sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Conto de fadas: Chapeuzinho e o Lobo Mau

Teresa Estava voltando para casa da “facu”... A porcaria do ônibus tinha atrasado, como sempre (não sei porque divulgam no site o horário da saída do “buzão” se ele tem seu próprio itinerário niilista!). A merda é que já era quase meia noite, ela teria que passar por uma viela escura e vazia, além do que, se sua mãe já não “tivesse capotada” no sofá, já estaria ligando para o “cel” dela desesperada.
Ela havia acabado de atravessa a única rua que cortava a viela, agora só mais uns cem metros, virar na próxima, andar mais uns vinte metros e já tava em casa. Era só nisso que ela pensava. Detestava quando chegava muito tarde, porque se a mãe não estivesse dormindo já ia pensar que ela chegou mais tarde porque tava bebendo, fumando, se drogando ou dando por ai.
De repente, ela viu que tinha um cara atrás do poste... “Putz! Só falta ele ta querendo fazer outra boca de fumo por aqui... Mas já não tem a da rua de baixo que é mô bombada?” Ela passa pelo poste e o indivíduo em questão a segura pelo ombro e diz: “Vai a algum lugar, gatinha?” Sempre fazemos mil planos mentais para quando acontecer algo assim, mas quando acontece é batata! Ou você surta ou fica parada igual uma anta. E Teresa, com toda a sua fibra de espírito e caráter, ficou ali, parada igual uma anta!
O cara, com jeito de estar pra lá de Bagdá , abraçou-a por trás e falou:
-Que bom que a gatinha não é arisca.
Teresa respondeu com a voz trêmula:
-Quem é você e o que você quer?
-Eu sou o lobo mau, você é a chapeuzinho e eu quero te comer!
Teresa deu menções de que ia começar a gritar então o cara lhe deu um tapa, tapou sua boca e disse que se ela gritasse seria bem pior! Como se as musas começassem a lhe guiar as palavras, logo que o facínora (alguém ainda sabe o que significa essa palavra?) lhe soltou, ela começou a dizer:
-Bom... Pelo visto não tem jeito, isso é um estupro, eu não tenho saída, então é melhor esclarecer algumas coisas.
O doidão olhou para ela com cara... de doidão! Então ela proseguiu:
-Você é um estuprador! E olha, acredite em mim, eu respeito muito isso, mas o caso é o seguinte: eu sou virgem, e meu buraco é pequeno, o que já faria doer normalmente, porque nunca enfiei nada lá, eu tenho horror a dor, e acredite: não menosprezo o tamanho do seu membro! Talvez eu pudesse te pedir para você fazer algumas preliminares, a fim de entrar mais fácil, mas aí vem o outro problema...
-E qual seria?
-Eu sou lésbica, sabe? Gosto de colar velcro... Por as aranhas pra brigar... Fazer espuma... Sabe? Isso explica o fato de eu ver virgem... Porque também tenho fobia à aparelhos eletrônicos! Vai que dá um curto-circuito lá dentro... E misturar comida é nojento... Percebi isso quando uma vez estava numa festa e do nada uma menina virou para mim e falou que sexo oral com leite condensado devia ser bom... Eu achei nojento... Se bem que talvez isso não fosse uma afirmação e sim uma proposta para eu experimentar, mas...
-Ta! Ta! Será que podemos voltar para o estupro?
-Ah! Claro, claro... Então... Queria saber se não tinha uma outra alternativa?
-Como assim?
-Bem... Eu sempre achei o pênis um lugar muito nojento... Vai lá saber onde o cara colocou aquilo... Fora aqueles que tem uma pelinha na “cabeça”... Eu sempre dizia: se um dia for chupar um cara, vai ser um judeu, porque pelo menos vou ter certeza que ele é circuncisado...
O tarado perdendo a paciência:
-Será que dá para você ir logo ao ponto de uma vez?
-Ah... Sim... Por mais que seja nojento chupar um cara, acho que seria melhor isso do que ser violada de forma brutal... Sabe como é... Freud já falou sobre isso... Você me faz isso, eu tento mandar para o meu inconsciente usando a catexia, ai eu escondo isso através do recalque e posso começar a ter sintomas de neuroses, psiconeuroses, psicoses e coisa e tal... Ai por culpa disso também vou começar a ter problemas de ordem sexual, não conseguindo mais me satisfazer sexualmente por causa desse trauma, e Reich já disse: o percurso do orgasmo é o percurso da vida!
Foi aí que o taradão perdeu totalmente toda a paciência que as drogas tinha colocado no âmago de seu ser:
-Cala a boca! Eu não entendo nada de psicanálise! E enquanto esse malucos só sabiam especular sobre a teoria do sexo eu acho muito mais útil calar a boca e fazer de uma vez!
-Mas é complicado... O mundo gira em torno do sexo e não podemos fazer sexo o dia todo, por isso enquanto não fazemos, estamos pensando ou falando sobre ele, mesmo que de forma indireta e...
-Será que dá pra parar de tralalá ou ta muito difícil?
-Bom... Você que tem que decidir... Topa a troca ou não?
-Bem... É complicado isso... Porque o que me dá tesão mesmo é pegar minha vítima de jeito, dar uns bons tapas nela, fazer ela calar a boca... Também da muito tesão ver ela tentando se defender, e quando ela começa a me bater então... Eu vou a loucura!
-Ora, ora... Então você não é um estuprador ocasional... Você faz isso sempre... Freud adoraria examinar seu caso...
-Já falei para você para da falar de Freud, porra!
-Foi mal... Foi mal... Já parei... Já parei...
-Hunf... Acho bom... Mas pensando bem... não tem porque eu não te agarrar agora e não começar a te violentar como deveria ter feito desde o início...
-Na verdade tem sim... Nos já estamos conversando aqui faz um bom tempo e eu já seria perfeitamente capaz de descreve-lo para um retrato falado. E se você tentar me matar pode ser bem pior... A pena é bem maior, e você sabe que no Brasil, pra “pé de chinelo” a lei existe... Só não existe pra bandido de verdade que tem como comprar a lei e todos os seus servidores...
-Droga... Pior que você está certa...
-Mas se você é um estuprador... bem... digamos... profissional... Você não tem muitas chances de ser chupado... Pense... É uma chance única... Resolvemos isso de comum acordo... Você não me estupra, não me agride, eu não posso te denunciar, você se satisfaz, eu chego em casa, escovo os dente por mais ou menos umas duas horas e todos vivem felizes para sempre...
-Bom... Me parece bem razoável...
Dizendo isso ele começou a abrir o zíper de sua calça, mas antes de colocar a boca... ann... na botija... Teresa fez uma última interferência oral (usando a boca para falar):
-Só tem um problema...
O taradão que depois dessa longa conversa já estava tendo alguns probleminhas para “animar” seu “companheiro” pergunta irritado:
-O que foi agora?
-Como eu te disse, eu tenho verdadeira aversão a essas coisas cilíndricas pendurada nos homens, e por isso nunca tive nenhuma experiência do tipo... Você vai ter que me ensinar... O pobre homem então coloca seu “amigo” para dentro da calça e fecha o zíper
-Você ganhou!
-Como assim?
-Eu desisto!
-Poxa... Agora que eu tava começando até a ficar “animadinha” com essa experiência emocionante...
-Sinto muito! Você é a mina mais broxante que eu conheci...
-Orra! Quer dizer que eu não sou gostosa?
-Não distorça o que eu disse...
-Você disse que eu sou broxante...
-Nada pessoal... Mas depois desse papinho não sobe nem com viagra...
-Bom... Se você prefere assim...
-É melhor... A gente se vê por ai...
-Espero que não...
-Honestamente... Eu também!
-Nem sei se te desejo ou não boa sorte na próxima...
-Nhá...
-Tchau para você também!
O maníaco da viela já ia longe e Teresa retomou o rumo da sua casa... Tomara que sua mãe já estivesse no décimo sono...

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