segunda-feira, 27 de junho de 2011

Amanhã recomeço...

Acho que está na hora de um pouco de franqueza da minha parte... Eu posso não ter gostado dela de cara, mas a verdade é que ela me cativou, com gestos, olhares, sorrisos... É... Com ela eu tive tudo, absolutamente TUDO que eu sempre sonhei um dia... Ela me ensinou a andar de patins, viajamos juntas, ela me apresentou para família, dormíamos de conchinha, jogávamos vídeo game, jantávamos fora... Ela me ajudou a pintar o meu quarto, fez curso de pintura comigo... De certa forma, ela abriu mão da vida dela por mim... Ela me adorava, e aguentou cada coisa, que eu, honestamente, não aguentaria (tanto não aguentaria que não aguentei)...

Mas, tem um ditado popular de diz que só damos valor às coisas depois que perdemos... E comigo não foi diferente... Não que eu tenha sido a pior namorada do mundo, mas eu tive que perdê-la para perceber o quanto ela me importava, o quanto eu a amava e o quanto tudo que vivemos foi especial... O como eu sentia falta do cheiro, do beijo, do carinho, do sexo, da atenção, dos mimos, de tudo... Mas... Eu percebi tarde demais, e quando tentei voltar atrás, tentei da pior maneira possível...

Eu fiz tudo errado... Depois que terminamos, para chamar a atenção, fiquei com a outra ex namorada dela, fiquei com a Ana e como ela me fez prometer que não importava o que acontecesse, não era para eu jamais voltar a ficar com a Ana, porque se eu fizesse isso, era melhor esquecer que ela existia...

Eu não soube lidar... Eu tive tudo que sempre desejei, e simplesmente tive que destruir tudo... E quando eu destruí eu cai, e depois que eu cai, eu não consegui mais me levantar...

A verdade é que agora eu estou cheia de dívidas, sem emprego, prestes a pela primeira vez na vida bombar em quase todas as matérias da faculdade, simplesmente porque não me preocupei em ler se quer um texto ou fazer se quer um trabalho... Estou perdida... E... Não sei... eu fui tão hipócrita no meio do caminho...

Porque no meio do caminho tinha uma Graziela, tinha uma Graziela no meio do caminho... E é impressionante o quanto ela é parecida comigo, apesar de ser tão diferente... Tivemos histórias de vida e dores muito diferentes... Temos um gosto às vezes bem parecido, outras vezes, nem tanto... Mas nossas personalidades... Ahhhh, nossas personalidades são assustadoramente iguais... A mesma forma de lidar com aquilo que acontece...

Não sei muito bem porque me deixei envolver com ela... Talvez por redenção de Karma... Talvez por compaixão... Talvez por carência, solidão... Talvez por desespero... Mas talvez... Talvez eu a tenha amado... Sim... Eu a amei... De alguma forma...

Eu reconhecia nela meus dilemas, e meus conflitos... Mas a verdade é que nunca tinha me perdoado por tudo que tinha feito com a Denise... E, pra falar a verdade, hoje eu acho que estou mais longe do que nunca de me perdoar... Mas de certa forma, a Denise mudou minha vida quando eu era uma menina perdida, e eu quis mudar a vida da Graziela... Eu quis estar do outro lado... Eu aprendi a amar aquela garota que era tão fora de todos os meus padrões... Aprendi a me importar, e a querer... Mas... cada um tem a sua história, e eu cometi alguns erros fatais:

1- Eu me esqueci que ela não era eu... Por mais que pudesse se parecer comigo, ela não era eu, e quem disse que ela queria “ser salva”? E mesmo que ela quisesse, quem poderia garantir que aquilo que eu oferecia era de fato o que para ela seria a redenção?
2- Eu não sou a Denise... Tudo bem que hoje ela é uma desconhecida para mim, mas aquela garota que eu namorei era gentil, paciente, amorosa, altruísta, bondosa, meiga, pura... Não... Eu quis consertar tudo ao MEU modo e na base da porrada... No meu tempo, do meu jeito... A Denise olhava para mim e via o que eu precisava... Eu olhava para a Grazi e via o que eu precisava...

É... Talvez gente como eu não sirva para ter um relacionamento... Eu queria dar para ela tudo que eu precisei e idealizei um dia... Eu quis dar para ela todo o amor que eu sonhei receber... E mais do que isso... Eu sabia que ela quebraria meu coração, porque ela não estava pronta, mas acima de tudo era isso que eu queria! É estranho... Mas acho que tudo que eu quis nessas 3 semanas foi ser a Denise, sofrer como ela sofreu, ser negada como ela foi negada, ser negligenciada como eu a negligenciei!

Pensei que talvez depois disso eu poderia me sentir aliviada, mas não me sinto... Só me sinto um monstro ainda maior por tudo que fiz... Foi bem emblemático, porque uma vez a Dê me amarrou numa cadeira e fez o strip mais sensual do mundo para mim, e quando ela me desamarrou eu disse “linda lingerie, amor, mas estou com sono, podemos fazer isso depois?”... Ah sim! Como eu fui escrota... ai um dia, eu para a Grazi, fui, e tentei fazer um strip e ela disse “Para de besteira, estou querendo ver o jogo”...

Durou só 3 semanas... Mas ela nunca quis... Nunca quis nada! Nunca quis dizer que me amava, nunca me elogiava, nunca me olhava nos olhos, nunca queria me beijar, nunca quis me tocar... Porque o coração dela saltitava por outra...

Então é tão inevitável lembrar do meu último mês de namoro... Fiquei exatamente 3 semanas mal olhando na cara da minha namorada... Namorada que eu amava, sabia que amava... Mas... ahhhhh... A Ana! Era a Ana que me fazia ter borboletas no estômago... Mas as borboletas no seu estômago não demoraram a serem mortas pelo ácido gástrico... E perdi a única pessoa que realmente me amou na vida por ser uma porca, estúpida, egoísta e imediatista!

Eu fiz com a Denise exatamente o que a Graziela fez comigo... O irônico disso tudo? Não me sinto nem um pouco melhor pelo que fiz... Aliás, me sinto duplamente pior... Primeiramente porque agora tenho as reais dimensões das minhas atitudes, e porque eu não soube novamente ter um namoro... eu quis me transformar na Denise e namorar a Camila... Eu não soube se a Camila e namorar a Graziela... Não foi o meu melhor que eu dei, foi e melhor de outra pessoa... E um melhor corrompido pelos meus desejos de auto-purgação...

Tão hipócrita eu ficar brava pelo que ela fez comigo com relação à Dani... E quando eu estava de viagem marcada com a Dê, disse que só iria comprar uma mala, me encontrei com a Ana, e passei a tarde toda com ela... E tiramos fotos românticas, e paguei o almoço, e andamos de mãos dadas no largo de Osasco, coisa que eu nunca fazia com a Denise, porque alegava ter medo da minha família ver... E eu pedi a Ana em namoro quando namorava a Denise!

Como eu posso ser tão hipócrita? É... Talvez esse negócio de relacionamento não seja mesmo para mim... Mas pelo menos de tudo isso eu aprendi que nunca, sob hipótese nenhuma devemos brincar com o coração daquele que nos amam... O mundo da voltas... Voltas... Voltas... e esse eterno retorno está começando a me deixar enjoada...

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