sábado, 8 de dezembro de 2012

10 de março de 2010

E até hoje, as mesmas questões me atormentam... A gente pensa que amadureceu, que mudou, que aprendeu, mas quando olhamos friamente o passado, nos vemos cometendo os mesmos erros:

Hey... Desde ontem queria te escrever um e-mail, como sempre, não sabia por onde começar... Então, comecei colocar "head over feet" para tocar... E acho que isto já diz algo...

Eu sinto falta do nosso começo, das taquicardias, do frio na espinha, do suor na palma da mão, da insônia... Acho que você já entendeu do que eu estou falando...

Hoje, meu coração no dispara mais quando o meu cel começa a tocar, o quando recebo uma mensagem, ou quando você entra no msn...


Acabamos de completar dois meses, mas acho que já saímos do "começo do namoro"... Quer dizer, nunca tive um namoro realmente longo para saber. Provavelmente, com um ano, as coisas estarão mais diferentes ainda...


Neste caminho que percorremos neste dois meses e meio (aproximadamente), perdemos muitas coisas... Mas ganhamos outras... Quando eu penso no nosso começo, sou obrigada a admitir que eu não te conhecia... Você fazia meu coração disparar, eu conhecia coisas superficiais sobre você, mas estava longe de te conhecer como te conheço hoje... Há coisas que só vêm com a convivência... e tenho certeza que ainda hoje te conheço muito pouco, e que sempre terei algo mais para conhecer, pois somos humanos, e mudamos o tempo todo...

Quando encontrei com a Alba logo que ela voltou da Alemanha ela me disse algo que tentarei transcrever aqui para você entender (acho que é melhor do que parafrasear, neste caso): "Sabe Camila, quando eu fui para a Alemanha eu tinha medo de deixar de amar meu namorado, por causa da distância e tudo mais, mas foi justamente o contrário... Eu já estou junta com ele há dois anos, e percebi que por mais que você conheça uma pessoa, você sempre pode conhecer mais... Por mais que você já a tenha visto milhares de vezes, você sempre pode olha-la de um jeito novo... E as vezes eu vejo o José sorrindo de um determinado ângulo que eu nunca tinha visto antes... E eu acho ele tão lindo..."

O que vou dizer agora pode beirar a grosseria, mas é algo que você [provavelmente] e que eu [possivelmente] já disse: eu não te achava nem um pouco bonita quando te conheci... E isto era algo totalmente parcial da minha pessoa, sem juízos de valor... Bom.. Como o amor nos deixa cegos, acho que não sou a melhor pessoa para falar da sua aparência, mas amigos meus que te conheceram, e que não estão apaixonado por vc, te acharam bonita... Eu não sei pq te achava tão ruim assim, e a Marianna sabe o quando eu falava [até] mal de você no começo. Eu suma, eu não gostava de você. Via em você uma adversária, uma concorrente (e não me pergunte por que, porque eu não sei)...

Hoje, acho que o fato de eu te achar bonita nem é tão relevante quanto o fato da sua presença me tranquilizar... Devo ressaltar que se você é uma psicopata, você faz uma belíssimo trabalho, pois a sua presença me traz paz, confiança, bem estar... Você afasta para longe angustias que sempre me acompanham, você desperta o melhor em mim...

Talvez por isto este ano será tão complicado, porque eu me acostumei a ter você por perto. Mas terminar com você não seria uma solução, muito pelo contrário... Temos o e-mail, e o celular, mas a diferente... Nem sempre a conversa flui, e quando estamos no telefone isto é um problema, pessoalmente, pode ser uma vantagem... Afinal, nem tudo se diz através de palavras...

Eu seria hipócrita se não falasse do sexo... Eu já era uma ninfomaníaca inrustida... Então um belo dia eu encontrei uma escorpianiana com dedos habilidosos e uma língua deliciosa... Também será difícil me acostumar com essa falta...

Eu não sei que solução arrumaremos para esta situação, se é que arrumaremos uma... Mas ontem eu tive minha primeira aula efetiva sobre o Romantismo e o professor disse num determinado momento "porque o conceito de amor que temos hoje nasceu no Romantismo, claro que ele veio se desenvolvendo desde épocas anteriores, mas foi o Romantismo que o estabeleceu... O sentimento em si está sumindo, mas o conceito ainda está entre nós..." Depois disso ele ficou quieto por alguns instantes e depois prosseguiu "Pois é, eu disse que o amor está desaparecendo do mundo e não houve nenhuma forma de reação..."

Isto me fez pensar... Acho que realmente o Romantismo conseguiu sintetizar uma das forma mais elevada deste sentimento [o amor], e é este conceitos que temos, mas ele está se esvanecendo... Escorrendo como água entre os dedos... E vemos correntemente [SEM NOS CHOCAR!] cenas como o namorado que é "chutado" e sequestra/mata a namorada...

Claro, eu citei um caso extremo, mas talvez os mais lights sejam os mais deprimentes... quantas e quantas vezes não vimos pessoas que dizem que amam e desistem perante ao primeiro obstáculo... Obviamente não sou a favor da mentalidade antiga na qual sua primeira vez era sua ultima chance, então você se casa muito cedo, e só poderia ter aquela pessoa por sua vida toda... Admito que é necessário uma certa maturidade para saber escolher melhor... Mas concordo com os orientais: o amor se constrói... Ali, no dia-a-dia, nos pequenos gestos...

Por aqui, as pessoas começam um relacionamento muito apaixonadas e a chama apaga e ela simplesmente desistem... Acho que nosso tipo de "amor" reflete muito a sociedade em que vivemos: tudo é descartável, achamos mais fácil ter trabalho triplicado construindo um monte de coisas vagabundas, em vez de construir uma só boa e duradoura, com isto vamos acumulando lixo... E o lixo, como sabemos, é toxico, prejudica a natureza, causa enchentes, ocupa espaço que poderia ser ocupado por coisas mais produtivas...

Bem, os romances era bem exagerados, como o mocinho que serve de capacho para o mocinha e espera por ela 10 anos... Bom... Pra mim, isto está mais para falta de amor próprio do que para amor verdadeiro...


Hoje, o "felizes para sempre" virou ridículo (palavra que vem do grego é significa "risível", motivo para piada e gozação)... Temos um namoro... E oferecemos para a amada música que falam de amor eterno, e dentro de 6 meses já estamos com outras pessoas... Se você fazer uma coisa na qual você acredita já pode ser muito difícil, como fazer algo que você nem se quer acredita? Não teria por quê...

Eu ando pensando muito em todas essas questões... Admito que este e-mail não ficou exatamente coerente, ele não é um texto uno, mas várias questões... Quero que você as pense comigo...

Ontem eu estava indo para o ponto pensando o quanto estamos distantes, o quanto passou a chama inicial... e eu estava me sentindo triste... Então eu cheguei no ponto, toquei um "foda-se" e pus pra tocar a música "band aid" no auto-falante, porque ainda estou sem fones... Então eu comecei a relembrar... E não do começo, mas de nós agora... E como eu gosto de você, e o quanto você me faz feliz... E eu comecei a chorar... Mas chorar de escorrer lágrimas, como você aquele dia no banheiro da sua casa...

Eu sei que em muito momentos eu faço isto mais difícil do que deveria ser... Como ontem... Eu sei que não havia motivo para eu ficar tão zangada porque você não me ouviu... Mas eu ainda tenho tantos erros a corrigir... Ninguém disse que seria fácil... E nós sabíamos que não seria...

A Rê sempre me considerou uma pessoa que estava "fora" deste mundo onde tudo é descartável... Mas acho que os últimos anos me fizeram mudar... Eu que daria tudo por amor me vi numa situação de querer jogar tudo fora porque não é fácil, porque não teria sexo, não teria tanta presença...

Toda estas questões são importantes, mas elas não são o fundamental... Não sei até que ponto é possível eu me retrabalhar, voltar a minha essência, recuperar este não-sei-o-que que você tem de sobra... Mas eu acho que é possível, por já recuperei muito... Haja visto que não tenho surtado, estou procurando alternativas melhores...

Enfim... Já me estendi bastante, vou parando por aqui... Sei que ainda há muito há ser mudado, mas um dia de cada vez um passo de cada vez... Em breve eu entrarei no meu ano 9, será o momento de rever melhor o passado e conseguir me livrar do lixo... Mas já que falei tanto do lixo anteriormente, penso que o melhor caminho não será jogá-lo fora, mas reaproveitá-lo de forma positiva... Não sei bem como farei isto, mas espero conseguir achar uma boa solução...

Espero poder contar com você ao meu lado... Que nos dias em que não pudermos ser namoradas, que sejamos boas amigas (não falo isto no sentido de terminar, falo isto para dias como hoje... Você não está aqui para eu te abraçar, te beijar, sentir seu cheiro... Em dias assim, é a amizade que tem que falar mais forte... Afinal, a amizade também uma forma de amor, que já me ajudou em muitos momentos...)

Hoje foi um dia estranho... Está quente demais e não estou me sentindo 100%... Mas sei que cada dia fazendo um pouquinho, eu conseguirei colocar as coisas nos eixos...

Beijos, Camila


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