domingo, 9 de fevereiro de 2014

Reflexões de uma alma deformada

Não é nenhuma novidade que eu seja uma suicida em potencial, e nem que eu sei bipolar, psicótica, com vários problemas psicológicos e emocionais... Aliás, eu sou sempre a primeira a dar spoiler de tudo isso para qualquer um que entre na minha vida...

Todos os dias que eu acordo, meu primeiro pensamento é que eu nunca deveria ter nascido, e já que nasci, o melhor que faria seria morrer o mais breve que pudesse, mas sou covarde demais para fazer o que é certo... Creio que se nosso sociedade possuísse o mínimo de bom senso eu já estaria encarcerada há muito tempo, mas já que isso nunca aconteceu, busco eu mesma me encarcerar o máximo que posso, o máximo que a minha covardia permite.

Eu já quase não saio de casa, e nem falo com basicamente ngm sobre as coisas que passam aqui, e há um bom motivo para isso: mesmo uma alma monstruosa ainda sim é uma alma, passível de ser ferida e ainda mais desfigurada. Mas ao mesmo tempo não posso culpar quem vê o óbvio e o enuncia.

Eu só não aguento mais, sei que eventualmente minha dor se tornará maior que a minha covardia. Antes eu achava que era possível algum tipo de mudança, e por isso talvez houvesse algo pelo qual valesse a pena viver, mas eu vivo uma vida completamente vazia e solitária.

Sair eventualmente da caverna, me vestir com máscaras e forjar conversas miméticas baseadas em tudo que já vi não diminui minha solidão.

Para não dizer que não resta nada, talvez reste os instintos básicos de preservação: vontade de comer, dormir e manter minha vida a salvo. Minha existência não passa de bestialidade fantasiada de modos corteses.

Mas eu não aguento mais ter minha ferida exposta, e já que só trago dor e desgraça para absolutamente tudo e todos que se aproximam de mim, está na hora de rever se meu desejo egoísta de permanência vale o preço que obrigo todos a pagar.

Uma história confusa e sem rumo que nunca acrescentou nada a ninguém, talvez tenha que ser finalizada. Talvez desta vez eu consiga ir até o fim... Talvez, esse seja meu adeus

Um comentário:

  1. A covardia não esta em você, mas em quem sabendo da sua ferida, colocou nela o dedo e apertou. Em quem podia ter estancado o sangramento e não ter cortado mais. Voce é forte e doce. Muito mais forte que eu ou qualquer um que eu conheça, por ter força de pensar em levantar da cama, depois de tanto sofrimento. Conheço todos os seus defeitos e os aceitei quando escolhi permanecer junto de vc, em nenhum momento eu deveria ter sido egoista e depositar em vc todas as minhas expectativas ou esperar que vc me ajudasse a superar todos os meus problemas internalizados. Mas vc me ajudou a ve los. Eu não vou me perdoar por ter te machucado. Por essa baixeza que foi descontar em vc tudo que não presta em mim. Em ter simplesmente feito como todo mundo e apontar o dedo pra vc, numa saida facil. De culpar outro pelas minhas fraquezas.

    ResponderExcluir