quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Seja educado no telefone

Meu nome é Afonso Soares de Melo, e resolvi contar algo que se passou comigo:
Estava sentado no meu escritório quando lembrei de uma chamada
telefônica que tinha que fazer. Encontrei o número e disquei.
Atendeu-me um cara mal humorado dizendo:
- Fale!!!
- Bom dia. Poderia falar com Andréa? O cara do outro lado resmungou algo que não entendi e desligou na minha cara. Não podia acreditar que existia alguém tão grosso. Depois disso, procurei a minha agenda o número correto da Andréa e liguei. O problema era que eu tinha invertido os dois últimos dígitos do seu número.
Depois de falar com a Andréa, observei o número errado ainda notado
sobre a minha mesa. Decidi ligar de novo. Quando a mesma pessoa atendeu, falei:
- Você é um Filho da puta!!!
Desliguei imediatamente e anotei ao lado do número a expressão “Filho da puta” e deixei o papel sobre a minha agenda.
Assim, quando estava nervoso com alguém, ou em um mau momento do Dia, ligava prá ele, e quando atendia, lhe dizia “Você é um Filho da puta” e desligava sem esperar resposta.
Isto me fazia sentir realmente muito melhor.
Ocorre que a Telepar introduziu o novo serviço “bina” de
identificação de chamadas, que me deixou preocupado e triste porque teria que deixar de ligar Para o “Filho da puta”.
Então, tive uma idéia: disquei o seu número de telefone, ouvi a sua
voz dizendo “Alô ” e mudei de identidade:
- Boa tarde, estou ligando da área de vendas da Telepar, para saber
se o senhor conhece o nosso serviço de identificador de chamadas “bina”.
- Não estou interessado! – disse ele, e desligou na minha cara.
O cara era mesmo mal-educado. Rapidamente, disquei novamente:
- Alô?
- É por isso que você é um Filho da puta!!! e desliguei.
Aqui vale até uma sugestão: se existe algo que realmente está lhe
incomodando, você sempre pode fazer alguma coisa para se sentir melhor:
simplesmente disque 0xx41-7643.**** ou o número de algum outro Filho da puta que você conheça, e diga para ele o que ele realmente é.
Acontece que eu fui até o shopping, no centro da cidade, comprar umas camisas. Uma senhora estava demorando muito tempo para tirar o carro de uma vaga no estacionamento. Cheguei a pensar que nunca fosse sair.
Finalmente seu carro começou a mover-se e a sair lentamente do seu espaço.
Dadas às circunstâncias, decidi retroceder meu carro um pouco para
dar à senhora todo o espaço que fosse necessário: "Grande!"” pensei,
“finalmente vai embora”.
Imediatamente, apareceu um Vectra preto vindo do outro lado do
estacionamento e entrou de frente na vaga da senhora que eu estava esperando. Comecei a tocar a buzina e a gritar:
- Ei, amigo. Não pode fazer isso! Eu estava aqui primeiro! – O fulano
do Vectra simplesmente desceu do carro, fechou a porta, ativou o alarme e caminhou no sentido do shopping, ignorando a minha presença, como se não estivesse ouvindo. Diante da sua atitude, pensei:
“Esse cara é um grande Filho da puta! Com toda certeza tem uma grande quantidade de Filhos da puta neste mundo!”. Foi aí que percebi que o cara tinha um aviso de “VENDE-SE” no vidro do Vectra. Então, anotei o seu número telefônico e procurei outra vaga para estacionar.


Depois de alguns dias, estava sentado no meu escritório e acabara de
desligar o telefone – após ter discado o 0xx41-7643.**** do meu velho
amigo e dizer “Você é um Filho da puta” (agora já é muito fácil discar
pois tenho o seu número na memória do telefone), quando vi o número que
havia anotado do cara do Vectra preto e pensei:
“Deveria ligar para esse cara também”.
E foi o que fiz. Depois de um par de toques alguém atendeu:
- Alô.
- Falo com o senhor que está vendendo um Vectra preto?
- Sim, é ele.
- Poderia me dizer onde posso ver o carro?
- Sim, eu moro na Rua XV, n° 527. É uma casa amarela e o Vectra está
estacionado na frente.
- Qual e o seu nome?
- Meu nome e Eduardo Cerqueira Marques – diz o cara.
- Qual a hora é mais apropriada para encontrar com você, Eduardo?
- Pode me encontrar em casa à noite e nos finais de semana.
- É o seguinte Eduardo, posso te dizer uma coisa?
- Sim.
- Eduardo, você é um grande Filho da puta!!! – e desliguei o
telefone.
Depois de desligar, coloquei o número do telefone do Eduardo (que
parecia não ter “bina”, pois não fui importunado depois que falei com
ele) na memória do meu telefone. Agora eu tinha um problema: eram dois
“Filhos da puta” para ligar.
Após algumas ligações ao par de “Filhos da puta” e desligar-lhes, a
coisa não era tão divertida como antes. Este problema me parecia muito
sério e pensei em uma solução: em primeiro lugar, liguei para o “Filho da
puta 1″.
O cara, mal-educado como sempre, atendeu:
- Alô – e então falei:
- Você é um Filho da puta – mas desta vez não desliguei. O “Filho da
puta 1″ diz:
- Ainda está aí, desgraçado?
- Siiimmmmmmmm, amorrrrrr!!! – respondi rindo.
- Pare de me ligar, seu filho da mãe – disse ele,irritadíssimo.
- Não paro nããão, Filho da putinha querido!!!
- Qual é o teu nome, lazarento? – berrou ele, descontrolado!
Eu, com voz séria de quem também está bravo, respondi:
- Meu nome é Eduardo Cerqueira Marques, seu Filho da Puta. Porquê???
- Onde você mora, que eu vou aí te pegar, desgraçado? – gritou ele.
- Você acha que eu tenho medo de um Filho da puta? Eu moro na Rua XV,
n°527, em uma casa amarela, e o meu Vectra preto está estacionado na
frente, seu palhaço filho da puta. E agora, vai fazer o quê???? – gritei
eu.
- Eu vou até aí agora mesmo, cara. É bom que comece a rezar, porque
você já era. – rosnou ele.
- Uuiii! É mesmo? Que medo me dá, Filho da puta.
Você é um bosta! E eu estou na porta da minha casa te esperando!!! e
desliguei o telefone na cara dele. Imediatamente liguei para o “Filho da
puta 2″.
- Alô – diz ele.
- Olá, grande Filho da puta!!! – falei.
- Cara, se eu te encontrar vou…
- Vai o quê? O que você vai fazer??? Seu Filho da puta!
- Vou chutar a sua boca até não ficar nenhum dente, cara!!!
- Acha que eu tenho medo de você, Filho da puta? Vou te dar uma
grande oportunidade de tentar chutar minha boca, pois estou indo para tua
casa, seu Filho da puta!!! E depois de arrebentar sua cara, vou quebrar
todos os vidros desta porcaria de Vectra que você tem. E reze pra eu não
botarfogo nessa casa amarelinha de bicha. Se for homem, me espera na
porta em 5 minutos, seu Filho da puta!!! – e bati o telefone no gancho.
Logo, fiz outra ligação, desta vez para a polícia. Usando uma voz
afetada e chorosa, falei que estava na Rua XV, n°527, e que ia matar o
meu namorado homossexual assim que ele chegasse em casa.
Finalmente peguei o telefone e liguei o programa da CNT “Cadeia” do
Alborguetti, para reportar que ia começar uma briga de um marido que ia
voltando mais cedo para casa para pegar o amante da mulher que morava na Rua XV, n° 527. Depois de fazer isto, peguei o meu carro e fui para Rua
XV, n° 527, para ver o espetáculo.
Foi demais, observar um par de “Filhos da puta” chutando-se na frente
de duas equipes de reportagem, até a chegada de 3 viaturas e um
helicóptero da polícia, levando os dois algemados e arrebentados para a
delegacia.
Moral da história? – Não tem moral nenhuma!
Foi de sacanagem mesmo… E vê se atende o telefone educadamente,
pois posso ser eu ligando para você por engano…



Gente... Esse texto não é de minha autoria, li no SonaBoa

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