sexta-feira, 28 de junho de 2013

O Adeus Final

Hoje, saio da vida para entrar no abismo de esquecimento sem fim. Não farei parte da história, nem da humanidade nem da vida de ninguém.

Tive uma vida medíocre, e nem toda minha pretensão de grandeza me salvou disso.

Sempre cogitei suicídio, mas apesar do pesares, a balança sempre tendeu mais para "dar uma nova chance para a vida" do que para "dar um final definitivo", e há muito tempo atrás, e uma dessas especulações suicidas, eu disse que não faria carta de despedida, e uma amiga disse "mas a melhor parte de se matar é poder culpar todo mundo por isso".

Não, a culpa não é diretamente de ninguém. Apesar de tudo, acredito que a seu modo, cada um deu o melhor que pode, inclusive eu. Ninguém se mata por uma namoro que não deu certo, ou por um emprego ruim. As pessoas se matam quando não aguentam mais. E o estopim muitas vezes podem não ter quase nada a ver com a base do problema.

Há tempo uma frase que a Luciana me disse fica martelando na minha cabeça: que ela só teria paz se eu morresse, que ela desejava que eu estivesse morta, porque ninguém sentiria minha falta, e que minhas família e meus amigos seriam muito mais felizes se eu não existisse. Pode parecer cruel, mas para mim, nada mais é do que muito verdadeiro.

Viver pra mim dói, sempre doeu. Nunca foi fácil, mas tentei mesmo assim. Pensei que talvez um dia pudesse superar, pudesse ser alguém melhor. Mas desde que ela me disse isso, eu percebi que minha existência é uma catástrofe não só pra mim, mas para todos ao meu redor. 

E de fato, ninguém vai chorar por mim, ou sentir minha falta. Eu sempre fui, e se continuar vivendo, sempre serei descartável, substituível. E eu prefiro não existir do que existir desta forma. 

Não quero mais ouvir que é minha culpa. Não consigo esquecer tudo que me aconteceu, e nem as pessoas dizendo que é exagero meu sofrer por isso.

Hoje coloco um fim na minha vida. Primeiramente, porque não suporto mais! Porque dói demais. Mas há um outro motivo! Cansei de ter minhas dores sub-valorizadas, meus sentimentos pisoteados. Realmente, pela primeira vez desejo que haja uma vida após a vida, para que eu possa ver vocês simplesmente percebendo que eu não estava mentindo, que eu não estava exagerando. Quero sim, ver todos ali, vendo que nunca mais me verão ou ouvirão minha voz, tendo a consciência de como desdenharam as oportunidades de estar comigo e me fazer bem. 

Mas não me venham com flores, ou elogios. Durante minha vida eu esperei as flores e elogios que nunca vieram! Agora é tarde de más, me dê o pó e depois o nada, que foi o que você me entregaram a vida toda!

Me deixem ter a paz que nunca encontrei. 

Mas se lembrem de mim pela pessoa que tentei ser, e não pela pessoa que nasci fadada a ser. 

Mas agora finalmente, deixarei de ser fadada, para ser, simplesmente, fada!


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