terça-feira, 5 de abril de 2011

Me poupe

Me dê um analgésico para curar essa dor
Mas me poupe da alegria
Me poupe da satisfação
Do êxtase
Me poupe das novidades
(mas só das realmente novas)

Não bebo, não fumo, não danço nem corro na chuva
Tudo para poupar meu corpo
O importante é morrer com saúde
O melhor seria não morrer
Fujo da morte assim como fujo da vida

Então me poupe da Verdade!
Eu não quero refletir
Não quero reconhecer meu egoísmo e mediocridade

Cadê o controle?
Vamos voltar o filme e começar de novo
E ver tudo de novo, de novo, de novo, de novo...

Não vamos mudar nada!
Já disse que tenho medo da vida!
Eu perdi o controle!
Alguém levante e liga a TV!

Como disse o filósofo:
“A televisão é o ópio do povo”
...
Mas será que foi isso que ele disse?

Não sei e nem quero saber!
Me poupe dessa baboseira toda

Não quero diversão nem felicidade
Só quero uma anestesia
Por favor, me faça esquecer da vida!

Viver... Só se for com hipocrisia
Me vê ai um goro e duas putas
Mas que ninguém nunca saiba
E me deixe esquecer a poesia.

2 comentários:

  1. tá vendo? nem precisou de editora ^^

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  2. ... e o dia em que eu me levantei da cadeira do PC e bati palmas de pé.

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