quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O outro lado da história

(Este texto não foi redigido por mim, mas pelo Laion Castro, um colega de faculdade: http://www.facebook.com/profile.php?id=100001300678197)

Hoje, após a soltura dos estudantes presos, pudemos saber a versão deles sobre o que ocorreu durante a reintegração de posse. Para entrar, eles arrombaram um portão. Após entrarem, deram cabo das câmeras de segurança. Depois, picharam a parede. O arrombamento do portão foi o meio de entrada; quanto às câmeras, foi uma medida de preservação de sua identidade. A pichação, uma forma simbólica de expressão daquilo que pensam. Nada mais foi quebrado ou destruído. Diversas comissões foram formadas para garantir a ordem e integridade do local. Apenas um espaço externo foi ocupado pelos alunos. Nenhuma sala foi invadida, nenhum documento foi subtraído. Quando a PM chegou, a maioria deles estava dormindo. Todos foram rendidos e obrigados a ficar agachados. As mulheres foram separadas e levadas para uma sala. Durante a ação, os manifestantes sofreram uma série de humilhações. Violência verbal e física foram empregadas contra os estudantes. Os policiais da tropa de choque estavam, sem exceção, sem identificação, e proibiam os alunos de olhar para o seu rosto. Todos deveriam permanecer em silêncio, imóveis e de cabeça baixa. Muitas coisas foram quebradas depois que a PM já havia rendido os ocupantes: janelas, cadeiras, portas, equipamentos eletrônicos. Nenhum estudante, funcionário ou professor foi autorizado a entrar na Reitoria para averiguar as condições do prédio ocupado. Um tempo após a saída dos estudantes, a PM permitiu apenas que jornalistas da grande mídia entrassem no local para registrar imagens da (des)ocupação. O que vocês viram, leram e ouviram por aí na mídia não corresponde à realidade. Após este relato, cabe perguntar: são os alunos que depredam o patrimônio? É honesto e correto condenar alunos por esconderem o rosto, sendo que a PM retira impunemente sua identificação?

Nenhum comentário:

Postar um comentário