sábado, 12 de setembro de 2009

Esclarecimento III

O poema "Metamorfose" foi escrito hoje no ônibus, na volta para casa.

Lembra aquela menina que eu era MUITO apaixonada (leia-se Patrícia)? Então, não sei muito bem como, nem muito bem por quê, mas ela não quer mais olhar na minha cara e está com um cara (comentário póstero: o trocadilho não foi proposital).

Isto quebrou algo aqui dentro, alguma coisa realmente mudou. Ao contrário das outras vezes que tomei um fora, não estou chorando nem me descabelando, mas estou terrivelmente fria.

Hoje quando estava no ponto de ônibus, duas meninas começaram e se beijar. Achei a cena... bonitinha, mas não consegui me comover com a emoção delas, depois lembrei o quanto eu estava distante de ter pelo menos um terço daquilo, mas isso não me entristeceu. Elas nem repararam na minha presença e eu continuei nas sombras como voyuer.

Depois fiquei pensando sobre isso, sobre esse sorriso cinico sem alegria que não saiu do meu rosto desde que ela me mandou sair da vida dela.

Eu ia escrever no meu perfil do orkut falando sobre isso, para não esquecer, peguei caneta e papel para anotar, mas então eu senti que ali, no texto que se criava na minha cabeça, havia uma tensão poética muito grande, sabia que era só ajustar um pouco as palavras.

Mas como o próprio poema diz: eu estou fria!

Não sei se consegui representar bem (e sim! Representar, esta é a palavra). Para qualquer criação é necessário um equilibrio entre razão e emoção, coisa que eu nao tinha no momento.

Uma criação desequilibrada talvez, mas, às vezes, quando olhamos algo diforme por muito tempo, ele se torna atraente.

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