domingo, 9 de dezembro de 2012

Hoje eu to sozinha



 Essa música da Ana Carolina expressa muito bem meu momento atual. Eu nunca pensei que de fato optaria por ficar sozinha, mas "hoje eu to sozinha, e tudo parece maior, mas é melhor ficar sozinha que é pra não ficar pior"

Se bem que a música "Ironic" da Alanis também cairia muito bem agora. Eu larguei meu casamento para ficar com a Aline, mas de certa forma era meu casamento que proporcionava que eu tivesse condições os bastante para dedicar um amor tão puro para ela...

A gente pensa que evoluiu, mas depois vê que estamos muito mais influenciados pelo meio do que pela nossa força de vontade.

Eu voltei para o olho do furacão, voltei para um ambiente que me deixava em crise, deixei de ter o apoio de uma pessoas que mais me trouxe paz no mundo, a Aline voltou para Minas. Ficou a mágoa: larguei tudo por ela, e ela nem mudou a rotina por mim!

Mas... Será que ela me fez promessas ou eu quem quis acreditar nas minhas próprias idealizações?

Seja como for, hoje eu estou sozinha. E um dos motivos desse meu surto de postagem, foi eu ter desativado, pelo menos temporariamente, meu Facebook. Eu bem poderia postar tudo isso lá, como vinha fazendo, e continuando a deixar o blog as moscas, mas por isso escolhi o blog! Eles está as moscas! É muito fácil pessoas que eu não quero, tenham acesso ao meu face, mas acho que aqui só frequenta ainda uns poucos leitores empáticos comigo... Como já disse, não quero mais fama, chega de holofotes! Cansei de Pirotecnia de rock n roll.

Acho que me tornei um grandessíssima preguiçosa! Eu quero é paz, eu quero sossego! Com ou sem Aline, com ou sem Patrícia, com ou sem namorada, quero me mudar pra uma cidade do interior, levar só o necessário, trabalhar tranquilamente... Tocar a vida...

Hoje aproveite para tentar novamente fazer as pazes com o passado, afinal, nunca dá pra fazer as pazes todas de uma vez: nosso passado é muito múltiplo. Mas se estamos repetindo os mesmo padrões destrutivos, então ainda têm lições que não aprendemos, está na hora de parar e de rever.

Por um lado eu mudei tanto, mas por outro, continuo a mesma. Mas cansei das hipérboles, das juras de amor eterno que duram uma semana.

Confesso que a Patrícia foi minha maior desilusão (e não entendam isso mal, afinal, quem quer viver iludido? Só podemos evoluir quando analisamos as coisas com realismo). Não que eu achasse que se eu não cultivasse o amor que ela tinha por mim ele seria eterno. O amor se constrói no dia a dia, mas eu acredite na consistência do amor que ela sentia, e em tudo que tínhamos construído. Afinal, para mim, me envolver com a Aline não foi sinônimo de esquecê-la, ou de amar menos. Fui tomada por uma paixão avassaladora, dessas sem controle, e me deixei levar. Não tenho certeza se em algum momento o que eu senti pela Paty mudou ou diminuiu, acho que simplesmente o que eu sentia pela Aline cresceu demais e se tornou proeminente.

Mas em menos de duas semanas depois do nosso termino, a Paty já tinha conscientemente se envolvido de forma profunda com outra pessoa. Lógico que eu não esperava que ela ficasse "virgem e santa" a vida toda sentada me esperando! Mas eu pensei sim que ela lutaria, tentaria o mínimo possível, ou até que se apaixonaria perdidamente por alguém e seguiria em frente. o que me espantou foi a decisão deliberada dela de seguir em frente em tão pouco tempo, sem nem tentar me reconquistar, sem nem tentar nada. Quando terminamos, ela seguiu em frente e me esqueceu completamente, simples assim.

E não entendam errado! Não estou julgando ela, nem dizendo que ela está errada! Pelo contrário! Sinto ainda mais admiração por ela! Por essa capacidade de Fênix que ela teve! Ela não se abateu, não se entregou ao sofrimento. tenho certeza que ela me amava, que era verdadeiro, mas a partir do momento que acabou, ela pôs um ponto final e pronto! Sem drama, sem dor, sem tentativa de voltar, sem nada! Só seguiu em frente.

E agora ela está com outra garota, e tenho certeza que se elas terminarem hoje, em duas semanas ela fará o mesmo. A não ser que essa garota seja realmente especial e eu não fui, mas não acho que seja o caso, realmente acredito no amor genuíno da Patrícia.

A questão é, tudo isso me tirou a ilusão de um Amor sofrido, que alguém poderia correr atrás de mim ou qualquer coisa do tipo. percebi que o meu problema é que eu vi desenho da disney demais, vi sessão da tarde demais, assisti novela demais, e li José de Alencar demais.

As pessoas seguem em frente. Quando um relacionamento terminar, pode até doer hoje, amanhã, depois de amanhã já não dói tanto, e assim até você superar. percebo que passei 7 meses chorando pela Denise por um motivo simples: eu era não inepta a viver por mim mesma que precisa de alguém para canalizar meus sentimentos, mesmo que fosse alguém não-presente, e se meu sentimento era frustração com relação a minha vida, quem melhor para responsabilizar do que minha ex-namorada que não queria mais nada comigo? Porque quando eu estava bem, eu nem lembrava de Denise nenhuma. Mas era só eu ficar mal, ou me sentir sozinha para bater uma nostalgia de uma passado idílico que na verdade nunca tinha acontecido, mas que eu estava criando na minha mente, para transformar num ponto de fuga emocional!

É mais fácil se relacionar com fantasmas mentais do que com gente de verdade. Não quero mais nenhum relacionamento que dure "pra sempre", vamos parar de desejar o impossível e começar a viver melhor com a realidade. Eu disse exatamente isso para a Aline no começo do nosso relacionamento, e ela concordou comigo, mas não demorou muito para nossa sanidade mental ser substituída por dogmas amorosos, do tipo "pra sempre", "só você", "nunca senti isso antes", "único", "eterno", "alma-gêmea".

E eu a Aline somos tão parecidas. Eu amava tanto conversar com ela, conviver com ela, mas essas expectativas são desleais, e fazem com que a gente se sinta tão pressionado, que não conseguimos mais aproveitar o momento.

Hoje minha mãe me ensinou como fazer o omelete ficar gordo e redondo sem queimar. Eu adorava cozinhar com ela, queria mostrar pra ela o que aprendi, compartilhar coisas simples... Por que tudo tinha que se tornar tão pesado? Acho que me tornei muito exigente quando comecei a desejar coisas simples.

Ainda pouco peguei uma tesoura, e cortei meu cabelo bem batidinho, mesmo sabendo que cortar o próprio cabelo curto implica certos riscos, mas queria me dar o prazer de me cuidar. Ela cansou de me dizer que preferia meu cabelo longo. E eu me sentia culpada por gostar dele curto... Custava abrir uma simples concessão para agradar minha namorada? CUSTAVA! Oxi! Eu devo satisfação primeiramente a mim! Não tem nada melhor do que se olhar no espelho e se achar bonita. Hoje, depois de muito tempo, me olhei no espelho e me achei bonita, olhei para dentro de mim e me achei digna de ser feliz. Talvez o grande truque seja não ter sofridos muitas influências externas: EU estou satisfeita COMIGO. O que vão achar ou deixar de achar não me importa.

E foi bom cozinha com a minha mãe. Foi bom ter um pouco da atenção dela só pra mim depois de mais de 6 anos... Foi bom ouvir um elogio dela dizendo "seu omelete ficou lindo, e o truque de por mais óleo fez ficar mais bonito até que o meu, vou testar da próxima vez"... Não estávamos mais como discípulo-mestre, mas ali como duas mulheres, capazes de falar coisas da vida e aprender uma com a outra... Pois enquanto cozinhávamos, eu falava sobre racismo, homofobia, e eu meus relacionamentos frustrados e ela me ouviu, e opinou...

Talvez ainda haja espaço para milagres...

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