terça-feira, 25 de junho de 2013

Sobre aquele sorriso e sobre o indefinido

Tento largar de ser louca a obcecada e simplesmente deixar pra lá, mas aí, quando menos percebo lá estou eu olhando as fotos dela novamente. E o sorriso é o que mais gosto.

Foi o sorriso dela que me cativou desde o começo, a principio por fotos que me fizeram cruzar o estado em 200 km para poder vê-la, e depois pessoalmente aquele riso fácil, quase infantil, mas que me alegrava, trazia paz.

Quando penso nela, a primeira coisa que vem na minha mente era a forma peculiar de sorrir...

Talvez ela seja um pouco estilo Monalisa, com um sorriso que esconde mistérios, porque apesar dela ser uma pessoa muito transparente, ela sempre me foi indecifrável, impenetrável (não literalmente [eu preciso parar de cortar com putaria pensamentos profundos]).

A Luciana sempre foi uma grande indefinição, ou uma definição sem rótulos, e acho que sou restrita demais, porque fico perdida sem esses rótulos. Ela agia como minha namorada a maior parte do tempo, mas se negava ferrenhamente a dar qualquer título, e isso já seria o suficiente para me deixar insegura, mas pior ainda quando sem saber que falava comigo ela fala coisas tão cruéis ao meu respeito... Eu e minha incapacidade de esquecer! Queria simplesmente apagar isso da minha memória, porque honestamente, não se trata de mágoas, até porque, o que sinto positivamente por ela, é muito maior e superior que qualquer coisa negativa que por ventura eu tenha sentido em algum momento.

Aí agora adiciono um fake no meu perfil, e apesar de conhecer as ideias desta pessoa x, esbarro no mesmo poço de indefinições, mas como a paixão é algo fora de questão desta vez, consigo analisar a questão com um outro senso crítico.

Eu não sei o nome dela (isso se de fato for um "ela" [aliás, essas questões de gênero são tão frágeis, quem pode de fato definir as fronteiras]), não sei como é seu rosto, não sei onde ela mora, idade, nada! Tudo que sei (ou supostamente sei), é que ela canceriana, mora no nordeste do país, e diz ser uma sereia! (mas quanta ironia!), e gosta de desenhar.

Essa obsessão que algumas pessoas tem pelo indefinido me enervam, mas me enerva também essa obsessão que eu tenho pela definição, definir é recortar, e com isso matar todas as outras possibilidades.

Hoje eu percebo a ironia: eu queria tanto que ela se definisse como minha namora, que na impossibilidade de se cumprir o meu desejo, eu o realizei de forma diametralmente oposta definindo ela como minha não-namorada, riscando ela para fora da minha vida!

Claro que esse não foi o único motivo, mas sempre restará a dúvida: se eu fosse mais tolerante com essa indefinição dela, se eu não exigisse tanto que as coisas acontecessem no meu tempo, mas respeitasse o tempo dela, será que todos esses conflitos teriam existido? Se não tivessem existido, será que haveria a necessidade de eu me distanciar por medo de machucá-la?

Então heis que este ser indefinido que indefinidamente agora faz parte da minha vida me diz:

- ambas seguem a mesma direção, se for assim
- como assim?
- você por buscar definição ainda vive o indefinido, e ela por viver o indefinido, busca definição

Foi o que eu disse: eu sou o oposto da Luciana, mas o oposto nada mais é do que o mesmo lado de uma mesma moeda, não somos incongruentes, pelo contrário, muitas vezes encontrei nela aquilo que faltava em mim... Só queria ter conseguido fazer isso de uma forma que não tivesse machucado ninguém...

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