segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Seria Trágico se não fosse Inverossímel

Me perdoem as prolixidades, mas esta é uma história que merece ser contada com riqueza de detalhes.

É de conhecimento GERAL a minha história com a Patrícia e seu final comi-trágico, por isso, acredito não ser necessário contar o que aconteceu e como me senti, só uma informação é pertinente: embora eu tenha ficado destruída por dentro, pela primeira vez eu não conseguia exteriorizar esse sentimento. Em vez de colocar a máscara da dor, eu coloquei a máscara da frieza.

Comecemos a história:
Cheguei do curso de web designer e entrei na internet, a Marianna veio falar comigo e perguntou se nós iríamos sair, eu tinha pretensões de passar a noite estudando, mas decidi ir porque fazia muito tempo que eu não pegava ninguém.

Minha mãe não queria que eu fosse, pois ela estava com um “mau pressentimento”. Discutimos antes de eu sair, mas eu fui mesmo assim.
Marquei de me encontrar com a Marianna às 22h na catraca da Consolação, lá decidiríamos se procuraríamos um lugar na Paulista ou se iríamos para a Vila Madalena encontrar a Carol.

Quando eu estava na estação da Sé esperando o metrô, uma mulher que estava ao meu lado derrubou o celular nos trilhos: a noite não estava com bons presságios.

Cheguei na Consolação no horário marcado, mas a Marianna não estava lá. Do lado de fora da catraca havia um grupo de pessoas. Olhei casualmente para uma garota deste grupo e reparei que ela era a cara da Bruna! Era o mesmo rosto, o mesmo tipo físico, a mesma forma de se vestir, para me certificar se era ela, olhei com mais atenção e percebi que a voz e os gestos eram diferentes. Ela estava com um cara que, obviamente, era gay e duas minas que estavam se beijando. Pensei em sair da catraca e ir lá falar com ela, mas se eu saísse não poderia ir para a Vila Madalena, caso necessário. Fiquei cogitando e enquanto me decidia ela foi embora.

Liguei para Rebeca e ficamos conversando para passar o tempo. A Marianna só chegou 23h!

No final, decidimos ficar pela Paulista mesmo. Passamos num bar chamado “Bambu no Espeto”, mas só tinha casalzinho, então fomos ao bar de esquenta da Loca, mas só tinha homem. Lá, tomamos uma cerveja e eu encontrei um colega da USP. Por fim, decidimos ir para o Santa Sara.

Quando entramos lá, nos deparamos com um clone da Patrícia! Ter encontrado um sócia da Bruna havia sido relativamente chocante, mas encontrar uma Patrícia cover na mesma noite foi surreal!

Decidi tomar uma taça de vinho, enquanto estava bebendo, encontrei uma escorpiniana que eu peguei na Flex, a Renata. Se pá ela estava me dando ideia (eu estava meio bêbada e sem muito bom senso), mas eu não queria ficar com ninguém. (Ok... Eu não queria ficar com ela...)

Fui para a pista e encontrei a versão lésbica da Patrícia e ela estava ficando com uma garota. A mistura do vinho com aquela luz piscante transformou a cena no pior pesadelo da minha vida: era a Patrícia, ela estava com uma garota e esta garota não era eu!

Daí, todo o choro que estava represado há duas semanas saiu num fluxo só!
Decidi sair para andar com a Marianna, quando estávamos na Augusta nós brigamos e ela me deixou sozinha.

Era 2 horas da manhã e eu estava sozinha na Augusta! Decidi ir para a Hadoc Lobo, na rua do Bambu no Espeto. Quando cheguei lá o bar já havia fechado. Havia um restaurante aberto em frente, fui lá para não ficar sozinha na rua de madrugada. Sentei na frente do restaurante, na calçada, e recomecei a chorar.

Senti uma solidão e um desespero muito grande. Aliás, eu venho sentindo isto há muito tempo, mas tenho conseguido ignorar, e naquele momento, estes sentimentos tomaram conta de mim.

Decidi voltar para o Santa Sara. Lá encontrei uma garota que tinha bebido demais e estava passando mal, pode ser um defeito, mas eu não consigo ver alguém passando mal sozinho e ignorar. Cuidei dela até ela ficar melhor, depois esperei até 4:14h para ir embora. Não aguentava mais ver o clone da Patrícia pegando a outra mina.

Cheguei na estação Trianon 4:20h, ainda faltava 10 minutos para abrir, como estava frio, resolvi ir andando até a Brigadeiro.

Estava andando tranquilamente com meu fone de ouvido, cogitando se seria melhor eu me matar ou simplesmente pedir para todos os meus conhecidos me ignorarem pelo resto da eternidade, porque definitivamente eu não sei lidar com as pessoas e acabo me magoando constantemente.

Neste momento, um cara BEM LOKO, pra lá de Bagdá, me ameaça com uma arma e diz:
-Passa tudo!
Eu tranquilamente tiro o fone de ouvido e pergunto
-Oi?
-Passa tudo ou te meto uma bala na cabeça!
Eu penso “Seria promissor” e respondo:
-Posso tirar pelo menos os R$2,55 da passagem? Se não eu não volto pra casa.
-Tudo bem!
Eu entrego o dinheiro e ele grita:
-Passa o celular!
-Mas o celular?
-Eu vou contar até 3, se você não der o celular eu estouro seus miolos!
Eu, sem me importar muito se ele ia estourar meus miolos ou não, respondo:
-Velho, eu tomei um fora, minha mãe ta brava comigo, a maioria dos meus amigos não me suporta mais, eu só tenho esse celular pra chamar de meu, se você o roubar, estourar meus miolos nem seria algo tão ruim assim.
Então o assaltante fica olhando para minha cara por alguns segundos, então finalmente diz:
-Tudo bem... Fica com o celular... E melhora... Toca aqui!
Então e dei um aperto na mão do assaltante e disse:
-Aproveite bem o dinheiro.
-Obrigada.
-Boa noite.
E fomos cada um para um canto.

Quando cheguei na estação, reaparece a Marianna eis que do nada e quis vir falar comigo. Troquei algumas palavras com ela por educação, mas não dei continuidade à conversa. Quando o trem chegou, entrei em um vagão e adivinhem quem estava lá? O clone da Patrícia! Que havia embarcado na estação Trianon!
Mediante todos estes acontecimento, eu só conseguia rir! Nem me matar, nem surtar! Se supostamente eu nem faço nada de tão ruim e meu carma já está assim, imaginem se eu fizesse algo!

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