tag:blogger.com,1999:blog-51172321575748106702024-03-05T21:31:33.032-03:00Besteiras e PoemasHistórias e pensamentos absurdos de uma Lésbica Wicca Feminista e Bipolar.Camila Strongrenhttp://www.blogger.com/profile/15216756883912337752noreply@blogger.comBlogger734125tag:blogger.com,1999:blog-5117232157574810670.post-83093435955278223122015-11-29T01:31:00.001-02:002015-11-29T01:31:42.513-02:00Balanço GeralSei que ainda falta pouco mais de um mês para acabar o ano, mas decidi fazer algo que não faço há muitos anos: um balanço geral.<br />
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Sei que do dia 31/12 para o dia 01/01 nada muda efetivamente, que é só a passagem de um dia para o outro, como acontece a cada 24h. E esse meu ceticismo me impediu de comemorar o Ano Novo durante muito tempo. Só que mais do que nunca, eu percebo o como são necessários períodos de respiro! A rotina nos arrasta com tal violência, que as vezes tudo que precisamos, é parar, respirar, pensar e termos alguma perspectiva.<br />
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Na virada do ano passado para esse, eu estava em São Thomé das Letras, talvez pelo ambiente, talvez por dezembro do ano passado ter sido muito corrido, talvez por eu estar ficando velha, depois de muito tempo essa foi uma virada cheia de significados. Na qual pude parar e pensar no que eu queria para o próximo ano. No final das contas, nada saiu exatamente do jeito que eu queria, mas a minha obstinação por um propósito maior, sempre me trazia de volta para o caminho.<br />
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Então vamos para o balanço:<br />
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Uma das primeiras coisas que pensei e que queria fazer uma nova tatuagem, então, logo no começo do ano fiz um símbolo trappista na batata da minha perna direita. A tatuagem inflamou, infeccionou, me deu alergia, ficou toda cagada e nem tudo retocar... Mas bem... Eu fiz a tatuagem...<br />
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Final do ano passado foi quando eu comecei a me encantar pela Karina Buhr, e falei que este ano iria num show dela... Dia 25 de Janeiro pude prontamente realizar esse sonho, e o que era um flerte singelo, se transformou em amor a primeira vista. E em vez de um show, foram vários, e todos cheios de histórias e boas memórias. E acho que se tiver que elencar os melhores momentos que tive esse ano, sem dúvida os show da Karina estariam no top top.<br />
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Uma outra obstinação foi fazer desse meu ano sabático... Não cumpri isso estritamente, me apaixonei por algumas pessoas, mais especificamente: Sandrini, Bia, Luísa, Érica e Júlia. Bem menos do que eu costumava me apaixonar antes, e com bem menos intensidade. E apesar de reconhecer que preciso ir com mais calma, me jogar menos de cabeça, que preciso aprender a controlar meus nervos, enfim, que existe ainda muita coisa a ser melhorada. Tenho muito prazer em dizer que não me destruí por causa de ninguém. Chorei um pouco por cada uma delas (menos pela Bia... a Bia era só vontade de dar mesmo... Eu acho), quando as coisas terminavam eu fumava mais que o normal, eu ficava triste e comia muitos doces... Mas só isso... E duvido que eu tenha sofrido mais de uma semana por alguém. Ou que eu tenha insistido mais de 2 dias. E não que eu ache que eu tenha me tornado superficial, mas parei que querer dar meu melhor por coisas sem futuro. Então eu tentava, levava um não, sem querer sem insistente, confirmava se a resposta era mesmo não, confirmado isso, caia fora e segue a vida. E com certeza essa foi minha maior mudança. Além do que estatisticamente, antes eu me apaixonava muito e transava pouco, esse ano me apaixonei por 5 e transei com 4 delas. Isso foi uma GRANDE mudança de paradigma. Acho que finalmente sexo está deixando de ser um grande tabu. Algo que só posso (supostamente) fazer com alguém que acredito que vou passar minha vida toda.<br />
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Agora relacionando esses dois último tópicos, eu tenho uma capítulo a parte que não tinha como ser planejado: A Érica. Apesar de eventualmente eu ter me apaixonado por ela, foi algo diferente dos outros 4 casos, e dos outros 894347892784 que tive ao longo da minha vida. Como provavelmente ninguém vai ler isso, posso falar sem hipocrisia, acho que nunca me aproximei de garota nenhuma sem segundas intensões. Por mais que a amizade fosse legítima, sempre tinha algo subjacente. E a Érica foi a primeira amizade que criei livre de segundas intensões, e o que aconteceu foi um desdobramento natural das coisas, e não fruto dos meus tão conhecidos "galanteios". E infelizmente fiz bosta e acabei perdendo a amizade dela. Mas eu sinto falta da amizade, e não da paixão. Foi a primeira vez em que a amizade veio desde o começo acima de tudo. E talvez o meu maior e único arrependimento esse ano, foi por ter afastado a única pessoa que talvez tenha importado de fato.<br />
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Voltando, outra promessa que tinha feito, era me afastar da Thais. pois bem, me afastei, e depois de 8 meses retomamos contato. O que foi bom, porque antes eu me afastei por instinto de auto-preservação emocional, mas ainda colocava ela num altar, e graças a essa reaproximação com eu já não apaixonada, consegui ver que tipo de pessoa ela é, e fui grata por ela nunca ter escolhido ficar comigo em vez do Davison. Talvez eu continuasse cega por ela, e honestamente, posso não ser perfeita, mas mereço coisa muito, mas MUITO melhor.<br />
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Esse ano completei 1 ano de carteira assinada, pela primeira vez na vida! O que foi uma grande conquista, além disso fui promovida e fui ganhando cada vez mais autonomia no trabalho. Começar a ter conquistas que dependia exclusivamente de mim e sem uma visão romântica da vida, mudou minha forma de encarar as coisas.<br />
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E devido a isso, tive coragem de voltar pra trás e começar e recolher os cacos de tudo que sai quebrando no meio do caminho: Fiz uma solicitação para voltar para a faculdade, ela foi aceita e retorno ano que vem. Parei de só prometer que ia para a Bélgica, e fiz um plano de previdência privada, não é muito, mas ter começado, meu deu ânimo para começar a traçar novas estratégias para que esse sonho se realize. E então no mês passado me matriculei num curso de inglês, para ter mais confiança em me comunicar no exterior. E comecei a ver questões de milhas e já estou começando a pensar na compra das passagens.<br />
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Eu disse que me livraria das minhas dívidas, confesso que como dei prioridade em comprar e fazer coisas novas, ainda falta uma última parcela do curso de sommelier, mas que irei pagar segunda feira, ou seja, amanhã. E em 2012 nessa mesma época do ano eu tava tão fodida! Desempregada, sem sonhos, sem planos, largando a faculdade, vivendo pelos outros e com mais de 10 mil em dívidas, e agora pela primeira vez em 3 anos eu volto a ver algum futuro para mim.<br />
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Eu sempre quis praticar alguma luta, me inscrevi no muay thai, ok, só fiz 4 aulas, mas finalmente eu fui atrás, e pretendo voltar. Ano que vem também penso em voltar para a terapia. Sei que são muitas coisas, e nem sei se vou ter tempo para tudo isso, mas 2015 foi o ano em que aprendi a pensar em mim. Quando conheci a Érica, só foi possível porque queria ir no show da Karina Buhr e marquei com duas amigas e as duas furaram comigo, e eu fui mesmo assim.<br />
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Sei que é um processo, e minhas metas de começo de ano não se cumpriram prontamente, mas no saldo geral, eu consegui muitas coisas boas, e muitas coisas ruins aconteceram, mas dessa fez não deixei elas me destruírem, e transformei todas essas merdas em lições de vida. Não que eu tenha me tornado uma Pollyanna chata pra caralho, mas não dá pra você ficar se lamentando a vida toda. Merdas acontecem, e se elas não te afetam, vai se tratar, porque tem algo errado com você, mas se elas te paralisam, você precisa procurar uma saída.<br />
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2015 pode não ter sido o ano em que tive o momento mais feliz da minha vida, mas também no foi o ano em que tive o pior momento, mas principalmente, não foi como 2013 em que fiz a mesma afirmação, mas dizendo que foi um ano morno. Não, esse foi um ano quente, cheia de peripécias e reviravoltas, mas a experiência de vida te deixa com o pé atrás, o que impede o êxtase, mas impede a queda pra um inferno profundo. 2015 foi o ano em que decidi voltar a me conhecer, e sei que ainda há um longo caminho pela frente. Mas por mais babaca e clichê que seja, sempre esperei a aceitação vinda do outro, e ela nunca veio, e eu sempre fui criticada por ser quem sou, mas agora a aprovação parte de mim. Me dediquei em me conhecer. E o lado bom, é que se vejo algo que não gosto eu muda, e se vejo algo que eu gosto, a opinião dos outros sobre isso não pode mais me afetar. Então que 2016 seja um ano que eu enlouqueça de tantas coisas para fazer, e que eu esteja na minha melhor companhia, e qualquer um que apareça querendo me acompanhar parte da viagem, será bem-vindo, mas uma lição ficou: nunca abra mão de você mesmo por ninguém Camila Strongrenhttp://www.blogger.com/profile/15216756883912337752noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117232157574810670.post-73736964357007709882015-10-12T16:49:00.000-03:002015-10-12T16:49:06.155-03:00O Melhor e o Pior de mim ou um provável carta de despedidaPessoas que tem o "poder" de despertar o melhor em mim, tem exatamente o mesmo poder de despertar o pior. A grande merda é que muito pouco disso parte deliberadamente deles, e a maior parte é minha responsabilidade.<br />
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Eu geralmente durmo poucas horas por dias, porque quando durmo mais do que isso, começo a ter pesadelos. E quando me sinto no meio desse mal-estar, faço questão de dormir o máximo que eu puder. Começa a nascer em mim um certo prazer masoquista de me ver presa em meio aos meus piores pesadelos. Eu quero que a dor cresça.<br />
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Uma das teorias que eu fiz para esse meu comportamento, além de eu ser completamente louca, obviamente, é que quando alguém tira o melhor de mim, eu me sinto realmente bem, eu me sinto viva, eu me sinto motivada a estar viva. Então quando eventualmente eu percebo que na verdade a pessoa nunca fez eu me sentir bem, isso foi apenas uma ficção criada por mim como uma forma de sobrevivência, esse bem estar se quebra, e o torpor toma conta. E nesse momento, talvez, a dor seja a única forma de eu continuar me mantendo viva de alguma forma.<br />
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E por isso eu disse que aquilo de tirar o melhor e pior de mim, no final é uma narrativa minha, e eu acabo incluindo outra pessoa que entrou na minha vida, por acidente. Por isso eu aguento muita coisa dentro das minhas relações: a pessoa pode me xingar, pode brigar comigo, pode me humilhar.. Porque de alguma forma, dentro da minha narrativa alucinada, eu posso transformar isso numa forma destorcida de amor, mas quando a pessoa age como se não desse nem meia foda para o que eu disse, é aí que a narrativa se quebra, é aí que eu percebo que estava abrindo o mais profundo do meu coração diante de um espelho, porque o outro não se importou.<br />
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Ela nunca me fez mal, nem me xingou, nem brigou comigo, nem me humilhou. Confesso que ela não me deu muito trabalho em criar uma narrativa fantástica a ponto de extrair o melhor de mim. Para ser honesta, ela é uma pessoa bem incrível mesmo fora da minha narrativa mental. Minha real narrativa foi forjar um afeto muito maior do que o existente. Não que eu acredite que ela não se importa at all, Mas em algum momento, dentro da minha cabeça, eu precisava acreditar, mesmo que por alguns dias, que eu era realmente muito amada por alguém tão foda quanto ela.<br />
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Efetivamente, ela nunca me decepcionou, mas quanto tempo eu seria capaz de manter essa narrativa? Quanto tempo eu seria capaz de mentir para mim que eu era mais importante do que eu realmente sou? Quanto tempo insistindo, mesmo sentido lá no fundo que eu tava sendo chata, insistente, invasiva, e simplesmente me mantendo por perto porque estava vencendo pelo cansaço?<br />
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Eu não consigo lidar de verdade com pessoas, então eu crio falsas relações o tempo todo, criei várias personalidades para eu nunca estar sozinha, porque quando eu era criança, eu já não tinha amigos, então eu me desdobrava pra fingir que eu estava brincando com outras pessoas, mas no final só estava eu, e olhando essa cena com alguns anos de distância eu não sei se tenho pena de mim mesma ou se me sinto patética.<br />
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Cresci, mas pouca coisa mudou de fato. Eu continuo forjando falsas relações, com prazo de validade bem delimitado, porque não sei criar vínculos reais, e não importa o quanto o tempo passe, não fica menos doloroso ver meu castelo de cartas sempre desmoronando, simplesmente para eu construir outro que igualmente irá desmoronar em seguida.<br />
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Às vezes eu pergunto qual o ponto disso tudo. Só hoje, já quis socar meu saco de pancada até meus dedos sangrarem, botar pra fora toda minha brutalidade, encarar de frente que nunca fui e nem nunca serei uma pessoa boa. A dor é tão tentadora, já pensei em me fatiar em mim pedações e fazer doer cada parte do meu corpo para ver se esqueço de tudo, já pensei em tacar fogo em absolutamente tudo que eu tenho, e ver desmilinguir na frente dos meus olhos toda essa imagem falsa que eu criei de que eu sou alguém, de que eu de fato existo. Eu fico rodeada de coisas que significaram algo em algum momento, para tentar não me esquecer de quem eu sou, mas eu estou me perdendo dentro de mim mesma, então quero que tudo isso se exploda.<br />
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Mas por fim, eu sou uma pessoa patética, que não tem absolutamente ninguém que possa conversas sobre esse tipo de coisa. Ninguém! Eu passei a vida em branco, construindo esses malditos castelos que desmoronam com um sopro, e todas essas coisas que guardei para me lembrarem de quem eu sou, no final, são só coisas. Não existe nada que me prenda, nenhum sonho, nenhuma dívida, nenhuma promessa, nenhum vínculo, nada.<br />
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Quando sua vida se torna um grande vazio, a morte parece ser o único ato de integridade, onde o nada que você é, se fundirá com o nada e a quietude do universo.<br />
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Eu ofereci ao mundo meu melhor, mas não foi muita coisa. Não sei se o que mais dói ou o que mais conforta, é que no fundo no fundo, seja qual for minha decisão, não fará diferença nenhuma.<br />
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e perguntar se vocês realmente não têm nada melhor pra ler mesmo! hasuhasuhasuhasuashasCamila Strongrenhttp://www.blogger.com/profile/15216756883912337752noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117232157574810670.post-65214865107360179122015-09-18T15:34:00.000-03:002015-09-18T15:34:13.695-03:00Sobre o vazio que fica toda vez que tiramos alguém de nossa vidaRompimentos são dolorosos, mesmo os mais necessário. É a tal síndrome da formatura ou algo assim: não importa o quando você odiava o colégio, as matérias, seus colegas, enfim, não importa o quanto o seu ensino médio tenha sido uma porcaria, no dia da formatura você vai chorar, vai abraçar todo mundo, e sente antecipadamente uma falta absurda de tudo aquilo que a priori te fazia tão mal. Afinal, a formatura é um inexorável fechamento de ciclo e a única pergunta que fica na sua cabeça é "e agora?"<br />
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Você estudou por anos esperando se formar, e espera que uma vida melhor venha a partir de agora, mas a questão é que tudo que era familiar, por mais que não fosse bom, ficará para trás, e o futuro é uma incógnita. Você tem planos e sonhos, mas efetivamente não sabe como será agora. De repente se abre um buraco dentro do seu peito, e você não faz ideia do que irá preenche-lo, se é que ele será preenchido, e isso é excitante e assustador ao mesmo tempo.<br />
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Essa é uma situação emblemática, mas isso ocorre várias vezes em nossa vida em maior ou menor grau de intensidade. Um pedido de demissão daquele emprego que você odeia, um casamento, uma mudança de casa, uma amizade que vai embora...<br />
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A gente tende a suportar coisas terríveis pelo simples medo do novo, ou nos tornamos compulsivos em não cultivar nada pela ânsia do novo. Eu já estive dos dois lados dessa moeda, e hoje olhando pra trás, acho que me prendi demais a coisas que não valiam a pena, e desisti rápido demais de coisas que valiam. Mas na hora você toda aquela que parece ser a melhor decisão, e você nunca terá certeza absoluta se ela foi a correta.<br />
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Eu fiz uma amizade, que foi leve porque eu nunca pensei sobre ela, no exato momento em que comecei a tentar racionalizar o que aquilo significava, foi a perdição.<br />
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Às vezes acontecem coisas que modificam profundamente a dinâmica de uma relação, e agora eu percebi que ignorar isso e tentar fingir que as coisas continuam iguais quando nitidamente tudo mudou, não é nem de longe o caminho mais saudável.<br />
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Eu considero mentiras inaceitáveis, mas paradoxalmente, sou muito mais intransigente com as pequenas mentiras, porque as considero desnecessárias. Viver é um ato de coragem, e só que já pensou diversas vezes em por um fim na própria vida entende o que eu quero dizer. E ser honesto com as pessoas que te rodeiam e se importam com você deve ser a tarefa mais difícil e essencial dessa coragem.<br />
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Se ela tivesse me dito abertamente que não conseguia lidar com essa mudança de dinâmica e que precisa de espaço, precisava que eu me afastasse, não teria sido fácil, mas eu teria feito. Mas ela quase que me obrigou a entrar num jogo de simulações, em que eu e ela tínhamos que constantemente fingir que tudo estava igual, quando tudo havia mudado. E um jogo de simulações só sobrevive a base de mentiras.<br />
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É horrível sentir que você está forçando a barra, sentir que você se importa com alguém que não dá a mínima, perceber que todas as promessas se tornaram vazias, e começar a esperar constantemente por alguém que você sabe que não irá aparecer.<br />
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Esse vazio é estranho, parece que algo foi arrancado. Me sinto como aquele jogo que vc vai tirando as peças e tenta fazer isso de forma que todo o resto não desmorone. E lá fica a sua construção: esburacada, mas de pé. Ao longo dos anos muitas peças foram arrancadas, algumas foram repostas, e outras não, e eu fui ficando cada vez mais esburacada, e não sei em que momento eu vou parar de só ameaçar e vou acabar desmoronando. Dá até medo de se importar novamente com algo ou alguém e de repente ter mais uma peça tirada e bum! tudo vai abaixo, não porque aquela peça em si definia sua estrutura, mas porque muitas outras já tinham sido previamente retiradas, e por mais que ainda existam peças sólidas que nunca foram movidas, em algum momento elas não serão mais o suficiente para te manter em pé.<br />
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Eu sou orgulhosa e sempre ostentei meus buracos como cicatrizes que mostravam uma sobrevivência dura, mas agora eu vejo que se eu continuar me mutilando assim, eu vou desabar, e eu preciso encontrar algumas forma de preencher esses vazios. E não sei como. Confesso que sempre me relacionei da forma errada, eu entregava minhas peças para o outro, e quando tudo chegava ao fim, aquilo era arrancado. Eu preciso descobrir uma forma de fazer com que a pessoa coloque algo em mim, porque ai mesmo que ela vá embora e arranque o que ela pôs, ainda sim eu empato. Cansei desse jogo em que eu sempre perco e o outro sai inteiro.<br />
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Esta semana surgiu mais um buraco em mim, e doeu, porque além desta perda em si, veio a consciência de todas as outras perdas e de como minha estrutura está frágil.Camila Strongrenhttp://www.blogger.com/profile/15216756883912337752noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117232157574810670.post-47420283631105025442015-09-08T19:06:00.001-03:002015-09-22T02:34:19.416-03:00Presença da tua ausênciaEm um mar revolto<br />De presenças intensas<br />A ausência da tua ausência<br />Silenciosamente fez morada<div>
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<div style="margin-bottom: 6px;">
Na quietude de tudo que é fundamental<br />
O que é tão precioso<br />
Que jamais causa estranhamento</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
As paixões são relevantes<br />
Porque se destacam da paisagem<br />
Furacões<br />
E você, brisa leve</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Na sutileza de tudo que é essencial<br />
Histórias que se fundem<br />
Tão naturalmente<br />
Quanto o encontro de dois rios</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Hoje a presença pulsante da sua ausência<br />
É o que destoa<br />
Na paisagem dos meus dias</div>
</div>
</div>
Camila Strongrenhttp://www.blogger.com/profile/15216756883912337752noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117232157574810670.post-29978213936877861232015-08-31T18:32:00.003-03:002015-08-31T18:32:47.926-03:00Conspiração dos Unicórnios FatalistasEu fiz uma presepada! Antes de rolar qualquer coisa física com ela, ela tinha me convidado para ir a praia. É difícil explicar como me senti feliz com esse convite, não sei qual foi a última vez que fui convidada para uma viagem. Acredito que não demorei nem 2 minutos para dar meu "sim", fiz o depósito da primeira metade no mesmo dia. <div>
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Mas... A paranoia... Sempre a paranoia... Eu me odeio profundamente por não saber ser leve, e sou não pesada, que me odeio por ser pesada! Eu fiquei com tanto medo das coisas ficarem estranhas que eu mesma fiz as coisas ficarem estranhas. Deve ser alguma necessidade masoquista de destruir tudo que eu amo e tudo que me importa, tudo aqui que faz esse mundo parecer menos merda e a vida valer um pouco mais a pena. </div>
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Eu fiquei tão preocupada, que desmarquei a viagem! Sim! eu fiz uma presepada! O quarto seria dividido em quatro pessoa, e eu disse que abria mão da minha vaga. Eu deveria aprender a não tomar decisão de cabeça quente ou movida pela paranoia. Seja como for, no dia seguinte eu reavaliei minha decisão, mas ela disse que já tinha oferecido a vaga para outra amiga, e que se ela não confirmasse, eu poderia ir... </div>
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Para evitar mais paranoia, fiquei off, sem celular e sem facebook por 36h, esse foi o tempo para eu pensar e recletir sobre muitos pontos. E a sensação foi basicamente a mesma de quando você decide arrumar seu quarto depois de meses: você sabe que precisa ser feito, mas quando para pra analisar criticamente a situação, percebe que nem faz ideia de por onde começa, mexe numa coisinha aqui, ou ali, e no final joga no chão tudo que você tinha colocado em cima da sua cama, deita e tenta dormir, mas não consegue. </div>
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Parece que sempre tomo más decisões, então que a decisão no fosse minha: se quando eu ligasse meu celular ela dissesse que a viagem estava em pé, eu esqueceria tudo que rolou e não deveria ter rolado, daria um jeito de enfiar esse sentimento no cu, e seguir com a minha vida e nossa amizade como se nada tivesse acontecido. Mas se ela dissesse que a amiga tinha confirmado, eu me afastaria completamente dela, iria embora para nunca mais voltar, mas não descartaria esse sentimento tão rápido, e sim tentaria arrumar um modo de lidar com ele.</div>
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A amiga dela confirmou.</div>
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Eu sou uma bagunça, eu sou um monte de peças que nunca se encaixam. Minha vida, minha mente e meus sentimentos são um imenso turbilhão. Eu ofereci pra ela, através do destino, o melhor do mim: ou ficar na superficialidade só com meu lado bom, ou manter meu sentimento, mas não tentar puxa-la pra essa bagunça que sou eu.</div>
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De alguma forma eu machuco todos que amo. Ela não me pediu pra ficar, ela não disse que sentiria minha falta, só disse que se um dia eu quisesse voltar ela estaria ali. Esse jeito capricorniano de demonstrar afeto!</div>
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Eu sei que sou uma perita em mentir nas promessas que faço pra mim mesma, mas não desta vez. eu não vou voltar. Pois como disse "será reconfortante olhar pra trás e saber que você não me odeia", eu nunca vou deixar de ser paranoica. eu tenho esse blog há quase 8 anos, e eu continuo vivendo os mesmos dramas e cometendo os mesmos erros. Eu tento ser uma pessoa melhor, mas acho que eu nasci pra ser uma pessoa involutariamente má. Eu cansei de acreditar que existe um futuro (amoroso) pra mim, e cansei de achar que eu posso ser diferente, ou que possa haver alguém que me entenda. Já estou feliz, porque pelo menos dessa vez ninguém saiu machucado... Ou quase ninguém...</div>
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Camila Strongrenhttp://www.blogger.com/profile/15216756883912337752noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117232157574810670.post-77901915866968057722015-08-31T00:54:00.001-03:002015-08-31T00:54:44.880-03:00Sobre dar um tempoDizem que de boa intenção o inferno está cheio e que mente vazia é oficina do diabo. Pelo visto eu tenho uma mente vazia cheia de boas intenções.<br />
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Eu demorei para entrar de fato no mercado de trabalho, mas paradoxalmente, antes eu era uma pessoa muito mais ocupada: eu fazia cursos, tinha a faculdade, saia bastante, sempre estava envolvida em coisas novas. Atualmente eu cai numa rotina massante, mas que me deixa muito tempo livre, e pouca disposição para preenche-lo.<br />
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Eu tenho um emprego que me consome entre 20h e 30h por semana, mas que ao mesmo tempo me deixa sem animo para fazer basicamente nada. O que não estava sendo tão prejudicial assim, até que após muitos anos ocorreu a fatalidade de eu me apaixonar.<br />
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Como disse em postagens anteriores, claro que eu tive muitos casinhos e fogo no rabo, e que não dizer que nesse casinhos eu não tenha ficado igualmente paranoica (até porque, acredito que a paranoia seja meu estado de espírito padrão), acredito que a grande questão é que das outras vezes eu não me importava muito se seria ou não inconveniente. Acredito que essa foi uma atitude muito egoísta, e talvez, no final das contas, seja para isso que sirvam os sentimentos: nos fazer criar empatia e transformar a convivência um pouco mais aprazível.<br />
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Desde sábado às 21h eu estou incomunicável: sem meus números de celular, sem whatsapp, sem facebook... Claro que eu não tenho auto-controle o suficiente para me manter em reclusão, por isso foi necessário pedir um pouco de ajuda: os chips do meu celular foram retirados e uma amiga mudou minha senha no face.<br />
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Mas eu precisava me forçar a dar um tempo, porque o acesso irrestrito a meios de comunicação é um prato cheio para alimentar minha paranoia: ficar olhando a cada 5 minutos para o celular sem ter recebido uma resposta... terrível! se visualizou e não respondeu então! morte! e se depois de muito tempo a resposta vem seca... o fim definitivo...<br />
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Acho engraçado como os novos meios de comunicação aproximam e afastam as pessoas. Sei que essa reflexão já virou um lugar comum, mas geralmente as pessoas partem de outros pressupostos, elas acham que (principalmente) a internet afasta as pessoas porque quando você sai com alguém, não dá atenção para a pessoa porque não desgruda do celular, mas isso é uma meia-verdade. Eu sou uma completa viciada em mexer no meu celular, mas todas as vezes que sai com ela, eu sempre deixava ele do lado, acho que os celulares e smartphones só viraram o esconderijo perfeito contra as más companhias. Meu ponto aqui é outro: acredito que o excesso de acesso não deixa espaço pra saudades, e abre muito espaço para especulações e por consequência, para paranoia. A velha história do visualizado e não respondido, sendo que é impossível você saber os reais motivos pelos quais a pessoa não pode, ou até mesmo não quis, te responder.<br />
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Eu tenho um incrível dom de transformar tudo que eu toco em um fardo. Acho que no começo, com ela foi tão bom, justamente porque não havia expectativas, cobranças, e haviam hiatos. Claro que por começo eu me refiro a um coleguismo casual, e que é natural que com sentimentos mais intensos surja uma maior necessidade de contato. Mas eu estou absolutamente saturada de cometer sempre os mesmo erros, então mesmo que seja para ela sair da minha vida, que já com a mesma leveza que ela entrou, não que vê-la fugindo de mim.<br />
<br />
Mas acima de tudo, eu dei esse tempo e esse espaço para mim mesma. Eu até consigo levar a vida de boa, mas quando as coisas começam a ficar desfuncionais, vira um efeito dominó e eu acabo emendando um erro no outro indefinidamente. Eu precisava desse tempo. Não sou uma alma tão evoluída que conseguiu ficar totalmente confortável com a própria companhia, mas passei o último dia vendo filmes e séries, que me fizeram pensar, refletir sobre a minha vida. Não fiquei numa quietude absoluta, mas não havia ninguém para dialogar, havia apenas um vídeo que passava uma mensagem e minha capacidade de refletir sobre ela.<br />
<br />
E a partir disso, minha ideia de dar um tempo curto, de menos de 48h se transformou numa necessidade de maior reclusão. De novo eu cai no mesmo erro de parar de viver para mim e viver para os outros, não alguém específico (menos mal), mas para todos os outros, e é desgastante demais viver sendo uma eterna decepção, porque acredite, quando você se importa demais com a opinião alheia, você nunca será bom o suficiente.<br />
<br />
Eu sei que sou um ser humano comum, e que tem desejos e necessidades, mas eu percebi que a concretização desses desejos, especificamente o sexo, sem estar vinculado a uma conexão mais profunda, me causa dor, e uma sensação de fragilidade e desamparo. Percebi que não quero mais correr atrás de alguém pelo simples medo de estar sozinha. Acho melhor aproveitar mais minha própria companhia e salvar minhas energias para alguém que valha a pena. Mas o que mais mudou no meu pensamento nesse curto período de reflexão é sobre esse "valer a pena". Eu sempre pensava nas características que a outra pessoa tinha, que sim, são importantes, mas não podem ser o único ponto. Para alguém valer a pena, não basta ser alguém que faça meu coração disparar e me deixe com as pernas bambas, tem que ser alguém que tenha seu coração disparado por mim e fique com as pernas bambas quando me vê.<br />
<br />
Acho que eu nunca tive reciprocidade, eu me apaixonei por muita gente, que ou nem ligou, ou me usou como teste de heterossexualidade, ou simplesmente só queria um caso rápido sem profundidade. Sei que algumas pessoas já se apaixonaram por mim, mas ai foi a minha vez de ser a canalha sem profundidade. Eu mereço mais do que isso. Eu cansei de relacionamentos de dois meses, que não duram porque simplesmente um dos lados está seriamente comprometido em fazer ele não durar.<br />
<br />
A partir de agora, viverei para mim, e por mim, e não deixarei muito espaço para ninguém entrar, acho que eu faço mal a todos que me rodeiam e isso faz mal para mim. Se algo tiver que acontecer, o destino que se encarregue, porque eu estou realmente cansada de correr eternamente atrás do horizonte, e perceber que a cada passo que eu dou, é um passo que ele se afastaCamila Strongrenhttp://www.blogger.com/profile/15216756883912337752noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117232157574810670.post-71469538661290590342015-08-28T16:48:00.001-03:002015-08-28T16:48:30.928-03:00Fracassar Ao mesmo tempo que sei que os conceitos de fracasso e sucesso são questões meramente subjetivas, quando bate essa sensação de fracasso, é difícil se apegar a teorias metafísicas, você sente que você é um erro e ponto final.<br />
<br />
Quando você é criança e olha para os adultos, você sempre espera que será algo da vida, tem sonhos, planos, e olhando de fora, tudo parece simples. Não que hoje eu inveje a vida da minha irmã, mas quando ela fez 18 anos, ela já estava na faculdade, tinha um carro, tinha um emprego que ganhava qse 5 mil por mês e namorava um cara há 3 anos. Claro que depois eventualmente tudo isso ruiu, mas na minha cabeça infantil de 11 anos de idade, as coisas para mim seriam igualmente orgânicas e simples, eu não esperava ter uma vida, mas um fluxograma.<br />
<br />
Mas acho que tenho uma personalidade forte demais, tenho impulsos intensos demais, tenho opiniões polêmicas demais, tenho dúvidas profundas demais, tenho tudo demais, ao excesso, ao nível semi-doentio, então era demais pedir que eu trilhasse o caminho que a maioria trilha.<br />
<br />
A maior parte do tempo eu me orgulho disso, de ter aberto meus caminhos com minhas próprias mãos, e ter nadado contra a corrente para manter a integridade entre mim e a minha verdade. Porém, de repente eu paro e olho: tenho quase 27 anos, poucos amigos, nunca tive um emprego com mais de 1 ano de registro em carteira, nunca tive um relacionamento de fato longo e estável, moro até hoje na casa da minha mãe e o máximo que consegui foi morar fora por 6 meses. Nunca sai do país porque tenho medo de avião... E nunca fui organizada a ponto de guardar dinheiro suficiente. Quando estou sozinha em casa, durmo na sala com a TV ligada, porque tenho medo da solidão, mas ao mesmo tempo me isolo de tudo e de todos e me impeço de criar laços profundos e verdadeiros.<br />
<br />
Eu sei que pode soar um pouco idiota, mas ai me vejo apaixonada por uma garota de 22 anos, que já é formada na faculdade, ganha basicamente o mesmo que eu, é muito mais responsável, teve um relacionamento de 4 anos... E eu me sinto ridícula... Ridícula por ser tão infantil e passar meus dias compartilhando coisas idiotas na internet, coisas que aliás (quase) ninguém lê, ridícula por estar tão a esmo, quando alguém que deveria estar mais "perdida" que eu já sabe bem as direções da própria vida, mas acima de tudo ridícula por acha que uma pessoa tão errada como eu pode ter uma chance com alguém tão certo quanto ela.<br />
<br />
É até engraçado pensar como ao menos conseguimos construir uma amizade. Ela se veste de social, eu uso um tenis do pelanza e cabelo azul, além de um péssimo gosto pra me vestir. Ela não dança nem na balada, eu danço no meio da rua, cantando eu mesmo músicas aleatórias e forma desafinada. Ela fala baixo e nunca perde a compostura, eu falo alto quase o tempo todo, e a maior parte do que eu falo é besteira. Ela trabalha com livros, artigos, pesquisar, escritórios, e eu lá no bar, sentando com os clientes, abrindo uma cerveja enquanto fumo um cigarro. Ela não fuma.<br />
<br />
A gente é tão diferente que até dói. Mas ela me fascina. E de uma forma tão estranha parece que a gente é tão parecida. Mesmo quando a gente conversa, ela me manda uma frase, eu mando umas 15. Eu sempre sinto que estou incomodando, mas ao mesmo tempo quero que ela faça parte da minha vida, e quero saber como ela está.<br />
<br />
Eu sou o tipo de pessoa estranha que ama sem acreditar no amor, e que reza sem acreditar em deus. Sei que é uma tremenda loucura, mas algumas coisas conseguem ser racionalmente tão impossíveis, mas emocionalmente tão reais, tão corretas. Quando eu morrer, ou eu paro de rezar ou eu começo a acreditar em deus. Quando essa história tiver um desfecho, eu finalmente descubro se paro de amar, ou se começo a acreditar no amorCamila Strongrenhttp://www.blogger.com/profile/15216756883912337752noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5117232157574810670.post-71249103652623776722015-08-27T18:56:00.001-03:002015-08-27T18:56:23.617-03:00A pior melhor coisa que já me aconteceuAcho que nunca fiz questão de fazer segredo do fato de que sou uma viciada em paixões, apesar de eu ter melhorado muito nos últimos anos. Percebi que se apaixonar pode ser divertido, mas não vale a pena pular de cabeça em relações rasas, não vale a pena mutilar minha alma por pessoas que nem vão lembrar que eu existo depois de uma semana. Aprendi a ter relações, mas com os dois pés no chão... o que talvez a primeira vista seja bom, mas que efetivamente me transformou numa pessoa superficial, que não sentia quase dor, mas que também não sentia quase nada.<br />
<br />
Relações utilitárias ou meramente sexuais podem ser mais simples, mas no fundo deixam um vazio, que você pode teimar em ignorar, mas que faz com que tudo perca pelo melhor um pouco das cores e vibrações.<br />
<br />
Mas seja nas minhas relações intensas ou nas superficiais, o script sempre foi o mesmo: eu via, "me apaixonava" (escolhia o alvo) e a partir dali criava situações para que aquilo se tornasse real. Mesmo quando eu sentia aquilo de modo tão real que doía na pele, ainda sim era quase que meramente um jogo de sedução. Jogos repetitivos e irritantes, cartas marcadas. Primeiro, a aproximação, os sorrisos, a sedução. Depois das brigas as discussões. Não acho que fosse algo necessariamente deliberado, mas eu nunca deixei de ser uma criança mimada que cismava que queria algo, e quando conseguia logo perdia o interesse pelo "brinquedo" novo, e dava uma forma de quebrar para correr atrás do próximo desafio.<br />
<br />
Não quero com isso dizer que nunca senti nada real, que tudo que vivi até hoje foi uma mentira, porque isso seria injusto comigo mesma e com todas as pessoas que me marcaram, me ajudaram a crescer e ser alguém melhor. Só que quero dizer é que nunca me mostrei de fato, sempre eram não um, mas dois personagens: no começo o "príncipe encantado" e que logo era substituído pela "bruxa má", e entre um e outro sobrava pouco espaço para eu de fato me exercer, de fato ser quem eu era.<br />
<br />
E foi então que aconteceu a pior melhor coisa que poderia me acontecer: eu me apaixonei pela minha melhor amiga. Claro que eu já me apaixonei por (melhores) amigas antes, mas isso foi bem lá atrás quando eu tava me descobrindo, e tudo era muito turvo na minha mente, e afeto, amizade e sexualidade não eram coisas claras na minha cabeça. Novamente, não digo que aquilo não tenha sido real ou necessário, só digo que foram situações completamente diferentes desta.<br />
<br />
Eu me sentia muito sozinha, justamente porque sempre estava pulando de uma relação superficial para outra, com amigos distantes, que tomaram outros rumos em suas vida. E foi então que eu a vi, e ela foi uma dessas pessoas que você não explica, mas sente como se conhecesse desde que a eternidade, e dá até vontade de perguntar "hey! por que você demorou tanto? eu estava te esperando!". Mas eu não senti a menor atração por ela, e aquilo foi um alívio tão grande! O que eu precisava era uma amiga, e não mais uma paixão. E ela namorava, e meu lesbodar nunca se enganar: ela era irreversívelmente hetero! Ela não era um desafio a ser conquistado. Ela era simplesmente uma pessoa incrível, que me dava uma sensação de paz de tranquilidade que eu não achava em mais nenhum lugar, uma pessoa com dezenas que coisas em comum, e alguém que provavelmente eu já tinha cruzado várias vezes pela vida sem reparar, de tantos lugares em comum que frequentávamos.<br />
<br />
Eu não precisava ser o príncipe encantado, nem a bruxa má, nem o bobo da corte, nem nenhum personagem marcado. Depois de muitos anos eu tinha novamente uma amiga! Com a qual eu podia ser simplesmente eu mesma, passar vergonha, falar merda, mostrar minha fraqueza, alguém que mais do que entender, eu estava disposta a entender. Eu não via motivos pra caçar brigas, simplesmente pra tornar as coisas "mais quentes e interessantes", na verdade, o que eu queria era justamente aquela paz, ela se tornou meu refúgio.<br />
<br />
Eu sempre me apaixonei por aquilo que meus olhos viam. E não só no sentido de me apaixonar primeiro visualmente, mas me apaixonar por quem estava sempre perto, aquela pessoa de todo dia, que quase me sufocava com a sua presença e me fazia esquecer quem eu era. Eu sei que é ridículo eu dizer isso, mas ela se aproximou de mim um pouco, mas não tanto, e eu não me esqueci de quem eu era, e eu não me confundi com o que ela era, e eu a vi. Eu pude tirar a máscara, porque não tinha medo que ela fugisse, e ela não fugiu. Mas literalmente na contra-mão de tudo que eu já vivi e senti, essa paixão não veio da presença, mas da ausência. Ela não estava ali sempre, mas em certos momentos ela estava sempre ali. A gente se conheceu num show da Karina Buhr, e desde então todos os outros show lá estávamos nós juntas.<br />
<br />
Então pela primeira vez ela não foi, e eu pensei que ok. Só que de repente aquela ausência fez falta, a na dicotomia criada ali, eu percebi que me importava. Ainda demoraram longos dias para eu perceber que estava apaixonada, ou para me apaixonar, nunca vou saber. Mas a partir dali começamos a conversar quase que todos os dias. E todos os muros que eu resistentemente mantenho erguido em volta do meu coração, começaram a ser desmantelados tijolo por tijolo. Não por grandes provas de amor, mas por um "bom dia" insistente, por um "dormiu bem?", por um se importar simples e honesto.<br />
<br />
E agora me sinto com o coração preenchido e partido. Ao mesmo tempo que ela me faz um bem danado, que a simples existência dela na minha vida me faz feliz, existe uma terrível dor e frustração de perceber que esse sentimento não é recíproco. Eu quero que ela seja feliz e falo isso com a maior honestidade do mundo, se ela se relacionar com alguém que a faça bem, estarei bem. Mas ao mesmo tempo dói e dói muito saber que essa pessoa não sou eu. Ouvir ela me falando do quanto gosta de outro cara, e do como ela é foda e muito melhor do que eu. É difícil ouvir que ela me odeia (mesmo que de "brincadeira") e que por mais bem que eu queira fazer pra ela, ter que ouvir que eu to destruindo a vida dela.<br />
<br />
Acho que a maior facilidade de se apaixonar por alguém que você não conhece, é que quando dá errado e pessoa vai embora, por mais que seja chato, você não está perdendo alguém que é realmente importante na sua vida. E agora estou cheia de dedos, medindo cada atitude pra não magoá-la, e parece que quanto mais eu tento não fazer merda, mas merda eu faço. Não acredito que exista uma saída fácil. Só sei que preciso descobrir um jeito de tirar esse mal(ben)dito sentimento que cisma em criar raízes e crescer a cada dia mais.<br />
<br />
Todas as opções parecem tão estúpidas! Me afastar por medo de perde-la? Como cometer suicídio por medo de morrer. Insistir em algo a mais quando ela claramente não me quer? Seria basicamente assinar a sentença dela saindo da minha vida. Engolir e esquecer esse amor que sinto? Parece o mais razoável, mas parece totalmente idiota abrir mão de um dos melhores sentimentos que já senti na minha vida.<br />
<br />
Por isso não sei se agradeço por aquele fatídico 28.04.15 ou se desejo jamais tê-la conhecido.Camila Strongrenhttp://www.blogger.com/profile/15216756883912337752noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117232157574810670.post-1773962764039901772015-08-24T14:37:00.001-03:002015-08-24T14:37:45.017-03:00Sem títuloFaz amor comigo, apenas uma vez<br />
É o que te peço<br />
O suficiente para passar essa louca vontade<br />
De mentir que estar com você uma vez só me basta<br />
<br />
Toque meu corpo<br />
Com a mesma maestria que desbrava minha alma<br />
Me incendeia<br />
Com esse mesmo fogo que ilumina meus dias<br />
<br />
Eu não entendo o que você quer<br />
Mas sua dúvida cria uma aura intensa e rarefeita<br />
Que como um vento intenso<br />
Inflama essa paixão de me consome<br />
<br />
Minha mente está confusa e perdida<br />
No meio desse rodopio tento manter a normalidade<br />
Porém as peças que sempre estiveram ali<br />
Agora não se encaixam mais<br />
<br />
Quero fugir<br />
Porque o que sinto me dá medo<br />
Sou acostumada a ser bombardeada pelo que vem de fora<br />
Mas como lidar com algo que vem tão de dentro?<br />
<br />
Quero fugir<br />
Mas imaginar olhar pro lado e não te ver<br />
Me assusta mais do que ficar e lutar<br />
Mas como lutar com um inimigo invisível que não existe?<br />
<br />
Minha cabeça gira<br />
Cheia de questões que eu nem deveria pensar<br />
Então só me ame, me toque, me confunda<br />
Mas segura a minha mão, não me deixa fugir, fica!Camila Strongrenhttp://www.blogger.com/profile/15216756883912337752noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117232157574810670.post-75823359800519634132015-07-28T22:49:00.001-03:002015-07-28T22:49:54.030-03:00Tutorial de como largar de ser trouxa- Deixe de ser trouxa em fazer expectativa<br />
<br />
- Quando a esmola é grande, o mendigo desconfia:<br />
é interessante<br />
é sexy<br />
é bonita<br />
ta topando facil a trepada<br />
deu qualquer sinal de ciume irracional no primeiro mês<br />
choramingou pra vc pagar algo<br />
<br />
liga o botão de alerta!<br />
<br />
- Evite mulheres mal resolvidas:<br />
divorciou? terminou namoro? ta curiosa como é trepar com outra garota? não sabe dizer o que sente? só evita cair de cabeça<br />
tipo, esses sinais sempre acontecem com gente que pode dar b.o, mas também um pouco com quem não dá, pessoas bem resolvidas normalmente não dão stress nesses pontos tão rapido<br />
<br />
- por isso os três meses:<br />
<br />
Quem é problema com 'P' gigante normalmente no primeiro mês vc já tem motivo suficiente pra mandar a pessoa pra outra galaxia<br />
Mas acho que o mais importante seria mais você começar a tomar uma distancia das pessoas quando as conhece e tem relação do que cortar totalmente contato<br />
distancia que eu digo, mesmo que vc se sinta atraida, role aquela química, se da um tempo de 'teste drive'.<br />
Pega tipo uns 3 meses de convivencia, evita levar suas coisas pra casa da pessoa e vice versa, ou frequentar mto a casa dela, se rolar sentimentos evita expectativas e tenta manter uma distancia de segurança pra o caso de dar merda vc ter uma rota de fuga sem mta pancada<br />
3 meses normalmente é o tempo que a parte magica, brilhante e ofuscante de qualquer inicio de 'relacionamento', casual ou não, começa a perder o brilho e os defeitos vem a tona, dai da pra saber se da pra conviver com eles ou se é cilada<br />
tem gente que da pra descobrir isso em um dia, uma semana, mas normalmente n passa mto desses 3 meses o.o<br />
dai se vc se da esse tempo de 'observação e avaliação' , fica mais facil de vc raciocinar e ver se é tudo isso mesmo que seu coração grita que é na primeira semana<br />
<div>
<br /></div>
Camila Strongrenhttp://www.blogger.com/profile/15216756883912337752noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117232157574810670.post-83108053848635799982015-01-18T23:55:00.003-02:002015-01-18T23:55:24.534-02:00Diálogos hipotéticos que NUNCA aconteceram<div>
- ahhh vc é tão linda</div>
<div>
- vc tbm é!</div>
<div>
- são seus olhos</div>
<div>
- gosto mais dos seus</div>
<div>
- e qdo vou poder usar meu olhos pra te ver de novo?</div>
<div>
- logo</div>
<div>
- vc ta me dizendo isso há 7 meses</div>
<div>
- briga com a minha agenda que ta me fodendo</div>
<div>
- vou brigar com a sua agenda pra tomar o lugar dela isso sim hsuhsauhsuh</div>
<div>
- own</div>
<div>
- não entendi sua interjeição</div>
<div>
- achei fofa a piada </div>
<div>
- vc é a única pessoa que acha fofo algo assim hsauhauhsuhasuhsa</div>
Camila Strongrenhttp://www.blogger.com/profile/15216756883912337752noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117232157574810670.post-64041687543997555742015-01-05T23:41:00.001-02:002015-01-05T23:41:19.533-02:00Algum LugarMe consola pensar<br />
Que em algum lugar<br />
Somos eu e você<br />
Que dentre todos Universos possíveis<br />
Um deles guarda nosso final feliz<br />
<br />
Mas essa realidade em que vivo<br />
Só guarda a dor e a amargura<br />
De amores não correspondidos<br />
E saudades do futuro que nunca houve<br />
<br />
Talvez essa vida de mágoa<br />
Só sirva para soltar a ponta<br />
De tudo que poderia ser<br />
Mas nunca será<br />
<br />
Todas as possibilidades<br />
Que já quando nascem<br />
Trazem consigo a saudades<br />
Daquilo que nunca vai acontecer<br />
<br />
Mas espero que essa sina<br />
Seja somente minha<br />
E que entre todos os Universos possíveis<br />
Seja este que guarde tua felicidade<br />
<br />Camila Strongrenhttp://www.blogger.com/profile/15216756883912337752noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117232157574810670.post-51529454431469222782014-10-05T14:04:00.002-03:002014-10-05T14:04:28.466-03:00Um tempo sozinhaNão suporto mais relacionamento! Simples assim!<br />
<br />
Um namoro emendando no outro só serviu para me enlouquecer completamente. Tento fazer as coisas darem certo e o que recebo? Um imenso nada!<br />
<br />
Um namoro de basicamente um ano e meio jogado no lixo porque a pessoa ainda vive a esquizofrenia de que preciso corresponder às suas expectativas, ou então o que eu sinto não é verdadeiro. E uma paixão de mão única na qual eu me entreguei completamente e recebi menos do que migalhas em troca!<br />
<br />
Cansada de não ser desejada, de tudo ser tão pesado, de nunca ser o suficiente pra ninguém. Cansada de ser a pessoa errada, ou ter aparecido no momento errado, eu ter nascido no sexo biológico errado, em resumo: minha existência é um grande erro na visão dos outros, então prefiro ser essa merda desse erro sozinha, sem precisar ser constantemente preterida e humilhada!<br />
<br />
To cansada! E a cada dia mais chegando à conclusão de que não é possível existir relacionamentos saudáveis, simplesmente porque as pessoas não são saudáveis, eu mesma não sou.<br />
<br />
A solidão parece ser a única forma plausível de suportar essa existência dolorosa, pautada em cobranças e abandonos.<br />
<br />
O pior erro da minha vida? Ter tido esperança de que um dia as coisas seriam melhores, porque elas nunca são e nunca serão.Camila Strongrenhttp://www.blogger.com/profile/15216756883912337752noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117232157574810670.post-53207545373902283912014-09-27T10:07:00.002-03:002014-09-27T10:07:35.443-03:00A Arte de EsquecerTalvez a vida seja composta de uma dialética bizarra na qual sempre queremos aquilo que ainda não temos ou o que já foi deixado para trás. Por muito tempo eu fiquei em um grande limbo existencial, e por mais que eu me dedicasse e buscasse inspiração, nada me tirava do meu tédio (quase) absoluto. E naquele momento eu daria tudo para poder sentir novamente, sentir qualquer coisa, boa ou ruim, mas que fizesse eu sentir a existência.<br />
<br />
Pois bem, em um golpe bizarro do destino, eu voltei a sentir, e não apenas uma coisa, mas muitas de uma vez. Um sentimento complexo e paradoxal. Algo que me fez sentir novamente viva, mas que não mesmo tempo me dava vontade de morrer. A dor e o prazer estavam intrinsecamente misturados.<br />
<br />
Mas esta foi uma história que nasceu errada desde o começo, algo que não pode e não deve acontecer. E talvez por isso tenha sido tão bom, talvez por isso tenha me movido do meu tédio. Porém, como eu disse no começo, a vida é essa dialética bizarra. Alguns chamam de ingratidão a gente querer sempre o que não tem, eu chamo simplesmente de vida, porque a satisfação completa por paralisaria. E apesar de ser algo recente, com pouco mais de um mês, e chegada a hora de voltar a praticar a milenar arte de esquecer.<br />
<br />
Não para fugir do sofrimento, pois, pelo menos comigo, a dor e o prazer nunca conseguiram existir um sem o outro, mas porque é algo sem futuro. O que incomoda não é a dor em si, mas a frustração do desejo não realizado. Eu poderia me contentar com raspas e restos, desde que essas raspas e restos fossem só para mim, mas não são. O que recebo é muito pouco, muito menos do que preciso para satisfazer esse desejo louco que me consome.<br />
<br />
E se por um lado essa paixão me tirou do tédio, por outro, e meramente por comparação, ela faz as outras coisas parecerem ainda mais tediosas.<br />
<br />
Nos últimos anos tenho me esforçado muito para não me perder nos meus infernos particulares. E por isso é a hora de por um fim. Porque essa relação nem satisfaz o desejo que ela mesma cria, e me faz perder o interesse pelas outras coisas. E isso não pode acontecer. Porque sei que um dia, ela irá embora, e o que restará serei eu, e portanto, tenho que estar inteira.<br />
<br />
Talvez a arte de esquecer (alguém), seja a arte de lembrar de si. As cobranças têm vindo de todos os lugares, e eu dou o melhor que posso, mas nunca é o suficiente, e estou começando a me cansar de ter que provar o tempo todo quem eu sou. Porque na minha ânsia de provar, eu esqueço de ser.<br />
<br />
E me pergunto: será que existe algo entre meus infernos e meus paraísos que não seja esse nulo absoluto? Talvez eu esteja ficando velha, para começo a deseja uma vida tranquila, porém, este parece ser o caminho errado. Mas para que eu possa descobrir o caminho certo, preciso pensar, e para conseguir pensar em qualquer coisa que não seja nela, primeiramente, terei que descobrir uma forma de esquecer...Camila Strongrenhttp://www.blogger.com/profile/15216756883912337752noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117232157574810670.post-13402553111767608472014-06-04T05:43:00.000-03:002014-06-04T21:32:03.384-03:00Eu sei que não é culpa dela (nem de ninguém)Acho que durante minhas crises depressivas desencadeadas por alguma desilusão amorosa, as pessoas devem me achar mais louca do que de fato eu sou. Talvez fique a impressão de que estou sendo excessivamente dramática e fazendo tempestade em copo d'água. Afinal, nenhuma garota merece que eu me destrua assim.<br />
<br />
O problema é que ao me julgar, as pessoas partem de seus próprios pressupostos. Elas estão tão condicionadas a uma cultura "romântica", que acreditam que aquela pessoa é a responsável por quebrar meu coração e levar todos meus planos pro bueiro, junto com as minhas motivações.<br />
<br />
Mas essa idealização do amor romântico que quando não concretizado devasta a vida do amador é uma projeção delas sobre mim, porque eu sei que não é nada disso. Não vou mentir e dizer que sempre soube disso, mas quando se convive com crise extremamente problemáticas durante muitos anos, você para de procurar culpados e busca razões muito mais complexas, e não falo mais em culpa, e sim em "gatilhos".<br />
<br />
E não posso culpar ninguém pelas minhas crises, nem mesmo meu pai que me abandonou e me entregou de bandeja para um predador, nem meus estupradores, nem meus familiares com história crônico de abuso... E se não culpo esse monstros, lógico que não culparia uma pessoa adorável cujo o único "pecado" teria sido não me querer como eu a queria.<br />
<br />
Claro que as atitudes alheias me afetam diretamente, mas muitas pessoas passam por experiência parecidas, algumas até piores e lidam com isso de outra forma. Não estou dizendo que haja um jeito certo ou errado de lidar com seus fantasmas, mas sem dúvidas eu tenho uma predisposição para depressão, e mesmo que tivesse sido só fatores ambientais que a causaram, com certeza não foi um fato isolado e muito menos a culpa de uma pessoa só. E também não foi minha culpa! Sei que faço minhas escolhas, e que elas igualmente me afetam, mas repito: é uma confluência de fatos.<br />
<br />
E decidi admitir que lidar com isso está além das minhas forças, porque quando se trata de alguma debilidade mental, seja a nível físico, psicológico ou psiquiátrico, as pessoas tendem muito a culpar o doente. É basicamente a mesma lógica do estupro: se você está sofrendo com isso, de alguma forma a culpa é sua. Mas ninguém em sã consciência poderia escolher viver nesse eterno mal estar.<br />
<br />
Não se trata de querer, ou não se esforçar o bastante para mudar as coisas. Se alguém é diagnosticado como diabetes, óbvio que a pessoa vai mudar a alimentação, e óbvio que algumas escolhas alimentares ao longo de sua vida colaboraram com o quadro, mas ninguém questiona que de fato há uma predisposição genética, influência de outros fatores ambientais, e a necessidade de uma tratamento para controlar a doença por quanto tempo for necessário. Mas quando se trata de depressão, bipolaridade, esquizofrenia, etc, etc, etc a lógica não é a mesma. Parece que querer procurar ajuda te dá um estigma ainda maior.<br />
<br />
E eu to cansada das pessoas dizendo que não devo procurar ajuda porque tenho que encontrar forças dentro de mim, porque não é tão grave assim, eu que gosto de me fazer de vítima, que basta eu querer mudar que tudo melhora, que isso vai matar minha criatividade, o que é uma pena já que tenho tanto talento...<br />
<br />
E parece que ninguém liga pra mim ou pro meu bem estar. Ninguém liga que se todo os dias quando eu acordo a primeira coisa que eu penso é "Meu Zeus, como seria bom estar morta", isso não é uma mera falta de boa vontade. E também não adianta querer me reduzir as suas experiência pessoais! Isso é diminuir minha vivência, meu esforço e até mesmo minha individualidade.<br />
<br />
Enfim, mas o que queria dizer nesse post é que mesmo nas crises, sempre me resta uma ponta de racionalidade, e que se serve para alguma coisa, quero deixar nos registros que não tenho mágoa da Karina, e nem acho que ela seja a causa dos meus problema (coitada, caiu de para-quedas no meio da minha loucura), e que sei que não foi por mal, mas ela simplesmente acionou certos gatilhos meus, o que, diga-se de passagem, não foi muito difícil, já que já faz muito tempo que estou numa "fase" terrível.<br />
<br />
Espero que as coisas se ajustem, e que as crises parem, e que eu possa amadurecer de fato, porque poderei usar tudo que venho aprendido ao longo desse anos sem colocar tudo a baixo porque de repetente por uma semana eu decidi não sair do meu quarto e na semana seguinte eu resolvi ofender todo mundo ao meu redor, e em seguida me trancar novamente no quarto e ficar me auto-mutilando...<br />
<br />
É uma verdadeira merda me esforçar tanto para dar um mísero passo para frente, e quando vem a crise, me sinto dando 5 passos para trás. Me sinto naquela música da dona aranha, que nunca chega a lugar nenhum, porque não importa o quanto ela se esforce em subir, vem a chuva forte e lá está ela de volta a estaca zero, mas a gente sempre recomeça, né?<br />
<br />
Não acho que terei uma vida perfeita, e sei que haverão dias de chuva, só espero que esses dias não sejam mais capazes de destruir basicamente tudo que eu amo.<br />
<br />
Espero um dia não ter que perder a amizade de alguém que amo tanto, só porque essa pessoa, num tropeço, disparou algum gatilho, e eu a atingi com tanta violência que sei que ela nunca mais voltará a querer olhar na minha cara...Camila Strongrenhttp://www.blogger.com/profile/15216756883912337752noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117232157574810670.post-42650087552749352692014-05-30T23:32:00.000-03:002014-05-30T23:32:02.678-03:00Um inbox..."meu, será que ela tem noção disso?
de que ela conseguiu o que ninguem conseguiu?? te deixar a vontade, te deixar apaixonada por tanto tempo. Será que ela não manja que vc é uma pessoa foda pra caralho e que essas coisinhas que ela tá fazendo agora, desnecessarias, podem fazer ela perder a chance de estar ao seu lado?"<br />
<br />
Não... Acho que ela não faz a menor ideia e nem se importa... Acho que novamente eu que fui uma idiota por abaixar a guarda, no final, tudo termina igual...Camila Strongrenhttp://www.blogger.com/profile/15216756883912337752noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117232157574810670.post-47323662992456467132014-05-30T21:56:00.000-03:002014-06-03T00:39:44.733-03:00Eu Nunca Serei um Homem (E Eu Sei Disso)Várias coisas estão rodando pela minha cabeça agora, e como é recorrente, não sei bem por onde começar.<br />
<br />
Lembro de ter lido uma vez um teoria freudiana que as meninas, ainda pequenas sofriam de algo que ele chamava de "inveja do pênis", e embora eu ache Freud genial em muitos sentidos, não acho que ele esteja acima de qualquer erro. E acredito que o que ocorre não seja uma questão biológica, ou puramente psicológica, mas talvez um fenômeno psico-social.<br />
<br />
Você não precisa ser um grande gênio para perceber que quem nasce homem larga na frente, e se nascer branco, classe média pra cima e heterossexual então, nem se fale! Não que pessoas que se enquadrem nesse grupo não tenho problemas pessoais, mas elas não carregam todo um ônus histórico nas costas...<br />
<br />
Ontem a gente estava bem, eu não pedi nada, eu não cobrei nada, eu não exigi nada, eu não fantasiei nada, eu não esperei nada. Então hoje ela me vira e diz "Cá... Você sabe que eu ainda gosto de homens, certo?". Minha primeira reação foi defensiva, do tipo "mas quem perguntou e quem disse que eu quero saber disso?", mas depois isso foi um gatilho para todas as milhares de vezes que ouvi coisas assim durante minhas vida toda.<br />
<br />
Eu sempre me senti deslocada no mundo, como se minha existência em si fosse um erro. E talvez eu realmente seja uma suicida em potencial, mas meu instinto mais básico continua sendo o de sobrevivência, e para mim sobreviver significou construir muros e mais muros ao meu redor. Desde muito criança eu descobrir que muitas vezes àqueles que deveriam te proteger são justamente os que vão te machucar, abusando de sua falta de força e de defesa, e se você ousa pedir ajuda, será desmentida "é coisa de criança", aprendi a não confiar em ninguém. Aprendi que meu corpo era errado, que meus pensamento eram errados, e que eu nunca seria boa o suficiente. E minha forma de sobreviver? Afastar tudo e todos.<br />
<br />
Claro que sinto desejos e necessidades, eu quero e preciso de afeto, mas sempre ao menor sinal de abuso, ao menos sinal de censura, ao menos sinal de qualquer ameaça, eu já montava todas as minhas defesas.<br />
<br />
Então um dia aparece alguém que burla todas suas defesas, porque em momento nenhum demonstra ser uma ameaça, alguém que nunca te julga, te pressiona, te compara. Alguém com quem você simplesmente se sente a vontade de ser você mesma. E que te tira sorrisos, e não porque você espera algo, mas porque as coisas são como são, sem depender de uma nostalgia ou uma esperança.<br />
<br />
E um belo dia, talvez sem nenhuma intenção, talvez como uma forma de defesa, a pessoa puxa o gatilho, te desmonta, te coloca diante da solidão que você criou para não ser inadequado, e você percebe que ainda sim sempre será inadequado.<br />
<br />
Um homem não precisa se dar o valor, o valor dele consiste em sua própria existência, e uma mulher tem sempre que reafirmar o seu valor. E boa parte do seu valor reside na aparência.<br />
<br />
Quantas pessoas eu já não amei como todo o meu coração, e que me disseram "se você fosse um homem eu com certeza ficaria com você", e eu percebi que não importa o quanto eu me esforce, não importa quais minhas qualidades, eu tenho uma boceta e isso sempre fará de mim a pessoa errada.<br />
<br />
E quando eu fazia curso de pintura, eu ouvia "você tem muito talento, pena que é mulher, e mulheres sempre produzem uma arte inferior", e eu percebi que não importava quantas horas por dia eu me dedicasse, não importa quantos anos eu praticasse, minha arte sempre seria inferior por ser minha.<br />
<br />
E quando eu fazia faculdade de letras me perguntavam "mas você vai dar aulas?", e eu dizia "não...", "mas mulher que faz letras só serve para dar aula", afinal, quem quer ler um livro de mulherzinha?<br />
<br />
Eu sei que existem e existiram mulheres incríveis ao longo da história, mas elas sempre tiveram que se validar constantemente, ou existir a sombra de um homem. E eu duplamente errada: uma mulher que ama mulheres, com os dedos duplamente apontados para a minha cara, tenho que dar a sorte de me apaixonar por alguém que goste de vaginas e não por alguém que goste de mim, porque aquilo que eu sou, nunca será o suficiente.<br />
<br />
Você gosta de homens e me diga em que momento em questionei isso, eu só queria saber se você poderia gostar de mim, assim como eu sou, sem remendos... Mas acho que eu tenho minha resposta...Camila Strongrenhttp://www.blogger.com/profile/15216756883912337752noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5117232157574810670.post-57609706817929009902014-05-28T18:18:00.002-03:002014-05-28T18:18:14.171-03:00O que você nunca viuComo um fantasma<br />
Eu estive sempre aqui<br />
Você não viu<br />
Você nunca vê nada<br />
<br />
E não entende<br />
Como nunca entendeu nada<br />
De tudo que te disse<br />
<br />
Eu estava perdida<br />
Jamais disse que estava certa<br />
No silêncio de cada noite<br />
Implorei por ajuda<br />
E você não me ouviu<br />
<br />
Agora é tarde<br />
A noite é escura e fria<br />
Você foi embora<br />
E como um fantasma<br />
Continuo aqui perdidaCamila Strongrenhttp://www.blogger.com/profile/15216756883912337752noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117232157574810670.post-41684714713782200352014-05-28T16:56:00.000-03:002014-05-28T16:56:11.648-03:00FragmentosÀs vezes o que dói no peito<div>
A gente tenta cortar na carne</div>
<div>
Me dizem para parar</div>
<div>
Me falam de respeito a vida</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Então por que não respeitar</div>
<div>
O corpo, o tempo e o espaço do outro?</div>
<div>
Por que não respeitar</div>
<div>
Quando alguém diz "não"?</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Falam que ser feliz</div>
<div>
É uma simples questão de escolha</div>
<div>
Mas me diga quem</div>
<div>
Em sã consciência quer ser infeliz?</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Às vezes o corpo pede socorro</div>
<div>
Às vezes as marcas invisíveis</div>
<div>
São aquelas que mais doem</div>
<div>
Mas a culpa é da vítima</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Por não conseguir</div>
<div>
Um poder sobre humano</div>
<div>
De fingir que aquelo que te destruiu</div>
<div>
Na verdade não significou nada</div>
Camila Strongrenhttp://www.blogger.com/profile/15216756883912337752noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117232157574810670.post-17464261684124709642014-05-28T16:41:00.000-03:002014-05-28T16:41:05.241-03:00Grito de uma SobreviventeSou uma pessoa<br />
Invariavelmente danificada<br />
Me bateram a vida toda<br />
Quando ninguém mais via<br />
<br />
A cada dia me dava<br />
Uma nova dose de veneno<br />
Todos os sonhos foram abortados<br />
Toda a luz se apagou<br />
<br />
Cai numa areia movediça<br />
E estagnei<br />
De tanto apanhar, aprendi a bater<br />
Então a culpa se tornou minha<br />
<br />
Cai na minha própria armadilha<br />
Entrei num beco sem saída<br />
E quando tentei dar meia volta<br />
Uma matilha apontava o dedo e ria<br />
<br />
E sem tentar entender<br />
Tudo que eu sempre passei<br />
Bradavam que a culpa era minha<br />
Só minha, sou minhaCamila Strongrenhttp://www.blogger.com/profile/15216756883912337752noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117232157574810670.post-20163930555693490542014-05-28T16:18:00.000-03:002014-05-28T16:35:14.993-03:00Sobre caminhos que não dão em nadaEsse é um daqueles momentos desagradáveis da vida onde parece que todos os caminhos levam para o mesmo lugar, no caso: lugar algum.<br />
<br />
Isso não é culpa de ninguém, nem mesmo minha, porque cansei de me torturar por não conseguir controlar tudo que me acontece ou acontece ao meu redor.<br />
<br />
Só que parece que mais nada me move ou me motiva, estou numa completa inércia, da qual as vezes sou retirada por um solavanco e depois volto a programação normal.<br />
<br />
Não sei o que fazer. Faz tempo que não espero que a vida tenha sentido, espero apenas conseguir sentir que estou viva, mas meu corpo parece anestesiado, bem como minha mente e sentimentos.<br />
<br />
Não sei exatamente o que espero com tudo isso. Lembro que me perguntaram uma vez porque eu alternava entre desenhar e escrever e eu disse: quando eu me sinto feliz, motivada, esperançosa ou com qualquer sentimentos positivo, eu me sinto compelida a desenhar, já quando me sinto frustrada, sozinha, triste, decepcionada ou com qualquer sentimentos negativo, eu me motivo a escrever.<br />
<br />
A questão é que mesmo meus desenhos, atrás de toda aquela pretensa alegria colorida, escondem toda a minha frustração e fragmentação, e minha escrita, por mais melancólica e depressiva que pareça, mostra em seu plano de fundo uma certa esperança de que dias melhores virão, mesmo que eu não saiba como e nem quando.<br />
<br />
Talvez o que eu espere tudo isso seja aliviar o peito, dizer para o nada e evitar falar o que eu sinto para quem eu mais gostaria de dizer. Sigo jogando meus sentimentos para baixo do tapete, e num discurso desconexo, maquio meus desejos e vontades dizendo que estou melhor assim, e que não importa o que eu sinta agora, vai passar...<br />
<br />
Mas nunca passa, porque quando levanto o tapete para esconder o mais novo sentimento que me toma, descubro lá todos os antigos sentimentos, diligentemente escondidos, mas que me assombro todas as noites quando deito a cabeça em meu travesseiro.Camila Strongrenhttp://www.blogger.com/profile/15216756883912337752noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117232157574810670.post-38769690871233246412014-05-27T05:04:00.000-03:002014-05-28T16:34:57.156-03:00Sobre o por quê você está errada e não tem o direito de voltar agoraPodemos partir de dois pressupostos:<br />
<br />
1 - A Lúcia não existe e nem nunca existiu, porque ela não passa de uma projeção da minha cabeça.<br />
<br />
2 - A Lúcia existe e sempre existiu, porque ela é uma parte de mim, talvez baseada em alguma loucura ou fragmentação do meu ego.<br />
<br />
A questão é que eu sou minha e só minha, e minha existência, por mais maluca que seja, não depende da validação de ninguém e muito menos da existência de alguma pessoa em especial.<br />
<br />
E também não preciso de alguém que me transborde, e o máximo que eu posso esperar de alguma pessoa com a qual eu me relaciono é que ela me compreenda, não me julgue, e que com sorte me faça sentir mais viva.<br />
<br />
Depois de meses de covardia, de medo de mostrar a cara, buscando pretextos sobrenaturais para não me ver, e até mesmo desculpas esdrúxula para não me mostrar que pelo menos você era de verdade, você vem querer me convencer que foi uma mentira algo que eu realmente vivi?<br />
<br />
Você se esforçou para sempre ser nada além de uma ideia projetada através de letras em uma tela. Mas eu sou grata a você. De algum modo você fez eu me conhecer melhor, me aceitar melhor.<br />
<br />
Porém, não sou mais a mesma pessoa carente e iludida, e descobri algo que você nunca pode me mostrar: eu preciso de pele, eu preciso de calor, eu preciso de sensações. As coisas até podem começar como uma projeção online, mas um dia essa relação tem que se tornar humana para que o sentimento seja verdadeiro.<br />
<br />
Ontem mais cedo eu tinha dito para um amigo "eu preferia ter trocado aquela noite e aqueles beijos por manter minha relação com ela como era", mas depois do seu inesperado comentário eu percebi que não.<br />
<br />
Eu ansiei por aquele olhar, por aquele toque, por aquele beijo... E pode ser que tudo esteja arruinado agora, mas eu posso deitar minha cabeça no travesseiro sabendo que foi real, que ela existe, que pode ter sido apenas por um instante, mas ela me quis, e aconteceu e nada no mundo pode mudar isso.<br />
<br />
Eu passei 6 meses da minha vida te esperando, e tudo que eu tenho hoje é uma frustração e uma falta de convicção do que era real e do que era mentira...<br />
<br />
A Lúcia não precisa de um cavaleiro, porque hoje ela é uma mulher forte, madura, independente, talentosa e feminista! Eu não preciso se resgatada, eu não preciso ser completada, eu sou capaz de escrever minha própria história, nem que for com meu sangue.<br />
<br />
E talvez eu não acerte na primeira, mas como alguém muito especial me disse uma vez, eu vou tentar até quebrar...Camila Strongrenhttp://www.blogger.com/profile/15216756883912337752noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117232157574810670.post-68010525280060470582014-05-26T07:52:00.002-03:002014-05-28T16:34:25.305-03:00Insônia, Solidão e Muita coisa para pensar...Karina, Vanessa, Camila, Cris, Luciana, Aline,Patrícia, Reissi, Lila, Grazi, Carol, Denise, Patrícia, Bia, Bruna, Rebecca, Brígida, Verônica, Jéssica, Caio, Vinícius, Douglas, Pedro...<br />
<br />
Uma patética linha de trás pra frente de fracassos emocionais, remontando à mais tenra idade, à minha primeira paixão no fatídico Pré II... Falando das relevantes, sem contar tantos outros nomes no Meio do caminho, que daria para fazer uma rifa.<br />
<br />
E por mais eu ainda namore a Cris, e algumas dessas pessoas digam que está tudo ok, passado é passado, e que a Karina (ainda) não tenha me cortado da sua vida. Ainda sim são fracassos emocionais, pq eu sou um fracasso emocional...<br />
<br />
Não tenho registro de tudo que já escrevi, e muito menos do que falei e pensei... Muitos cadernos foram levados pelo tempo, em que dentro de um coração estava meu nome com o nome de outro alguém... Vídeos deletados, Fotolog, icq, históricos de msg, orkut, skype, status de facebook que jamais me recordaria.<br />
<br />
Mas restou esse blog, um sorteio aleatórios de momentos que tiro para mim. As vezes 10 vezes num dia, as vezes 1 vez em um ano.<br />
<br />
Eu tenho esse blog desde setembro de 2009, nem faz tanto tempo assim, mas em 5 anos era de se esperar que eu tivesse amadurecido.<br />
<br />
E ai olho para trás, e vejo que sim, eu aprendi algumas coisas, eu não parei no tempo... Meu desenhos melhoraram, talvez minha escrita tenha melhorado um pouco também, cresci muito a minha visão social do mundo, viajei, conheci muitas pessoas, fiz vários cursos, fui para vários novos lugares...<br />
<br />
Mas emocionalmente eu continuo a mesma criança assustada que era quando eu tinha 6 anos de idade... \Pronta para ouvir o garoto que eu gostava me chamando de "strogonoff" e então dá-lhe um cascudo bem no meio das fuças!<br />
<br />
Eu aprendi a ser um pouco mais sociável e civilizada, mas tudo isso se construiu só no âmbito das aparências, com todos aqueles que não importam. E com aqueles que eu gosto, já os espero de punho cerrado, esperando o primeiro sinal de ataque para lhes ensinar a não brincar com meu coração...<br />
<br />
Talvez eu já tenha nascido mutilada da função de amar se amarras. Eu sou legal, sou bacana, falo de coisas interessantes, te trago para a minha teia e então ataco! No pior sentido possível do termo. Eu espanto as pessoas... E quanto mais eu quero mante-las parto, mais eu as empurro para longe... E vejo que já tive essa reflexão um milhão de vezes.<br />
<br />
E por mais que digam que a mudança depende de mim, que perceber é o primeiro passo, por mais que tenha me tratado com psicólogos e psiquiatras, tenha pedido ajuda a amigos, tenha tentado me afogar no álcool, tente desanuviar na fumaça do cigarro, tenha buscado em todas as religiões, em cada teoria científica que pude estudar, tenha buscado alivio e paixões passageiras, eu sempre volto para o mesmo ponto...<br />
<br />
E agora, minha namorada pensa se vai conseguir continuar comigo, e a Karina... bem... Não conseguimos trocar duas frases sem ser algo absurdamente esquisito, e quanto mais eu tento fazer não ficar esquisito mais esquisito eu deixo...<br />
<br />
Eu um ano camuflando e mentindo sobre meus sentimentos, tivemos uma relação de amizade perfeita e invejável... E foi só eu minimamente dar vazão ao que eu sinto que ela ligou o modo defensivo... Talvez meus sentimentos sejam tóxicos...<br />
<br />
Talvez a única forma de eu amar alguém se destruir o que eu amo seja guardando eternamente meus sentimentos só pra mim...<br />
<br />
Ela diz que está ok, mas não está ok, e eu não estou ok...<br />
<br />
Nesse último ano, depois de um casamento e um coração despedaçado, eu aprendi tão bem a me esconder atrás de uma máscara quase impessoal... Eu sou tão melhor assim... Eu não sei porque idiotice eu pensei que as chagas do meu rosto deformado teria se curado por eu simplesmente as ter encoberto por tanto tempo...<br />
<br />
Uma amiga lendo meu último "conto" disse que achou a Lúcia uma bobinha romântica... E ela está certa...<br />
<br />
E eu não sei oq fazer agora...<br />
<br />
Eu preciso colocar um ponto final... Sem mais reticências ou finais incertos, eu preciso de uma conclusão.<br />
<br />
O pior é que provavelmente o fim dessa história será sobre mais uma pessoa que foi emboraCamila Strongrenhttp://www.blogger.com/profile/15216756883912337752noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5117232157574810670.post-67242378215707330342014-05-26T02:41:00.001-03:002015-12-15T14:59:55.207-02:00Obsessão InfinitaTalvez alguns pensem que isso é um conto, uma história inventada para entreter os outros, mas lhes adianto que isso é um desabafo, de alguém que pensa e repensa sobre o que aconteceu sem chegar a lugar algum, e que sabe que talvez nunca chegue... E que quer pelo menos eternizar esse momento. Afinal, muitas vezes o tempo, a vida, o trabalho, os compromissos nos fazem esquecer daqueles poucos momentos em que realmente nos sentimos vivos.<br />
<br />
Meu nome é Lúcia e essa é uma história clichê, como tantas outras histórias. E como já estou há horas tentando pensar em um bom começo e sem ter uma boa ideia para nenhum, comecemos assim:<br />
<br />
Era uma vez uma moça chamada Bárbara, e ela é hetero, o que é uma merda pra mim, já que eu estou completamente apaixonada por ela... Mas vamos começar pelo começo... Não... Essa é uma péssima ideia! Vamos começar pelo fim!<br />
<br />
Era uma tarde chuvosa na cinzenta cidade de São Paulo, e eu andava de uma lado para o outro da estação que era o ponto de encontro. Pensamentos a mil, e a cada dois segundos os olhos grudados no relógio...<br />
<br />
"Será que ela não vem? Ahhh... Ela não faria isso... Ela disse que não ia desmarcar e nem furar dessa vez... Mas o transito tava uma merda... marcamos as quatro, e cheguei meia hora depois... E se ela apareceu e simplesmente foi embora quando não me achou? Porque ela não atende o telefone? Ai que merda! Mais 5 minutos e vou embora... Talvez isso seja um sinal dos deuses de que não é pra ser... Ai que inferno de mão suada... Está frio e minha mão não tem glândulas sudoríparas e isso não faz o menor sentido! ohhh my fuckig god..."<br />
<br />
- Oi... Ahh... Hmm... - cumprimento tímido - desculpe pelo atraso... nunca tinha vindo aqui...<br />
- ahhh hm... éééé... Relaxa... De boa... - com os olhos loucamente tentando se focar em qualquer lugar que não fosse nela... até a mosca voando parecia uma opção melhor - então você também não conhece esse museu, certo?<br />
- Ahh, não... Mas já queria muito conhecer, e vi a descrição da exposição pela internet, parece estar incrível...<br />
<br />
E conversando trivialidades com eu ainda buscando desviar o olhar, saímos para a rua chuvosa... Era uma cena engraçada... O bom de ser uma pessoa andrógena e que eu posso ser um rapaz bem convincente... Claro que acabo parecendo um garoto imberbe de 15 anos de idade, mas ainda sim, convincente. E Talvez na ilusão de tentar chamar a atenção dela assim o fiz: Cabelo curto, corte masculino penteado de lado, terno, camisa, colete e gravatas ambos pretos, e por cima um casaco de couro, peça irônica para quem se torno vegetariana recentemente. Mas para finalizar segurava um lindo guarda-chuva bordô com poa branco e renda nas bordas.<br />
<br />
E apesar de achar ridículo esteriótipos de gêneros, eu sou uma mulher e lida socialmente como mulher, enquanto ela gosta de caras... Quer dizer... O que eu esperava com tudo aquilo? Talvez eu esperasse que ela não tivesse trazido o guarda-chuva... Mas ela trouxe...<br />
<br />
Eu tinha esperado muito tempo por aquele momentos, e toda essa expectativa me deu medo: medo que ela não aparecesse, medo que ela desmarcasse em cima da hora como em todas as outras vezes, medo que ela não gostasse de mim, medo que ela gostasse de mim, medo de não gostar dela e descobrir que tudo o que eu acreditava sentir era só uma projeção da minha cabeça, e o meu maior medo sem dúvida era gostar dela e descobrir que o que eu sentia era real...<br />
<br />
E depois de um ano exato do seu primeiro "Oi" através de uma tela inexpressiva de um computador, ela está ali, era real... Voz, corpo, cheiro, pele, sorriso...<br />
<br />
E quando eu estava a caminho ela me disse que talvez se atrasaria, porque já tinha trocado de roupa 4 vezes, e eu sorri e corei lendo a mensagem...<br />
<br />
Por que será que as pessoa insistem em continuar escrevendo sobre o amor? Escrevemos cartas, poemas, contos, desabafos, músicas, novelas... E não há nada mais clichê, nada mais comum, mas ao mesmo tempo nada que nos faça sentir tão únicos.<br />
<br />
E numa vida de dias todos iguais, aquele foi diferente... Eu sentia as gotículas finas que o vento soprava em minha direção acertando meu rosto, e não era ruim... Eu me sentia parte do mundo, sentia a chuva me beijar, sentia depois de muito tempo que eu tinha pele! Que eu não era só uma ideia dentro de um corpo, mas que eu era corpo, eu era sensação.<br />
<br />
- Sabe porque esse prédio é um desastre arquitetônico?<br />
- Não faço ideia...<br />
- Porque dependendo como o Sol bate ele faz uma sombra rosa nas casas ao redor<br />
- E porque isso é um desastre?<br />
- Porque se eu detestaria ter uma sombra rosa na minha casa... Talvez uma sombra azul, ou uma laranja...<br />
<br />
Talvez num mundo tão cinza, em uma cidade tão cinza, você seja uma pessoa de muita sorte quando uma sombra rosa cobre seu quintal dependendo como o Sol bate, e talvez isso te faça querer olhar para fora e você veja o lindo azul do céu, e um pôr do sol alaranjado.<br />
<br />
Obsessão Infinita. Nome capcioso para uma exposição... Eu gosto de ir em exposições e olhar atentamente para os quadros. Mas havia um motivo especial. Eu tinha medo de olhar nos olhos dela... Eu olhava atentamente cada desenho, e via ela pelo reflexo dos vidros<br />
<br />
- Que iluminação péssima! Deveriam pelo menos ter colocado um vidro anti-reflexo!<br />
<br />
Ela olhava pra mim, e falava mil coisas que eu não conseguia processar direito, e ria. Seu riso leve, mas ao mesmo tempo tenso... Ela se escondia atrás do riso e eu por trás do olhar sério e compenetrado<br />
<br />
Próxima sala. Fila enorme. Não tinha para onde fugir...<br />
<br />
- Sua voz é muito mais bonita pessoalmente...<br />
- Ta gostando da exposição?<br />
<br />
É engraçado o como não pensamos duas vezes eu tomar qualquer crítica como uma verdade absoluta mais lidamos tão mal com elogios...<br />
<br />
Queria ter dito que ela tinha uma sorriso lindo e mãos adoráveis... Seus olhos eram dóceis e eu queria muito uma cerveja! Mas já estou nessa fila há 20 minutos e não vou desistir agora...<br />
<br />
"Como num pavilhão de espelhos<br />
Eu te vejo multiplicada em mil<br />
Eu vim aqui pra ver você<br />
Solta, vestida de lua na nuvem<br />
Dança como se dançasse pra ninguém<br />
Ou só pra mim<br />
Ainda bem<br />
<br />
Sim, eu sei que vieram chuvas<br />
Noites cheias de céu vazio e vão<br />
Cruzei o mar, estrada além<br />
Tô aqui pra ver se ainda bate, pulsa<br />
Ainda bem"<br />
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Vocês já pararam para pensar o quanto é brega mandar uma música pra alguém? Mas sabe quando parece que aquela música não só pelas palavras mas pelo ritmo, pelo toque, conseguem falar o que você sente melhor que você mesmo? Então...<br />
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Chegamos. A segunda sala, uma instalação. Um pavilhão de espelho. O bom de filas é a facilidade maior em puxar uma conversa. Não vai acontece e ok... Ela não é menos incrível por causa disso... Talvez eu seja só uma ideia dentro de um corpo e a pele não importe tanto... Sem mais filas, por favor, vamos beber<br />
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- O cara que eu to ficando me ligou, preciso retornar<br />
- Ok...<br />
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...<br />
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- Quer comer alguma coisa antes? To com fome<br />
- Claro...<br />
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Ótimo, adoro essas mesas onde você se senta de frente para a pessoa, mas talvez eu não tenha mais que desviar o olhar...<br />
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Rádio tocando música ambiente ao fundo... Começamos a conversar de forma mais animada, e de repende um hiato de alguns segundo de silêncio, rádio ao fundo<br />
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"Eu fico o tempo todo à imaginar o que fazer quando te encontrar<br />
Mas se eu fizer, o que vai dizer ? será que é capaz de entender ?<br />
Mesmo se não for eu vou tentar, vou fazer você me notar<br />
Por isso eu vim aqui te dizer...<br />
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Me namora<br />
Pois quando eu saio sei que você chora<br />
E fica em casa só contando as horas<br />
Reclama só do tempo que demora<br />
Abre os braços vem e me namora"<br />
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Ahhh Universo! Sério isso? Além de clichê foi brega pra caramba... Mas aposto que ela nem reparou... Acho que eu estava buscando qualquer sinal em qualquer lugar que validasse meu desejo...<br />
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A gente não só nunca tinha se visto ao longo desse um ano de conversa, como uma nunca tinha se quer ouvido a voz da outra, então dois dias antes eu pedi que ela me mandasse uma mensagem de voz, que aliás, demorei 50 minutos para ter coragem de ouvir. E minha namorada - longa história - cansada desse lenga lenga jogou o nome dela no google junto com a palavra youtube, e clicando no primeiro resultado, apareceu a seguinte mensagem na página "VC ESTÁ LINDAAA!!!ADORO VC LÚCIA!!!"... Ai como eu quis acreditar que aquilo era um sinal divino, já que a conta nem era dela...<br />
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- Já vou indo...<br />
- Mas por quê?<br />
- Combinei de comer pizza com a minha mãe...<br />
- Mas a gente acabou de jantar!<br />
- Não duvide no meu estômago!<br />
- Não estou duvidando, mas não é nem 19h ainda! A gente não ia na cervejaria?<br />
- Vai ficar muito tarde e a gente nem sabe onde é...<br />
- Então vamos ao mercado e a gente compra um vinho pelo menos!<br />
- Mas a gente não tinha combinado de se ver de novo na terça?<br />
- Mas eu estou vendo você agora e não quero que você vá tão cedo<br />
- Você não pode esperar até terça<br />
- Eu já esperei um ano, eu só estou pedindo que você fique um pouco mais...<br />
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- Olha... Não é essa a cervejaria?<br />
- Sim... Vamos entrar?<br />
- Vai ficar tarde...<br />
- Seremos rápidas...<br />
- Ok...<br />
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- A sampler de degustação por favor...<br />
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- Você realmente tem olhos lindos...<br />
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- Eu tinha medo de estar te idealizando, mas agora te olhando, eu vejo que você é mais do que eu esperava...<br />
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- Eu achava que eu era hetero há até 24h atrás...<br />
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- Você podia não ser tão linda... Facilitaria muito o meu trabalho...<br />
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- Por que você me adicionou?<br />
- Porque eu te achei muito gata...<br />
- Desde o seu primeiro "oi" eu senti que estávamos de alguma forma conectadas, e eu não acredito em destino, mas não consigo entender... Porque parece que desde o primeiro segundo eu sabia tudo que eu iria sentir e tudo que aconteceu depois só veio confirmar que eu estava certa<br />
- Eu acredito em destino...<br />
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- Eu sou viciada em sensações... E tudo parece tão igual<br />
- Depois me meses eu me sinto viva novamente, e pensei que nunca mais me sentiria assim... Eu me sinto com 15 anos...<br />
- Eu também...<br />
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- Uma cerveja amarga para tirar esse sorriso bobo do meu rosto<br />
- Então uma pra mim também<br />
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- Por que você parou de falar comigo aquela vez<br />
- Porque eu estava completamente apaixonada por você, e não sabia lidar com isso, e não sabia como vc ia lidar com isso... E eu pensei que tinha superado, mas quando voltamos a nos falar tudo voltou ainda mais forte...<br />
- Quando você deu a entender que sairia da minha vida novamente, quando você pensou em desmarcar o encontro de hoje eu chorei, eu não deveria te contar isso<br />
- Quando eu falo com você eu sorrio, e é o único momento do meu dia em que faço isso. Não é sarcasmo, não é zombação é uma alegria que vem de dentro...<br />
- Você é a primeira pessoa em anos que diz para mim que está apaixonada e que eu não saio correndo...<br />
- Posso ser a primeira em muitas coisas...<br />
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- Vo - vo - você está com frio?<br />
- Não... Só não consigo parar de tremer...<br />
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- Você é tão linda...<br />
- Não acredito que você soltou essa<br />
- É... é meio idiota constatar o obvio, mas precisava dizer...<br />
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- Numa escala de 0 a 10 o quanto você está constrangida?<br />
- 20 - e seu rosto ruborizado não a deixava mentir<br />
- E numa escala de 0 a 10 o quanto seria errado eu te dar um beijo agora?<br />
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E com a respiração já ofegante a voz meio falha ela responde um "não sei..."<br />
Me aproximo dela, deixo minha boca a 5 centímetros da sua, naquela noite fria nossas respirações quentes se misturam e eu digo "Acho que a gente só vai descobrir... Se tentar"... E num sussurro ela diz "é..."<br />
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- Por que você precisava ser tão linda? Eu não esperava me sentir assim...<br />
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- Qual foi a maior mentira que você já disse para alguém?<br />
- Quando eu sai com um cara, e ele me perguntou se a gente ia se ver de novo e eu falei de sim e nunca mais nos vimos...<br />
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- Você foi a única pessoa desde o fim do meu último relacionamento que eu tive vontade de beijar novamente...<br />
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- Moça... Você beija bem...<br />
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- Eu preciso ir... Está tarde...<br />
- A gente vai se ver de novo?<br />
- Claro!<br />
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<br />Camila Strongrenhttp://www.blogger.com/profile/15216756883912337752noreply@blogger.com2