segunda-feira, 27 de junho de 2011

Utopia

“Utopia tem como significado mais comum a idéia de civilização ideal, imaginária, fantástica. Pode referir-se a uma cidade ou a um mundo, sendo possível tanto no futuro, quanto no presente, porém em um paralelo. A palavra foi cunhada a partir dos radicais gregos οὐ, "não" e τόπος, "lugar", portanto, o "não-lugar" ou "lugar que não existe".”

É engraçado o como eu posso viver em todo o lugar e em lugar nenhum ao mesmo tempo... Minha família me chama de rebelde e diz que eu prefiro meus amigos... Meus amigos me chamam de moralista e dizem que não consigo soltar da minha família. E nem sou uma pessoa em cima do muro, muito pelo contrário. Eu tomo partido, defendo posições, luto pelo que eu acredito... Talvez meu “problema” seja que eu problematizo tudo... Então todo mundo que vem com uma moral fácil demais me incomoda... E por questionar tanto a todos, todos se sentem incomodados ao meu lado...

Sou como todos: uma criança medrosa e assustada... Eu só queria amor, carinho atenção. Tenho que admitir que não cultivo isto da melhor maneira possível... Meu medo da solidão faz com que eu me sujeite a cada coisa... Mas o que é pior? Ficar sozinho ou se fingir de idiota? Acho que o pior é ficar sozinho, e tento me fazer de idiota, mas não consigo... Queria ser mais burra, me contentar com menos... “Se eu casasse com a filha da minha lavadeira. Talvez fosse feliz” (Álvaro de Campos). Mas eu não pude... Não pude ignorar minha falta de ignorância...

Novamente perdida... Minha Utopia nunca será boa... Porque não importa quão bom e quão nobre sejam seus ideais utópicos... Eles não existem... Eu não sou, não estou, não vou...

Ela me diz que consegue dormir em paz, pois nunca desejou mal para ninguém... Então eu penso: um erro cometido por acidente te isenta da culpa? Acho que no caso dela não, pois não foi um acidente... Foi mais como se ela tivesse dado um tiro por “acidente” em alguém, e se desculpado dizendo “mas eu não tive a intenção...” então a pergunta que eu faço é simples: se ela não queria machucar ninguém, por que tinha uma arma? Por que esta arma estava carregada? Por que ela estava brincando com uma arma carregada? E por que ela estava fazendo isto num lugar onde se a arma disparasse ela sabia que poderia ferir alguém? Será que foi mesmo uma atitude tão inocente?

Você tromba com alguém no metro, e machuca essa pessoa... Isso já é um acidente mais acidental. Mas ainda sim... você precisava estar correndo? Você podia prestar mais atenção?

Enfim... Talvez eu seja mesmo uma moralista... Mas acho que qualquer erro que cometemos é sim nossa culpa, pois mesmo a ignorância é um fardo que se carrega... Então como poderia eu tentar me eximir da responsabilidade de ter me relacionado com alguém mesmo tento plena consciência que essa pessoa só serviria para me destruir? No final das contas, a responsabilidade foi mais minha do que de ninguém...

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