segunda-feira, 15 de abril de 2013

Uma teoria maluca

Ok, eu disse que não ia mais escrever aqui... Mas quem liga? Sou instável e esse blog é meu mesmo, e já que recentemente quebrei minha promessa, então promessa desfeita.

Esses dias uma amiga pediu pra eu ler o mapa astral dela, estou num momento de grande ceticismo, mas fiz por fazer, e ela ficou impressionada com o resultado, então por curiosidade, entre no astro.com e dei uma olhada na interpretação deles do meu mapa astral, algo bem mais neutro que eu lendo. E realmente, não foram coisas genéricas, mas comportamentos meus bem marcantes, e comecei a discutir isso com o Thiago, e quando o assunto entrou em "paixões", comentei que faz 8 meses que não me apaixono de verdade por ninguém, a Aline foi a última, e então isso me deu um "clique"

Viciados costumam ter padrões, seja um serial killer viciado em assassinatos, seja um fumante, um viciado em alguma droga... Às vezes é nítido, outras nem tanto.


Quando nos apaixonamos o cérebro libera no corpo um coquetel de substâncias que deixaria qualquer laboratório que fabrica dorgas com inveja. E é normal pessoas aproveitarem essas sensações, e em alguma medida até buscá-las, mas eu realmente sou uma viciada em paixões e não é modo de falar, e isso tem um padrão. Intimamente ligado ao meu comportamento bipolar.

Não sei exatamente como nem quando isso começou, e obviamente foi se estabelecendo aos poucos. Mas veja só, no começo, quando eu ainda não tinha me assumido, as meninas que eu me apaixonava, eu tentava manter próximas como amigas, melhores amigas, e lembro de uma vez ter comentado com uma delas que ninguém me aguentava mais de 9 meses. Mas não é verdade, amigos de verdade, desinteressados, ficam na minha vida por anos, e anos e mais anos e persistem ficando. Mas a pessoas que são fruto das minhas paixões (das verdadeiras paixões e não das paixonites eventuais de uma noite), não costumam ficar mais de 8 ou 9 meses. E não porque elas vão embora... Ok, elas vão embora, mas só depois de eu sabotar o relacionamento de uma forma insuportável.

Esses foi o padrão que eu percebi: eu me apaixono perdidamente por alguém, então o meu corpo libera aquele coquetel incrível de substância que me mantem eufórica e ligadona por muito dias, de 2 a 4 semanas, dependendo do grau de paixão. Essa é a fase 1. Quando isso não se transforma em um relacionamento, é nocivo, mas não tanto, mas quando essa paixão eventualmente é correspondida e se torna uma relacionamento, pessoas sairão machucadas, eu inclusa, mas independente de ser correspondida ou não, os passos não os mesmo.

Nas primeiras semanas de euforia, eu faço centenas de milhares de planos, é um sentimento tão intenso que na hora em que ele ocorre, parece ser único, como se fosse mais forte que tudo que eu já senti antes, mas isso é só efeito das substância e da minha determinação de auto-engano. Nesse primeiro momento eu estou tão devotada que sou capaz de feitos incríveis, e ajo muito bem de modo geral, consigo ser realmente encantadora. (e olhando assim a sangue frio, eu realmente pareço uma psico/sociopata)

Então vem a fase 2: os sentimentos não são mais tão intensos, e eu preciso demais, então começam as brigas. Brigas totalmente forjadas por mim. Eu busco qualquer motivo, por menor que seja, e começo a aporrinhar a pessoa (esteja ela comigo ou não) até ela ceder e começar a brigar. Aí a adrenalina é outra: colocar o "amor" (coloque muitas e muitas aspas aí, porque de amor isso não tem nada) a prova. Ver se a pessoa é capaz de me "amar" mesmo conhecendo meu "monstrinho interior". Mas claro que a pessoa fica puta da vida, então o jeito é correr atrás, tentar me desculpar. E novamente voltamos a sensações parecidas com a do começo. "Sexo de reconciliação", fazer as pazes, voltar. É uma forma de recomeçar.

Mas logicamente isto desgasta o relacionamento, que pode terminar nessa fase (como foi com a Rê, com a Bia e mesmo com a Aline), porque esses ciclo vira um vício em si, e várias coisas ruins passam a fazer parte dessa relação: brigas, ciumes, implicância, cobranças... Ou a pessoa pode realmente gostar de mim e chegamos na fase 3...

A fase 3 é a decadência. Nem as brigas surtem mais efeito, então eu "sossego o faixo", para o bem e para o mal. Eu paro de caçar tantas brigas, mas entro num marasmo, e lembre-se que a relação já está desgastada por causa da maratona de brigar que durou meses e envolveu chantagens psicológicas, ameaças de suicídio, e muitas vezes agressões, verbais ou até mesmo físicas. Então, o marasmo.

Eu não tenho mais pique pra sexo, eu não tenho mais pique pra sair, eu não tenho mais vontade de fazer nada. Exceto deitar numa cama e ficar vegetando vendo TV o dia todo, ou jogando video-game, ficando na internet. Enfim, seja como for, o corpo está lá, mas a alma partiu.

Claro que dentro das duas últimas fases, envetualmente eu sou uma pessoa legal, mas o que importa é o tom geral da situação. Eu cheguei a fase 3 com a Paty e com a Denise. Mas mesmo quando o relacionamento termina, eu vivo a fase 3 sozinha. Porque não se trata de quem está comigo, mas de quem eu sou, é um processo interno.

E o que vem a seguir é igualmente previsível. Uma hora eu canso de tanto marasmo e depressão, e começo a sair buscando deliberadamente uma nova paixão. E começo com pequenas paixões sem importância, pessoas que me interessam, mas acaba antes de começar, e não levo adiante. São paliativos, pequenos goles antes da grande embriaguês. Então eu conheço alguém, me apaixono e o ciclo recomeça.

E este ciclo dura de 7 a 9 meses. Sempre a mesma coisa. Claro que como eu vou mudando com o passar do tempo, minhas relações também. Muda onde e como eu conheço a pessoa, muita mais ou menos o tipo de pessoa que busco, acho que fui me tornando um pouco menos cruel com o passar do tempo, mas foram só pequenas mudanças e bem superficiais. O enredo continua o mesmo.

E isso não tem nada a ver com amor. Eu não havia deixado de amar a Patrícia, porque com o tempo e com a convivencia, eu me tornei uma pessoa melhor e desenvolvemos algo mais profundo, mas ainda sim fui guiada pelos meus instintos mais primitivos, vou tomada pelo rito, pelo vício, pela repetição. Só que desta vez, pela primeira vez, eu amava alguém de verdade, e meu relacionamento seguinte, minha paixão seguinte ficou impregnada disso. Culpa, remorso, saudades e outros sentimentos que eu até podia ter na fase "depressiva", mas nunca durante a fase de euforia, eu não levava isso de uma paixão pra outra.

Algo mais profundo aconteceu. E me fez acordar, me fez, mesmo que retardadamente compreender. Depois de tanto tempo buscando um motivo pelo qual eu me sabotei desta forma.

Eu tinha minha casa, minha família, e mesmo que meus ritos estivessem ali de plano de fundo me levando para a auto-sabotagem, de alguma forma eu aprendi a amar, me importar de verdade, e não de mentirinha só pra conquistar a garota que eu tava afim. E eu joguei tudo isso pela janela, simplesmente porque eu nunca fui dona de mim.

Achava que o importante era ter boas história pra contar, então, o auto-controle me privaria dessas boas histórias, mas adivinha? A história que tenho pra contar é uma merda e não tem final feliz.

É ânonimo.. você e muitas pessoas estavam certo, minha vida é uma merda porque eu sou assim, foram as escolhas que eu fiz, a escolha de nunca tentar mudar. Mas agora eu simplesmente não quero mais, só espero não ser muito tarde.

Um comentário:

  1. Nunca é tarde para melhorar! Ainda mais pra você, que esta no auge de seus "20 e poucos anos". Dessa vez você esta exatamente no caminho certo: a aceitação. Agora o próximo passo é: a mudança. Eu acredito em você, e sei que vai conseguir ter o famoso final feliz. E não se esqueça que pode contar comigo.

    Ass: anônimo.

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