida de dias todos iguais, aquele foi diferente... Eu sentia as gotículas finas que o vento soprava em minha direção acertando meu rosto, e não era ruim... Eu me sentia parte do mundo, sentia a chuva me beijar, sentia depois de muito tempo que eu tinha pele! Que eu não era só uma ideia dentro de um corpo, mas que eu era corpo, eu era sensação.

- Sabe porque esse prédio é um desastre arquitetônico?
- Não faço ideia...
- Porque dependendo como o Sol bate ele faz uma sombra rosa nas casas ao redor
- E porque isso é um desastre?
- Porque se eu detestaria ter uma sombra rosa na minha casa... Talvez uma sombra azul, ou uma laranja...

Talvez num mundo tão cinza, em uma cidade tão cinza, você seja uma pessoa de muita sorte quando uma sombra rosa cobre seu quintal dependendo como o Sol bate, e talvez isso te faça querer olhar para fora e você veja o lindo azul do céu, e um pôr do sol alaranjado.

Obsessão Infinita. Nome capcioso para uma exposição... Eu gosto de ir em exposições e olhar atentamente para os quadros. Mas havia um motivo especial. Eu tinha medo de olhar nos olhos dela... Eu olhava atentamente cada desenho, e via ela pelo reflexo dos vidros

 - Que iluminação péssima! Deveriam pelo menos ter colocado um vidro anti-reflexo!

Ela olhava pra mim, e falava mil coisas que eu não conseguia processar direito, e ria. Seu riso leve, mas ao mesmo tempo tenso... Ela se escondia atrás do riso e eu por trás do olhar sério e compenetrado

Próxima sala. Fila enorme. Não tinha para onde fugir...

- Sua voz é muito mais bonita pessoalmente...
- Ta gostando da exposição?

É engraçado o como não pensamos duas vezes eu tomar qualquer crítica como uma verdade absoluta mais lidamos tão mal com elogios...

Queria ter dito que ela tinha uma sorriso lindo e mãos adoráveis... Seus olhos eram dóceis e eu queria muito uma cerveja! Mas já estou nessa fila há 20 minutos e não vou desistir agora...

"Como num pavilhão de espelhos
Eu te vejo multiplicada em mil
Eu vim aqui pra ver você
Solta, vestida de lua na nuvem
Dança como se dançasse pra ninguém
Ou só pra mim
Ainda bem

Sim, eu sei que vieram chuvas
Noites cheias de céu vazio e vão
Cruzei o mar, estrada além
Tô aqui pra ver se ainda bate, pulsa
Ainda bem"

Vocês já pararam para pensar o quanto é brega mandar uma música pra alguém? Mas sabe quando parece que aquela música não só pelas palavras mas pelo ritmo, pelo toque, conseguem falar o que você sente melhor que você mesmo? Então...

Chegamos. A segunda sala, uma instalação. Um pavilhão de espelho. O bom de filas é a facilidade maior em puxar uma conversa. Não vai acontece e ok... Ela não é menos incrível por causa disso... Talvez eu seja só uma ideia dentro de um corpo e a pele não importe tanto... Sem mais filas, por favor, vamos beber

- O cara que eu to ficando me ligou, preciso retornar
- Ok...

...

- Quer comer alguma coisa antes? To com fome
- Claro...

Ótimo, adoro essas mesas onde você se senta de frente para a pessoa, mas talvez eu não tenha mais que desviar o olhar...

Rádio tocando música ambiente ao fundo... Começamos a conversar de forma mais animada, e de repende um hiato de alguns segundo de silêncio, rádio ao fundo

"Eu fico o tempo todo à imaginar o que fazer quando te encontrar
Mas se eu fizer, o que vai dizer ? será que é capaz de entender ?
Mesmo se não for eu vou tentar, vou fazer você me notar
Por isso eu vim aqui te dizer...

Me namora
Pois quando eu saio sei que você chora
E fica em casa só contando as horas
Reclama só do tempo que demora
Abre os braços vem e me namora"

Ahhh Universo! Sério isso? Além de clichê foi brega pra caramba... Mas aposto que ela nem reparou... Acho que eu estava buscando qualquer sinal em qualquer lugar que validasse meu desejo...

A gente não só nunca tinha se visto ao longo desse um ano de conversa, como uma nunca tinha se quer ouvido a voz da outra, então dois dias antes eu pedi que ela me mandasse uma mensagem de voz, que aliás, demorei 50 minutos para ter coragem de ouvir. E minha namorada - longa história - cansada desse lenga lenga jogou o nome dela no google junto com a palavra youtube, e clicando no primeiro resultado, apareceu a seguinte mensagem na página "VC ESTÁ LINDAAA!!!ADORO VC LÚCIA!!!"... Ai como eu quis acreditar que aquilo era um sinal divino, já que a conta nem era dela...

- Já vou indo...
- Mas por quê?
- Combinei de comer pizza com a minha mãe...
- Mas a gente acabou de jantar!
- Não duvide no meu estômago!
- Não estou duvidando, mas não é nem 19h ainda! A gente não ia na cervejaria?
- Vai ficar muito tarde e a gente nem sabe onde é...
- Então vamos ao mercado e a gente compra um vinho pelo menos!
- Mas a gente não tinha combinado de se ver de novo na terça?
- Mas eu estou vendo você agora e não quero que você vá tão cedo
- Você não pode esperar até terça
- Eu já esperei um ano, eu só estou pedindo que você fique um pouco mais...

...

- Olha... Não é essa a cervejaria?
- Sim... Vamos entrar?
- Vai ficar tarde...
- Seremos rápidas...
- Ok...

...

- A sampler de degustação por favor...

...

- Você realmente tem olhos lindos...

...

- Eu tinha medo de estar te idealizando, mas agora te olhando, eu vejo que você é mais do que eu esperava...

...

- Eu achava que eu era hetero há até 24h atrás...

...

- Você podia não ser tão linda... Facilitaria muito o meu trabalho...

...

- Por que você me adicionou?
- Porque eu te achei muito gata...
- Desde o seu primeiro "oi" eu senti que estávamos de alguma forma conectadas, e eu não acredito em destino, mas não consigo entender... Porque parece que desde o primeiro segundo eu sabia tudo que eu iria sentir e tudo que aconteceu depois só veio confirmar que eu estava certa
- Eu acredito em destino...

...

- Eu sou viciada em sensações... E tudo parece tão igual
- Depois me meses eu me sinto viva novamente, e pensei que nunca mais me sentiria assim... Eu me sinto com 15 anos...
- Eu também...

...

- Uma cerveja amarga para tirar esse sorriso bobo do meu rosto
- Então uma pra mim também

...

- Por que você parou de falar comigo aquela vez
- Porque eu estava completamente apaixonada por você, e não sabia lidar com isso, e não sabia como vc ia lidar com isso... E eu pensei que tinha superado, mas quando voltamos a nos falar tudo voltou ainda mais forte...
- Quando você deu a entender que sairia da minha vida novamente, quando você pensou em desmarcar o encontro de hoje eu chorei, eu não deveria te contar isso
- Quando eu falo com você eu sorrio, e é o único momento do meu dia em que faço isso. Não é sarcasmo, não é zombação é uma alegria que vem de dentro...
- Você é a primeira pessoa em anos que diz para mim que está apaixonada e que eu não saio correndo...
- Posso ser a primeira em muitas coisas...

...

- Vo - vo - você está com frio?
- Não... Só não consigo parar de tremer...

...

- Você é tão linda...
- Não acredito que você soltou essa
- É... é meio idiota constatar o obvio, mas precisava dizer...

...

- Numa escala de 0 a 10 o quanto você está constrangida?
- 20 - e seu rosto ruborizado não a deixava mentir
- E numa escala de 0 a 10 o quanto seria errado eu te dar um beijo agora?

E com a respiração já ofegante a voz meio falha ela responde um "não sei..."
Me aproximo dela, deixo minha boca a 5 centímetros da sua, naquela noite fria nossas respirações quentes se misturam e eu digo "Acho que a gente só vai descobrir... Se tentar"... E num sussurro ela diz "é..."

...

- Por que você precisava ser tão linda? Eu não esperava me sentir assim...

...

- Qual foi a maior mentira que você já disse para alguém?
- Quando eu sai com um cara, e ele me perguntou se a gente ia se ver de novo e eu falei de sim e nunca mais nos vimos...

...

- Você foi a única pessoa desde o fim do meu último relacionamento que eu tive vontade de beijar novamente...

...

- Moça... Você beija bem...

...

- Eu preciso ir... Está tarde...
- A gente vai se ver de novo?
- Claro!









quinta-feira, 22 de maio de 2014

uma conversa mto top que não posso postar no face

Conversando sobre uma pessoa que eu to mto afim, mas que a há até 1h atrás eu nunca tinha ouvido a voz, mas já tinha tido vários devaneios. Aí a guria que to conversando me manda:

"se nunca ouviu a voz dela
como vc imaginava ela gemendo? uu'"

#morta

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Não importa quem você seja, para pessoas baixas nunca será o suficiente

Republicação de um texto que escrevi em 23/01/2014 no blog Sororidade & Feminismo, mas que acho que não se enquadro tão bem no contexto


Fiquei um tempo sem escrever porque precisava pensar em algumas coisas que me foram ditas, não sou o tipo de pessoa que nega um argumento coerente só porque ele vai contra o que estou dizendo, e percebi que de fato o feminismo tem pontos fracos, porque é um movimento feito por pessoas, e pessoas possuem suas deficiência, mas ainda sim é preferível lutar por um mundo melhor, mesmo errando em alguns pontos, do que se conformar que as coisas "são como são".

E hoje, devido a uma discussão, decidi escrever uma nova postagem. O título é clichê, e obviamente eu não foi a primeira e nem serei a última pessoa a enunciar essa frase, mas nem por isso ela é menos verdadeira ou necessária.

Eu era uma criança muito alegre e extrovertida, mas devido a diversos abusos e opressões que sofri desde muito nova, desenvolvi comportamento bipolar: tenho momentos de otimismo e entusiamos que beiram a mania, mas caio em depressões profundas em que não consigo enxergar nenhuma saída, tentei suicídio diversas vezes, tentativas sempre corroboradas por pessoas que achavam divertido dizer "porque você simplesmente não morre de uma vez?", nunca poderei saber que tipo de vida eu poderia ter tido, porque nunca me permitiram.

Sempre fui vítima do tão famigerado "bullying" e posso dizer sem sombra de dúvidas que ele não possui nada de positivo, sempre ouvi babaquices de todos os níveis, e não serei hipócrita: de tanto ouvi-los, aprendi a reproduzi-los e magoei muitas pessoas, e não me orgulho disso, porém, um belo dia percebi que as coisas não precisam ser assim! Eu não podia mudar o mundo mas podia mudar meu próprio comportamento.

Podemos dizer, bem entre aspas, que de certa forma eu "devo algo" para as pessoas que sempre me humilharam, porque na ânsia de querer agradá-las eu tentei melhorar como ser humano (mas não é isso que acontece com muitas pessoas, muitas simplesmente desistem da própria vida com sucesso).

Hoje percebo que quando uma pessoa não possui um argumento, ela tenta agredir o seu interlocutor, apontando coisas que são totalmente alheias a situação em questão. Mas com um pouco de maturidade, percebi o óbvio: para pessoas baixas, de vidas e mentes vazias, que tem medo de olhar para dentro de si, você nunca será bom o suficiente, não importa o que você faça!

O intuiu delas é simplesmente destruir, e não ter uma discussão saudável na qual ambos os lados podem evoluir.

Não creio que os Estados Unidos sejam um exemplo de nação, mas é inegável a sua influência econômica e cultural, e o homem que ocupa o cargo político mais alto desse país, ainda sim é chamado de macaco! Nosso país é governado por uma presidenta, que possui "n" debilidades políticas, mas quando querem criticá-la, só o que importa é a sua aparência! Essas pessoas que criticam a Dilma chamando-a de feia, gorda e afins, não estão interessada em uma melhora política, só querem criticar uma mulher que está onde supostamente não deveria estar: em um cargo de poder.

Hoje aprendi que tenho que ser melhor para mim, e não para os outros. Pode soar como uma frase de auto-ajuda, mas ainda prefiro mil vezes auto-ajuda do que destruição alheia!

Para que perder tanto tempo fazendo grupos de linchamento contra pessoas que não fizeram nada de mau? Por quê? Só porque "a zueira não tem limites"? Porque é só uma piada? Tenho uma novidade para vocês: nunca é só uma piada, comentários podem magoar e ter resultados avassaladores na vida das pessoas, e é sim possível rir e se divertir sem precisar humilhar um terceiro!

Mas do que adianta? O argumento de sempre é "eu simplesmente não me importo", então me digam: como conversar com alguém que não se importa com absolutamente nada além do próprio umbigo?

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Algumas Considerações Sobre Arte

Acho engraçado quando as pessoas "do ramo" querem defender que não deve haver nenhum critério para avaliação da arte, dizendo que a arte deve ser simplesmente "fonte de prazer". Concordo que os critérios de avaliação são "subjetivos" (e bem entre aspas), mas mesmo essa subjetividade está dentro de um contexto histórico-geográfico-cultural.

A Arte nem sempre é um processo prazeroso, algumas vezes é bem o contrário, e talvez essa avaliação da arte como prazer e/ou expressão puramente já seja extremamente sintomático da época histórica em que vivemos.

Claro que pensar em conceitos universais para "O Belo" é no mínimo ingênuo, isso quando não vem com boa dose de má fé, mas pensar que qualquer coisa é arte, indiscriminadamente, é a forma mais sutil e inteligente que assassinar qualquer real expressão artística, e como a arte sempre foi um importante mecanismo político e social, creio que essa também seja uma excelente estratégia de silenciamento, afinal, qualquer coisa de valor histórico para nós, ficará soterrada embaixo de tanta prolixidade

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Reflexões de uma alma deformada

Não é nenhuma novidade que eu seja uma suicida em potencial, e nem que eu sei bipolar, psicótica, com vários problemas psicológicos e emocionais... Aliás, eu sou sempre a primeira a dar spoiler de tudo isso para qualquer um que entre na minha vida...

Todos os dias que eu acordo, meu primeiro pensamento é que eu nunca deveria ter nascido, e já que nasci, o melhor que faria seria morrer o mais breve que pudesse, mas sou covarde demais para fazer o que é certo... Creio que se nosso sociedade possuísse o mínimo de bom senso eu já estaria encarcerada há muito tempo, mas já que isso nunca aconteceu, busco eu mesma me encarcerar o máximo que posso, o máximo que a minha covardia permite.

Eu já quase não saio de casa, e nem falo com basicamente ngm sobre as coisas que passam aqui, e há um bom motivo para isso: mesmo uma alma monstruosa ainda sim é uma alma, passível de ser ferida e ainda mais desfigurada. Mas ao mesmo tempo não posso culpar quem vê o óbvio e o enuncia.

Eu só não aguento mais, sei que eventualmente minha dor se tornará maior que a minha covardia. Antes eu achava que era possível algum tipo de mudança, e por isso talvez houvesse algo pelo qual valesse a pena viver, mas eu vivo uma vida completamente vazia e solitária.

Sair eventualmente da caverna, me vestir com máscaras e forjar conversas miméticas baseadas em tudo que já vi não diminui minha solidão.

Para não dizer que não resta nada, talvez reste os instintos básicos de preservação: vontade de comer, dormir e manter minha vida a salvo. Minha existência não passa de bestialidade fantasiada de modos corteses.

Mas eu não aguento mais ter minha ferida exposta, e já que só trago dor e desgraça para absolutamente tudo e todos que se aproximam de mim, está na hora de rever se meu desejo egoísta de permanência vale o preço que obrigo todos a pagar.

Uma história confusa e sem rumo que nunca acrescentou nada a ninguém, talvez tenha que ser finalizada. Talvez desta vez eu consiga ir até o fim... Talvez, esse seja meu adeus