sábado, 8 de dezembro de 2012

2012: um ano de negativas - parte I

Desde que eu me lembro de mim, acho que sempre desejei uma vida glamurosa. Nunca liguei muito pra dinheiro, ou seja, nunca me importei em guardar dinheiro, ter dinheiro no banco, ter posses. Sempre vi o dinheiro de forma utilitária: ele só servia para eu conseguir ir a um determinado lutar, ter uma determinada coisa, comer algo. Mas se eu conseguisse aquilo e outra forma, não me importava, nunca liguei pra ostentação do dinheiro. E quando falo de outra forma, não estou dizendo de roubar, mas colocamos tanto o dinheiro no centro de tudo, e colocamos as lojas e produtos industrializados como a única forma de obter algo que esquecemos que há outros caminhos. Além disso, todo pensam que a única form de ter dinheiro é através de um emprego, se você não for rico, mas se esquecem qe o emprego é um troca: um serviço por um quantia de dinheiro, e você trocará quantias de dinheiro por bens ou serviço.

Desmitificado isso, você percebe que não precisa ser escravo de um emprego, nem escravo de mercadoria. Mas confesso que demorei mais tempo pra me libertar do consumismo. Agora que fiz a mudança de volta pra casa da minha mãe, eu vejo quanto lixo eu acumulo, pra que tudo isso? Pra que tanta vaidade?

Ser ou não rica, sempre foi um questão de indiferença pra mim, aliás, acho que sempre preferi não ser rica, nem miserável, mas conseguir "me virar", porque há uma certa adrenalina no indefinido, mas não tem poesia nenhuma na fome. Mas, por outro lado, sempre quis ser famosa! Talvez porque eu me achasse especial, superior. Vai saber o que passa no fundo da nossa mente. Mas acima de tudo, sempre quis ser famosa porque sou egoísta, egocêntrica, prepotente, narcisista. Não, não! Não estou fazendo esse texto pra me depreciar, estou só sendo honesta. Eu era tão convicta do meu próprio valor, do valor das minhas ideias, que achava que seria de grande valor se eu me fizesse ser conhecida como se eu pudesse acrescentar algo aos outros.

O mais divertido disso tudo, é que meu maior consumismo sempre foi livros e cursos, então com o passar do tempo, descobri que "não há nada de novo debaixo do sol!", pois é... Tudo que eu me achava tão especial por ter pensado e concluído, já haviam pensado e concluído antes de mim, e de forma muito mais contundente. Não tiro meu mérito completamente, primeiramente porque sou vaidosa, mas especialmente, porque até então eu nunca tinha tido acesso direto a essas fontes, então com pequenos fragmentos que restam no inconsciente coletivo, eu consegui formar um mosaico muito interessa, e chegar a conclusões sem ninguém me explicar, e perceber coisas que a maioria das pessoas passam a vida toda sem sequer notar.

Mas antes de eu perceber tudo isso, e perceber que no final das contas, eu poderia acrescentar muito mais indicando uma lona bibliografia para quem tivesse afim de aprender algo, eu tentei ser "famosa" de várias formas (oh! quanta vaidade! Não que isso seja ruim, mas eu realmente tentava ser algum motivo altruísta por trás disso, mas não! É pura vaidade!). Em suma, fracassei em todas. E no final, obtive sucesso da forma mais escrota possível!

A internet é um espaço engraçado! Os "gênios" da informática criaram as plataformas, a conexão dos dados, as redes sociais... Mas o conteúdo que cria somos nós! Todos nós! Não é como sentar na frente de uma tv, e ouvir o que eles decidiram que nós devemos ouvir. Aqui você pode procurar outras fontes, outras informações. Existem milhares, talvez milhões, de filmes e livros na íntegra! Além de seriado, músicas, artigos científicos, museus onlines, e até mesmo a novela que passa na tv você pode assistir aqui! E mais do que isso, aqui você pode fazer um vídeo, gravar uma música, escrever um texto, um livro, o que for, e divulgar. Você consegue falar com pessoas de qualquer lugar do planeta! Até os países mais pobres tem acesso a internet. Uma forma incrível de poder obter qualquer tipo de conhecimento que você te empenhe em ter! Até fazer compras você faz por aqui!

Mas... Mesmo com todas essas possibilidades... O que vemos é uma imensa maioria querendo... Mais do mesmo! Simplesmente repetindo os mesmos preconceitos, ouvindo as mesmas músicas que tocam no rádios, assistindo as mesmas coisas que passam na tv, rindo das mesmas piadas que ouvem desde os 5 anos de idade (só que agora na forma de "memes"), esmagando as mesmas minorias já oprimidas, e o pior! De forma mais violenta, sob o pretexto de um suposto anonimato! Tudo ficou muito rápido, muito acelerado! Um vídeo com mais de 5 minutos é longo demais, um episódio de série com mais de 20 minutos é longo demais, ler então? Pra quê? Se alguém discorda do seu ponto de vista, para que tentar conversar e sair da sua zona de conforto e tentar crescer como ser humano? Não! simplesmente use xingamentos carregados de preconceitos ("vadia", "vagabunda" e "gorda" pra mulheres, "viado", "bichinha" para homens - porque não basta ser agressivo, tem que ser machista, homofóbico e vigia da sexualidade alheia) e bloqueei a pessoa.

Eu tentei umas 5 vezes começar um vlog, ou mesmo "turbinar" esse blog, mas não deu certo. O meu ritmo não é o ritmo que as pessoas esperar na internet. E não me entendam mal, eu sou ansiosa, acelerada, curiosa e polêmica. Mas eu sou coerente. A internet, pra mim, é mais um dos portais possíveis, por que agiria diferente aqui do que ajo na matrix normalmente? Quando fiz as tentativas de vlog, os conselhos que recebi de vários amigos diferentes foi bem parecido: sensualize mais (ótimo, mulher pra ser notada tem que se vender como objeto sexual), faça vídeo mais curtos, cinco minutos no máximo (sério mesmo isso? Você consegue mesmo transmitir algum conteúdo novo em 5 minutos? Acho que no máximo dá pra você repetir alguns chavões), faça edições para o vídeo ser mais rápido (claro, vamos ignorar o tempo verdadeiro da língua, vamos ignorar de vez a fluidez! Estamos tão acostumados com textos treinados, recitados e editado que temos pouca paciência pra conversas de verdade, cheias de reticências e de espaços vazios, e términos inesperados de assuntos) fale de uma forma mais fácil, de uma forma que todo mundo entende. E por fim, um conselho que só um amigo deu, mas que pra mim foi o mais contundente desta forma de pensar: "não importa o que eles precisam, só importa se eles vão consumir ou não, só fale coisas que serão aceitas"...

E como eu disse no começo do texto... Nada de novo debaixo do sol...

Pode ser através de jornais, rádio, tv, internet... Não importa a mídia usada, importa quem são os escritores e consumidores destas informações... Nada muda se a gente não muda.

Tentei fazer blogs e vlogs coerente comigo mesma, ou seja: incoerentes! Somos seres humanos! A incoerência nos é algo inerente!

Seja como for, disse que consegui alcançar a fama de uma forma pífia, justamente dando para os outros o que eles queriam: um grande show de babaquice piegas! Fazendo um vídeo intitulado "procurando por ela", na qual procurava uma garota na internet que era claramente fake. Eu sempre soube que ela era fake, mas minha vida era tão deprimente, mas tão deprimente, que eu manda minha racionalidade ir para p*ta que a pariu, só para eu poder fingir que vivia um sonho, mesmo isso me fazendo mais mal do que bem, mas eu tinha uma válvula de escape.

Em suma eu "namorei" essa menina por 6 meses, e o enraçado é que eu realmente fui "fiel" a isso, e fiquei 6 meses sem ficar com outras pessoas, sem tentar ao menos ter um evolvimento de verdade. E por ela ser fake, ela fazia o joguinho do espelho, tentando ser exatamente o que eu esperava. Confesso que essa foi uma das melhores experiencia que eu já tive. Basicamente porque eu tinha estabelecido uma relação quase simbiótica com uma desconhecida, e nesse "jogo de espelhos" eu pude ver lados meus que eu recalcava profundamente, mas percebendo o que tinha de mais obscuro em mim, eu pude me libertar. hoje sou uma pessoa muito mais realista com relação a mim, e muito mais confortável com isso...

Seja como for, minha "fama" não foi nem tão grande assim. Basicamente o vídeo teve umas 25 mil visualizações, contando com visualizações repetidas. Talvez menos de 20 mil pessoas tenham assistido de fato. Disso ganhei alguns leitores temporários para o meu blog, fiz alguns colegas, e alguns amigos que levei pra vida.

Uma amiga minha que me conhecia muito bem, não por ser próxima de mim, mas por não ter medo de olhar sadicamente as pessoas, me disse "você está mais feliz por ter sido o desafio do blog insoonia do que pr ter conseguido contato com ela."

Bem.. Ela estava certíssima! Eu estava muito mais empolgada com meus 15 minutos de fama do que com ela. Relacionamentos vem e relacionamentos vão. Eu sabia que aquilo era fake, como eu disse, só queria uma válvula de escape. Mas logo que consegui o mínimo de visibilidade, eu mudei minha válvula de escape! Eu queria manter aquilo que tinha conseguido. e comecei a escrever contos, e falar sobre acontecimentos do dia a dia! Oras! Eu finalmente tinha conseguido o que eu queria: o privilégio de ser ouvida...

E foi quando consegui esse privilégio, que percebi o quanto isso era uma merda! Você é xingado, humilhado, achincalhado por pessoas que nem te conhecem! Que nem ouviram o que você disse! Simplesmente pessoas raivosas que querem colocar sua fúria pra fora e descontam em você! Você é controlado por pessoas bem intencionadas... Bom, meu blog sempre foi um lugar pessoas, onde eu podia colocar minhas vertigens, minha pluralidade, então tinha dia que eu queria escrever dez textos, tinha dia que eu não queria escrever nenhum! Tinha dia qe eu queria escrever sobre política, e outros sobre literatura, e outro sobre um filme que eu vi.. Mas todo mundo me cobrava uma postura, uma definição, e aquilo começou a me incomodar... Me pediam uma constância que eu não tinha a oferecer... E meu blog deixou de ser uma espaço gostoso que eu tinha, para se tornar um peso. E por fim, eu descobri que esse espaço estava sendo usado por pessoas que eu conhecia pessoalmente, mas que estavam mal intencionadas com o intuito de me prejudicar, e essa era uma forma de seguirem meus passos... Então pouco a pouco eu parei de escrever...

E essa foi minha primeira negativa de 2012: eu NÃO quero mais ser famosa...

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